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COLUNA DO LEVINO: URIBE, BOB DYLAN E MAIS

– Eu falei alguns posts atrás sobre o problema que a Colômbia enfrenta (ou pelo menos precisa enfrentar) com os grupos paramilitares de direita. O conflito divide o país ao meio e requer uma habilidade que até agora, Álvaro Uribe concentrado em atacar as Farc, não conseguiu mostrar que tem. E tem mais. Como se não bastasse o problema interno, a recente confusão com o Equador, tem trêta com a Nicarágua.

– Um conflito afasta-se dois milímetros da mídia e nos dá a impressão de ter arrefecido. Mas coisas continuam correndo. Iraque, conflitos tribais no continente africano, Timor Leste, China x Tibet. E Israel x Palestina, como não poderia deixar de ser. A crise no Oriente Médio entrou numa daquelas fases em que a impressão recorrente é que o buraco não tem fim e nunca vão chegar a uma solução pacífica. Israel meteu-se numa incursão desmedida que matou mais de cem palestinos, que agora responderam com a morte de oito judeus num mosteiro rabínico. Pena, muita pena. Para os dois lados. Ainda mais porque agora deve vir uma reação estúpida israelense.

– Afim de ir para Espanha nos próximos dias? Cuidado. A imigracion está, como se diz no Nordeste, com o “cão nos couro”. Muita, muita sacanagem fazer voltar brasileiros sem uma justificativa palpável. Aliás, por que o governo daqui não retalia? Basta proceder da mesma maneira. Já pensou um ministro de estado americano ou inglês sendo obrigado a retirar até os sapatos para ser revistado? Simples, a justificativa é simples: foi o que vocês fizeram com ministros nossos, brasileiros. Na mesma moeda o pagamento.

– Pop na veia (não na véia =P). De 80’s a 00’s. Joguinho supimpa para testar conhecimentos. Quer tentar?

– Três discos imperdíveis e para download gratuito: Gnars Barkley, Isobel Campbell & Mark Lenegan (discaaaaço!), Landon Pigg (folk! folk! folk!).

– O Michael Chabon, que venceu não faz muito tempo um Pulitzer, e é um puta autor de língua inglesa (melhor que o DeLilo. Ok, essa foi para provocar), publicou uma reportagem muito saborosa na The New Yorker sobre super-heróis. Aliás, sabia que os Coen, Ethan e Joel, estão adaptando um livro dele para o cinema? Deus do céu… Como se não bastasse No Country For Old Men, do Comar McCarthy. Vem obra-prima por aí.

– Pena ser na Caros Amigos, uma revista que eu acho tão sectária (mas não desonesta, jamais) quanto a Veja, mas mesmo assim vale a leitura da entrevista que o jornalista Luis Nassif concedeu abordando a série de matérias que ele vem produzindo contra o cavaleiros do apocalipse: Mainardi, Mario Sabino, Euripedes Alcantara e Lauro Jardim, jornalistas e editores da Veja.

– Lembram daquela senhora que em depoimento na novela Páginas da Vida, de Manoel Carlos, confessou ter acordado “toda molhada e babada” depois de adormecer ouvindo Roberto Carlos? Deu xabu. A justiça condenou a Globo por causa da edição, segundo a decisão da juíza, prejudicial a imagem da senhora.

“Já fumei maconha várias vezes. Não tenho problema com isso. Se você plantar em casa e fumar, qual é o problema? É diferente de comprar de um traficante”. O José Padilha abrindo o flanco em entrevista na Playboy desse mês. Acho que agora cai a imagem de fascista do filme, a começar pelo diretor. Adorei.

– Faz um tempo que o mercado editorial brasileiro vem passando por grandes mudanças. Empresas estrangeiras praticamente dominam o mercado de best-sellers atualmente, assim como o direito de publicação de autores consagrados nacionais e gringos. Agora são as livrarias que começam a entrar no jogo. A Saraiva, por exemplo, desembolsou 60 milhões de reais pela Siciliano. Na verdade as negociações começaram ano passado e só agora foram concluídas, inclusive a transição gerencial. Vem mais coisa por aí, até com rede abrindo capital na bolsa.

“Nessas horas, é bom ver que Dylan segue alheio ao clima que o cerca (vai ver, é justamente por isso), sobe lá, não dá um “oi” nem olha pra platéia, e manda ver suas músicas. Foi o terceiro show dele a que assisti e cheguei à conclusão que, quanto mais se assiste, mais fácil de gostar fica. Porque uma vez que você tira da frente as questões mais óbvias (a voz rouca e cada vez mais rouca, os formatos modificados das melodias clássicas – impossíveis de acompanhar, mesmo que você saiba a letra -,o fato dele sempre deixar de fora alguma das suas favoritas), uma vez que já sabe e já viu isso tudo outras vezes, passa a prestar atenção em outras coisas – na grande banda que o acompanha, na vitalidade que as músicas mantém mesmo com andamentos modificados (vide “Highway 61 Revisited”), na diversão que é estar ali (em pé, preferencialmente).” Como eu não tinha 900 reais fáceis, não pude conferir o show do Dylan. De consolo só a boa resenha/crônica do Marco Aurélio Canônico sobre o evento. Aliás, como o Marco Aurélio Canônico é bom, leve, sem afetação, nem parece os estacas-no-cu da grande mídia, ainda mais do jornalismo cultural.

– Está afim de ler sobre rock? Quarenta e cinco dicas sobre o assunto, que tal?

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