Na sexta que passou (20/01) o Circuito DoSol teve continuidade com Montgomery, Wander Wildner e uma jam session de clássicos do rock.
Para começar a noite a banda Montgomery subiu ao palco e mostrou seu som influenciado pelo rock inglês. A banda tocou cerca de dez músicas. Entre elas estavam “Frente ao Sol”, “Fugas e Lamentos”, “Pinóquio”, “Êxodo”, o hit “Beijos de arame farpado” e uma nova chamada “Ser um não ser”. Entre o pequeno público a prestigiar a apresentação da banda estavam vários jornalistas, bem como vários músicos de bandas distintas como DeadFunnyDays, Calistoga, Uskaravelho, Peixe Côco, Automatics e outras.
O público foi pequeno, mas selecionado. O Montgomery fez mais uma de suas já costumeiras boas apresentações e abriu com qualidade a noite para Wander. Durante o show deles aproveitei para bater um papo com o gaúcho roqueiro. Durante o breve papo pude perceber que o músico é bem consciente quanto aos problemas da juventude brasileira. Questionado sobre a atual cena do rock independente brasileiro, ele disse que as dificuldades aparecem para os preguiçosos e acomodados, ele consegue viver da música porque batalha bastante e toca muito em São Paulo. Continuou dizendo que o público jovem é alienado, mas em parte nem tem culpa, já que a imprensa não fornece uma cultura que preste. Perguntei sobre quais as novas bandas gaúchas que merecem atenção e ele disse que não pode opinar já que mora em São Paulo faz muito tempo, só conhece as que a mídia divulga como o Cachorro Grande. Falou também que o Replicantes nunca acabou, voltou em 2002 e tem feito shows alternados com sua carreira solo. Para ele todo artista tem vários projetos e com ele não é diferente.
Quando Wander subiu ao palco com uma calça verde e uma camisa transparente colorida, o público seleto foi agraciado com um show histórico. Começou com apenas uma guitarra e sua característica voz rouca cantando hits como “Empregada”, “Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo” e outras, num autêntico show punk-brega mostrando toda sua intimidade em letras bem simples e engraçadas. Em seguida chamou ao palco dois integrantes da banda Uskaravelho e Passaia. Seguiram-se mais clássicos como “Um lugar do caralho”, “Hippie-Punk-Rajneesh” e “Surfista calhorda”. Essas são apenas algumas músicas executadas para deleite dos presentes. Em seguida Wander anunciou a jam session e se retirou.
No palco sucederam-se vários músicos para tocar clássicos de Ramones (Rock way beach, I wanna be sedated, Do you wanna dance), The Clash (Should i stay or should i go), MQN cantado pelo próprio Fabrício Nobre, vocalista da banda de férias em Natal, Stooges (No fun) e ainda rolou rock nacional como Plebe Rude. Entre os vocalistas estavam Clênio, Ana Morena e Anderson Foca. Vale a pena lembrar um pouco da aula sobre o punk que o baixista do Uskaravelho deu lembrando que o punk não começou com Clash e Sex Pistols como muitos pensam, e sim com Ramones, Dead Boys, MC5, Stooges, Television e outras. O pequeno público presente com certeza foi para casa contente por ter visto um show no mínimo antológico. Quem não foi vai ter que se contentar em apenas ouvir as histórias.
Sexta tem Autoramas, Peixe Côco e Os Bonnies, rock peso pesado, em um dia que promete ser o melhor.