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CLIPPING – RESENHA DO LANÇAMENTO DO FESTIVAL DOSOL NO ROCK POTIGUAR

Móveis embaixo de chuva.

Móveis Coloniais de Acaju e chuva: uma mistura que de fria não tem nada. E foi assim na segunda passagem da banda por Natal, dessa vez no DoSol Rock Bar. A tarde de domingo chuvosa não impediu que o bar ficasse praticamente lotado de fãs fascinados pelos meninos da terra da Ilha do Bananal. Enquanto a chuva colocava a galera pra dentro do bar, a Móveis fazia a passagem de som que pegou alguns de surpresa, que pensaram que o show já havia começado. Foi quando André, o vocalista, avisou que era apenas a passagem. Depois do “susto” veio a primeira parte da discotecagem de Michel Heberton, que nessa abertura tocou algumas bandas indies gringas como The Frattelis. Seguindo o som de Michel veio a banda Lafusa, também de Brasília. Um primeiro acorde calmo dá a falsa impressão do que vem por aí: um som mais pesado. Pra falar a verdade, MPB com pegada rock. Abriram o show com duas autorais e logo em seguida cantaram “Roda Viva” de Chico. O pessoal que estava se animando, pegou fogo de vez e seguiram com um ritmo bom até o fim do show deles. Guitarras distorcidas, efeitos e um vocalista que interagia com o público marcaram a apresentação do Lafusa, que foi bem bacana. Causou-me uma boa primeira impressão. Curiosidade para ouvir o EP deles. O Lafusa saía e chegava a segunda parte da discotecagem, que dessa vez foi mais eletrônica. O pessoal aproveitou o clima junino e fez uma quadrinha improvisada ao som do bate estaca. Coisas de rockers nordestinos!

Enquanto o pessoal dançava a discotecada, eu pensava com meu crachá: “como vai caber aquele pessoal todo no palco?”. Na hora da passagem coube todo mundo. Mas lembremos do show do MADA: quase 90% da banda fez coreografia, que é um atrativo no show. Como seria no palco do DoSol? Descobri como ficou por volta das 20:00, quando eles subiram ao palco. E não é que coube todo mundo? E ainda por cima dançaram? Essa eu vi bem de perto pois estava na escada lateral do palco. Lembrei das moléculas da aula de química: um vai e vem, mexe-mexe que não tinha fim, começando por André, que com energia de sobra (e mesmo com problemas nas cordas vocais fez uma bela apresentação) não parava um instante. E o público que cantou todas as músicas com todas as forças dos pulmões. Mas falemos do show. Eles começaram com “Receio de Remorso” e as minhas expectativas de mais uma apresentação energética se confirmou. Com o povo já esfogueado, eles tocaram “Swing Hum e Meio”. E seguiram “Lista, “Perca Peso”, “Menina Moça”, “Sem palavras”, “Seria o Rolex” com vinheta de Take me Out do Franz Ferdinand, “Aluga-se-vende” que também contou com uma vinheta, a já conhecida da apresentação do MADA (ótima): Glory Box de Portishead. Um dos momentos marcantes foi em Copacabana. Se você foi ao MADA, deve lembrar da imensa roda embaixo da chuva. Os músicos no meio da galera, numa dança marcada. Pois bem, essa mesma roda (menor, guardada suas devidas proporções) estremeceu o DoSol. Outra coisa que sempre me deixa surpresa é a turma dos metais. A opção de colocar instrumentos de sopro dá todo um diferencial ao Móveis. A musicalidade é incrível e agita tanto (ou até mais) que aquele riff enlouquecedor de guitarra. Que o diga o Paralamas, que até hoje mantém os metais na banda e os uniu aos belos solos de Herbert.

Enfim, foi mais um belo show do Móveis. Banda competente, com uma música de qualidade e letras bem humoradas que se você prestar atenção, não são apenas humoradas. Falam desde pessoas que se acham a palheta de Steve Vai até aquele amor fracassado. Quem compareceu ao DoSol ganhou o fim de tarde/começo de noite chuvosa, lavou a alma e se divertiu pacas. E só sei que foi assim….

POR SANDRA REGINA

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