Vou correr o risco de ser polêmico aqui e dizer de cara que eu não acredito muito em Thrash Metal. Aliás, em nenhum tipo de metal extremo. Mas calma aí que eu vou me explicar. Sempre que escuto uma banda nova ou então desconhecida, respondo com um suspiro carregado de desdém. Penso na primeira geração da nova onda do metal britânico – Motorhead, Iron Maiden, Judas Priest – e na geração que foi influenciada e formada com base no que eles fizeram. Estou falando da turma da Bay Area. Metallica, Megadeth, Testament, Machine Head. O Slayer, que era tipo um vizinho da turma. Pode ser excesso de pseudo-saudosismo, mas nada, principalmente no Brasil, me faz pensar que vai chegar na metade desse caminho.
Ouvir o Desalma, que foi formada no Recife em 2007 apenas, é como levar um tapa forte na cara. Daqueles que deixam a bochecha vermelhona, ouvindo só o zumbido do “deixe de frescura, hômi”. São três caras que, fora do palco, parecem meio desengonçados e bobões. Estão sempre rindo e curtindo a noite, com camisa preta de banda e aquela cara de menino bom, criado pela avó em prédio sem varanda. Você imagina que uma visita lá na casa deles é acompanhada por três toneladas de álbum de fotos de bebês. “Essa aqui foi quando ele ganhou a primeira roupinha de super homem e ficava correndo o tempo inteiro pela casa”.