Resenhas

BRUNO NOGUEIRA (PE): THE PLAYBOYS – CHEGA DE NIILISMO

Eu sempre vou ter dificuldade ao situar o The Playboys em um contexto específico das cenas de Recife. Eles datam daquela época esquisita das bandas de colégio quando eu estava no colégio, tocando em shows com os extintos a longo tempo Malkavianos e Jack in the Box, até criando contato com uma geração seguinte, com a Play Damião (que mais tarde se transformaria na Mombojó). Era um tempo em que punk rock parecia algo realmente sério na cidade e, daquela turma, eles começaram a aparecer nos panfletos com o Fogo Morto e Proletários, naquelas tardes esquisitas em que o Galetus Bar (que mais tarde se transformaria no Garagem) se divida entre shows, mostras de fanzine e bate papos sobre comunismo e fanzine (!!).

E mesmo remetendo a o que agora já é tanto tempo, eles continuam uma banda contemporânea. Foram por um tempo o suporte aos shows de Wander Wildner no Recife, fizeram história com o hit “Paulo André não me Ouve” e até entraram na lista de apelos de Lúcio Ribeiro por uma escalação no Tim Festival. Não chegou a tanto e durante esse período seguiram a risca do agir localmente e pensar globalmente. Cantaram sobre coisas tão particulares do Recife, como as garotas do Burburinho e o próprio produtor do Abril Pro Rock, que foram compreendidos em todo o país.

Agora eles lançam um disco novo chamado “Chega de Niislismo“. Não traz tantas novidades assim, mas registra oficialmente algumas músicas que aparecem em seus shows já algum tempo. Particularmente, senti falta de mais letras de João Neto, que é de longe um dos compositores mais inteligentes do rock pernambucano. Reflexo do momento da banda, já que ele está morando em São Paulo terminando um doutorado em Filosofia (pode ser mestrado e eu me confundi). Tem participação de Wander.

Mas, mesmo nas antigas, os Playboys continuam contemporâneos. Eles disponibilizaram tudo para download no site oficial da banda. Ou você pode pegar o disco aqui mesmo.

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1 Comment

  1. que massa! adorei essa publicação e memórias da cena recifense :’) tinha 14 anos em 2006 quando escutava the playboys, procurando bandas punks de pernambuco e dia desses reencontrei os discos baixados! bom demais, vamo pra luta, trabalhadoras/es do mundo, uni-vos!

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