É verdade?
Nada a ver com a festa, muito menos com quem a produz, gente com quem nunca troquei sequer bom dia. Mas me digam uma coisa, esses outdoors espalhados pela cidade anunciando uma festa em comemoração aos quarenta anos de colunismo social, a Celebration, tem mesmo a marca do Governo do Estado e da Prefeitura de Natal, né?

Do meu bolso
O que eu tenho a ver com isso? Só temos! Eu e você que me lê. Afinal de contas, que tipo de apoio é esse prestado pelo Governo e pela Prefeitura? Envolve dinheiro? E se envolver, veio de onde? Do imposto que eu pago? E que sentido faz o governo apoiar uma festa privada para comemorar algo que não diz respeito ao cidadão-eleitor-contribuinte?

Quero saber
Enquanto isso, projetos como o Seis e Meia agonizam sem apoio e sem recursos, as Casas de Cultura estão abandonadas e sem funcionar pelo interior do Estado, não se vê um caminhão tirando areia do que em tese será o complexo cultural da Zona Norte. Aí o Governo agora apóia festa de colunista? Tá errado! Quero saber se tem dinheiro nisso, o custo desse apoio, sou cidadão, tenho pleno direito.

Mãe Joana
A verdade é que a área cultural do Governo do Estado anda uma casa de Noca. Do Foliaduto, quando surrupiaram dois milhões de reais dos nossos bolsos, contribuintes, até a liberação do Forte dos Reis Magos para uma festa particular, passando pelo cancelamento da semana do folclore, o desmantelo dá no meio da canela e todo mundo finge que não acontece nada.

Oco
Quem acha que manda não apita nada, quem não deveria mandar é que consegue apoio, misturaram os macacos e os galhos e hoje, a elite brega e colunável que passa longe de ser a elite intelectual é quem dá as cartas e confunde evento e zuada com cultura. Se fosse privado, eu queria mais era ver o oco, mas não é. Tem dinheiro de imposto que o povo paga para ter cultura de volta e necas!

Lastimável
O lamentável nisso tudo é saber que esses desmandos acontecem numa terra de grandes nomes da cultura, desde a erudita até a popular. Não há hoje, dentro dos órgãos que gerem a cultura no Estado ninguém que honre sequer as sandálias de Câmara Cascudo, Newton Navarro, Luis Carlos Guimarães de tantos outros, que deveriam ter suas obras e suas vidas ao alcance do povo, mas não, o Governo quer saber mesmo é de não tirar o pé do chão na hora da folia.

Cambada
Peguem o dinheiro de fazer festa oca e sem nenhum vínculo com cultura e vão consertar a Biblioteca Câmara Cascudo, fazer funcionar as Casas de Cultura, promover a cultura popular que anda moribunda e com seus mestres abandonados, magote de aproveitadores sem futuro!

Perdas I
O mundo do rock vem passando por perdas consideráveis de ícones de bastidores. Primeiro foi o DJ inglês John Peel, da BBC One, conhecido por revelar bandas desde a década de setenta. Só este ano se foram: Tony Wilson, o homem por trás da gravadora Factory Records, que deu ao mundo bandas como New Order; Hilly Crystal, dono do lendário bar CGBB, em Nova York e agora a empresária Linda Stein, que durante um bom tempo esteve a frente dos negócios dos Ramones.

Perdas II
Linda apareceu morta em seu apartamento em Nova York, na última quinta-feira. Foi espancada e a polícia não encontrou sinais de arrombamento no lugar. Linda ficou conhecida principalmente por ter levado o Ramones Inglaterra em julho de 1976, num show que deu início a febre de punk rock no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Depois disso trabalhou com artistas como Talking Heads e Madonna.