Quando Steve Jobs decidiu que sua loja de músicas, a iTunes, venderia apenas faixas separadas e não discos completos, todas as principais gravadoras e alguns dos selos menores tentaram convencer o criador do iPod a fazer o contrário. Ninguém teve sucesso (e, talvez ai, esteja um dos grandes fatores decisivos para a volta da cultura do single). Exceto Bono Vox, vocalista do U2. O resultado dessa conversa deles gerou o já famoso iPod preto e vermelho, com as músicas da banda já carregadas na memória.
Assim como o Radiohead, a banda irlandesa é uma das poucas que guarda as chaves para a mudança na forma como vamos consumir música daqui para frente. Somente nos Estados Unidos, “No Line on the Horizon” vai ser lançado em cinco formatos diferentes. Um case com o CD e um livreto de 24 páginas, discos de vinil em edição limitada (e mais um livreto de 16 páginas), uma edição em digipack que, além do CD, trará um livro de 36 páginas coloridas e um poster e acesso exclusivo para download do filme que o diretor Anton Corbjin fez sobre a banda. Um outro formato traz uma revista com 60 páginas, além do CD e o acesso para download e, por fim, uma edição limitada em formato de caixa que acompanha o disco em Digipack, um DVD da banda e um livro com 64 págians e capa dura, além de um poster.
No América Latina, “No Line on the Horizon” também será lançado junto com os aparelhos Motorola ROKR EM25, EM28, EM30 e EM35. Os fãs mais obsessivos da banda ainda vão poder participar de uma ação que a marca fará com a operadora Claro. Além das músicas, os primeiros a comprarem o aparelho ainda ganham uma faixa exclusiva que o U2 fez apenas para a Motorola, além do vídeo do novo single Get On Your Boot, papéis de parede e ringtones personalizados. De quebra, ainda uma caixa de som portátil Motorokr EQ3.
A ação do U2 não apenas reforça os dispositívos móveis como peça central no consumo de música – como fez com o iPod alguns anos atrás – mas também põe em prática a música como uma comodidade do que o artista oferece ao seu público. E, de quebra, ainda garante um ponto na batalha do formato álbum x single. Agora é observar como a indústria da música vai se comportar com a novidade.