Foto: Orquestra Contemporânea de Olinda numa das noites do APR Club por Aline Feitosa
Por Anderson Foca
RECIFE ANTIGO OU CARNAVAL DE OLINDA?
APR Club tem noite memorável com lotação de público e shows incensados
“Essa é uma noite especial e este é um show inesquecível para o Mundo Livre”, está foi a frase de Fred Zero Quatro, vocalista do Mundo Livre, depois do segundo bis que a banda deu no lotadíssimo APR Club na noite do último sábado. Só por esse começo de texto já dá para ter uma idéia do que rolou numa das principais noites da programação do Abril Pro rock 2010, desta vez realizada dentro de um galpão/espaço para mais de 1.000 pessoas bem no meio do Recife Antigo.
O novo formato do evento mostrou-se acertado e revigora ainda mais as ações do Abril Pro Rock nestes 18 anos de atividade e dá um recado claro para o Recife: A cidade precisa de uma casa como essa para escoar a incrível produção local fora do ambiente dos shows públicos (praxe na cena pernambucana).
Para quem não estava lá retrato o ambiente: um salão principal enorme em forma de hall com uma área aberta de lounge e um terceiro galpão que foi utilizado pros shows com um espaço reservado na lateral. Tudo decorado provisoriamente para receber as datas do APR Club (que terminam semana que vem com dois shows do Dead Fish).
Já cedo a Rua do Apolo parecia Olinda em dia de carnaval. Muita gente, camelôs, músicos, todos interessados em dividir o espaço com o Mundo Livre, Camarones Orquestra Guitarrística (RN) e Burro Morto (PB). O clima foi esquentando com a discotecagem certeira de Paulo André (boss do festival) e por volta da meia-noite o Burro Morto começou sua apresentação. Banda em atividade com tours você já nota a diferença de cara. Como o Burro Morto cresceu como banda desde a última vez que os vi. Os beats estão mais legais, a banda muito entrosado e o show fluindo bem, caindo como uma luva pro espaço do APR Club. Muito bom.
Por Marcel Albuquerque (pendriveblog)
GUITARRAS ALTAS E PESADAS
Já com o local absolutamente lotado o Camarones de Natal subiu ao palco com uma música incidental da Orquestra Brasileira de Música Jamaicana. Quando a banda começou a tocar foi que a coisa esquentou de vez. O som estava ótimo, com muita pressão e o show foi envolvendo a platéia que quando percebi acabou. Merecia mais tempo. Foi uma das apresentações mis instigantes de todo o Abril Pro Rock, o que se repetiria no domingo, quando a banda fez show extra no Nave para cerca um público seleto.
Fazia tempo que não via o Mundo Livre num ambiente fechado e em clima de pub. A fórmula contagiou banda e público. Foram dois longos bis e quase duas horas de apresentação dos reis do Recife, junto com a Nação Zumbi. Quase tudo estava lá. A voz pouca precisa e charmosa de 04 e a excelente formação nova da banda (é nova mesmo?) com destaque pro tecladista Léo D. Hits? Foram muitos. Me incomoda a mudança de arranjos de alguns deles, mas depois de quase 15 anos tocando as mesmas músicas dá para entender.
No final o público ainda foi presenteado com algumas músicas que vão fazer parte do disco novo do Mundo Livre que começa a ser gravado ainda esse semestre. Onde você estava sábado? Quem não foi pode se arrepender e ter perdido uma das mais poderosas  festas do ano no Recife. Será que tem jeito do APR Club continuar aberto? Seria um presente para cidade…