Natal, Notícias

COLUNA DO LEVINO: DANIEL GALERA, MAIS PAU NA PONTE E MUITO MAIS

Nada
Aos que perguntam se tenho algo contra a Ponte Newton Navarro: absolutamente nada. Pelo contrário, irei usa-la assim que for permitido, para passar os fins de semana em Genipabu, como faço sempre. Vai me livrar dos engarrafamentos horrorosos em Igapó. O que acho injustificável é gastar mais de um milhão de reais com uma festa, enquanto a cultura do nosso estado, tão rica, padece a pão e água.

Urgentes

Citaria se quisesse inúmeras áreas onde o tal milhão, que é meu, seu, todo de impostos que pagamos, poderia ser investido. Por que não um novo tomógrafo para o Walfredo Gurgel? Ou um aparelho de ressonância magnética para as 900 crianças que há dois anos estão na fila esperando um exame pago pelo Estado? Ou na capacitação de professores, para tirar o RN da lastimável condição de laterninha na educação nacional?

Apenas
Mas, contenho a minha reclamação nos limites de onde milito, que é a cultura. De todos mesmo, deveria ser além da ponte, os livros esgotados de Newton Navarro, a construção de um memorial para abrigar a obra do grande artista plástico que ele foi. Mas, a preferência é pelo fugaz, pela folia que anima o povo por seis dias e segue por 359 sem acesso a cultura de verdade, confundida aqui sempre com evento.

Falta
Não são apenas ilegalidades que precisam ser combatidas. Depois do surrupio de outra montanha de dinheiro, a do Foliaduto, o Ministério Público certamente não encontrará nada de errado nos contratos firmados entre o Governo do Estado e as produções dos shows que acontecerão na ponte. Os gatunos estão mais cuidadosos. O problema é a amoralidade, a ausência de ética, de espírito público e em última análise, a completa falta de cultura de quem nos governa.

Aculturada
Ao invés dos poemas “estranhos”, “difíceis de entender” e “feios” de Newton Navarro (segundo opinião de gente que manda no Estado), prefere-se o “tira o pé do chão” e o “se réi pra lá”. Difícil não foi construir uma ponte que demorou treze anos para sair do papel. Difícil, Governadora, é agüentar mais três com a cultura relegada a quinto plano. Até quando?

Prêmio
A Casa da Ribeira anda feito pinto no lixo, feliz da vida. O Ministério da Cultura escolheu a Casa entre os vencedores do prêmio Escola Viva, e além do reconhecimento pelo trabalho que já desenvolve com escolas aqui em Natal, vai trazer para casa R$ 15 mil para serem investidos em novos projetos e na ampliação dos que já existem.

Livro
Depois de Daniel Galera, que, aliás, esgotou os exemplares dos seus livros na Siciliano do Midway Mall no lançamento semana passada, quem fica uns dias em Natal é a escritora e colunista da Folha de São Paulo, Cecilia Giannetti. E é com ela e Fernando Monteiro que eu divido a segunda mesa do Encontro Natalense de Escritores, quinta-feira às 19h. Sem formalidades, vai ser papo de amigo. Apareçam.

Críticas
Convém ler a coluna do jornalista Alex de Souza no portal NoMinuto. Como está tudo dominado e criticar é arte de loucos ou contrariados aqui no Estado, parece até estranho a dobradinha involuntária que praticamos. Eu aqui contra o despautério que é essa festa da ponte, ele lá denunciando que a Prefeitura de Natal bateu fofo com a Feira de Sebos. Aqui: www.nominuto.com

Zero

E antes que perguntem: não, não tenho interesse nenhum contrariado, o Governo não me deve um centavo e as críticas que faço aqui não são uma forma de fazer pressão, nem criar dificuldade para vender facilidade. É o mais puro e sincero zelo por essa cultura gigantesca que temos e que anda moribunda. Sacou?

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