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COLUNA DO LEVINO: POLÍTICA, MÚSICA E A RECA

“Por ignorância de como o mundo funciona, o TSE cometeu um erro muito, muito grave. Não é à toa que o eleitorado jovem está particularmente engajado na eleição que corre nos EUA. Os candidatos estão se comunicando com eles pelo meio de comunicação que adotaram. No Brasil, não é diferente. Seja na casa de um rapaz de classe média, seja num cybercafé da periferia paulistana, estão todos com 25 anos ou menos pendurados nos Messengers da vida. A partir desta canetada, a juventude foi cortada do diálogo eleitoral.” O Pedro Doria, na coluna de hoje do Estadão, diz exatamente o que penso sobre a decisão do TSE de limitar a campanha eleital na internet ao site do candidato. Qual o problema? O problema é a justiça gerida e comandada por capengas, gente anacrônica, legalista, presas na letra da lei, que não olham ao redor, estão presos nos palácios ou o mundo é claro demais para que se possa abrir o vidro do carro, escuro como breu, e tentar entender como isso aqui fora funciona. Por exemplo, não funciona sem internet, mas eles, os operadores da lei, não se tocaram disso ainda.

– O radicalismo volta e meia ronda a Europa, e consegue, em alguns bolsões de radicalismo, encontrar abrigo. Foi assim nos últimos três séculos mais fortemente contra os judeus, agora o novo alvo de hostilidades são os islâmicos. A prova que estão na crista da onda do fundamentalismo de direita, é o Fitna, um programa que foi ao ar recentemente, via internet, patrocinado pelo partido de extrema direita holandês. É muita parcialidade e desconhecimento da história de uma só vez contra os islâmicos, mas cabe exato na cabeça de quem quer só um motivo para atacar indiscriminadamente os seguidores de Maomé.

– Essa história de que não se negocia com terrorista, narcoguerrilheiros e bandidos é balela. Diplomacia serve justamente para resolver oq ue o senso comum não se permite cogitar. A Inglaterra negociou com o IRA, a Espanha com o ETA e assim por diante. Então, por que Uribe não pode negociar com as Farcs?

– Tem coisa que dá para resumir em cinco segundos. Filmes, por exemplo. Há quem consiga fazer isso com Matrix, Titanic ou toda a série de Harry Potter. Já pensou?

– Eu tenho feito nos últimos dias uma analogia entre as TVs abertas brasileiras e as grandes gravadoras. Óbvio que a situação das majors é periclitante, mas acho possível traçar uma linha que liga as duas coisas pela inabilidade em saber o que fazer com a internet e os novos meios de entretenimento eletrônico. É estarrecedor, mas não sem motivo, saber que em três anos 20% dos cariocas abandonaram, simplesmente deixaram de lado a TV aberta. Imagina o que não rola no resto do país, pelo menos nos grandes centros.

– O lance foi da semana passada, mas ainda rende na blogosfera. A Dr. Peppers, refrigerante americano, anunciou que cada cidadão americano vai ganhar uma latinha caso o Guns’n Roses lance em 2008 o disco Chinese Democracy. Axl curtiu a idéia. Mas será que sai?

– O Cansei de Ser Sexy começa a sair do ponto, ser acometido (ou isso já faz um tempo?) pela frescuragem aguda. A banda agora quer ser esquecida, sim, esquecida como Cansei de Ser Sexy, eles cansaram de cansar, agora serão chamados apenas de CSS. É muita falta do que fazer. Isso tem muito a cara da purpurinada do Adriano Cintra.

– Certa vez um amigo me disse que o movimento Emo era mais abrangente do que o Grunge. Dei meus ombros e perguntei se ele estava louco ou tinha esquecido o que foi o grunge, o estouro do Nirvana, do Temple of the Dogs (e olhe que sou filhote do Britpop, não do Grunge). Mas a coisa parece ser bem verdade, pelo menos como fenômeno de massa. E no mundo inteiro, no México está dando o maior rebu.

– Quando eu morava em Caicó, uma cidade do interior do Rio Grande do Norte, na época com cinquenta mil habitantes, havia apenas uma banca de revistas, O Revistão (olha o nome!), aonde certas coisas demoravam alguns meses para chegar, aonde a Folha de São Paulo do domingo às vezes chegava na terça. Uma das coisas que sempre atrasavam era a Mad. Mas como era bom esperar e correr para ler ainda na calçada da banca. Pois é, a Mad voltou.

– Tem filme ue a gente assiste e não percebe sobre o que exatamente estão tratando. Ficção Científica, por exemplo. Quinze filmes que a gente nem suspeitava que eram…

– Há quem não saiba fumar direito. Depois alega que ficou paranóica.

– Bom, a informação foi dada pelo Thiago Ney, da Folha de São Paulo (que na maior parte do tempo serve apenas para repassar notícias legais, porque escrever mesmo não é sua praia, de tão ruim que é), parece que o Jesus and Mary Chain vem por aí. E no Planeta Terra, em novembro. Topa? Sinceramente, morro de medo de ver o show de uma banda que gosto muito e estava parada a algum tempo. Vai que é uma merda… Aí bate a desilusão sem dó.

– Bom… Eu já não tenho aonde colocar música. Preciso de um HD novo pro laptop, mais memória e outro pen drive. Mas sempre cabe algo novo, coisa de pesquisa audio-antropológica, eu diria. Como uma coletânea de música nigeriana. Sério, os caras são MUITO bons…

Cadê meu povinho subdesenvolvido, cadê?

– A Suzana Elvas tem um monte de livro para vender. Pelo jeito ela é como eu, que conserva todos como se tivesse acabado de sair da livraria. Aliás, sabia que na Livraria Cultura se você compra um livro, pode reembolsar vinte por cento do preço de capa na compra de outro livro, num prazo de até três meses, caso esteja em bom estado de conservação? Bacana, né? Vou fazer isso, mas não sei com quais ainda. Preciso ler Thomas Barnheard e Comarc McCarthy.

– Você já viu as novas edições dos livros de Jorge Amado, da Cia das Letras? Muita, muita vontade de comprar todos de uma só vez (junto com a caixa dos livros de Borges). Tudo muito bonito, de bom gosto, reedições bacanas e por preços razoáveis. A Cia está investido quase um milhão de reais na divulgação dessas novas edições. Acho justo.

A nova tendência é ser feio. Só pode.

– Você aí, já sentiu alguma vez a dor da Marrom?

– Meu herói ainda não morreu de overdose. AINDA.

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