Em um momento de tanta polarização, a banda Bia e Os Becks apresenta um novo universo repleto de sonoridades e possibilidades: o Universo Quenga. Um álbum com oito músicas que aliam alto teor político e afetivo com ritmos contagiantes e que nos fazem querer colocar o bloco na rua. Lançado pelo selo DoSol (RN) e com duas participações de peso, sendo elas: Mateo, da banda Francisco, el Hombre, e a cantora paraense Keila. O álbum está disponível em todas as plataformas digitais a partir desta sexta, dia 1 de outubro.
Clique aqui para ouvir na sua plataforma preferida: onerpm.link/quenga
A Bia e Os Becks surgiu em 2012 em Teresina-PI, e hoje é formada por Bia Magalhães, Bráulio Miranda, Cássio Carvalho, Jardel de Castro e Lucas Coimbra, e na gravação de Universo Quenga contou com Fagão Silva na percussão. Já lançou os EPs “Conto Amor” (2013) e “Todo Lascado” (2016), os álbuns “Margarethe” (2018) e “Universo Quenga”, os singles “#Lambada” (2017), “Mar de Você” (2017), “Todo Dia” (2018), “Piranha” (2019), “Paraíso” (2021), “Panela de Pressão” (2021) e “Vai Cair” (2021), além de ter lançado 18 músicas inéditas juntamente com vídeo clipes por meio do Projeto Músicas de Ficar, com produção totalmente feita em casa ao longo de 2020 e lançado nas redes sociais e no YouTube da banda.
Na concepção desse novo disco, a banda continua ecoando a mesma mensagem dos trabalhos anteriores: a crença no poder do amor e da liberdade de transformar a sociedade e de fazer cair suas estruturas retrógadas. Bia Magalhães ressalta: “Essa é a filosofia que levamos para as nossas vidas, acreditamos que uma vida sem liberdade e muito menos sem amor, não é plena, mata alma e envenena”.
Só que desta vez o amor e a liberdade são entoados no Universo Quenga com ritmos mais dançantes ainda, em especial a swingueira (ou pagodão). Para Bráulio Miranda, houve “um envolvimento grande de todos os membros da banda, além do arranjador, o que trouxe pra atmosfera do álbum mais diversidade e pluralidade musical”. Uma mistura única, um convite para te levar para um novo universo.
E Jardel de Castro complementa que o disco “representa muito bem essa nova fase da banda, em que todos puderam cantar, compor, tocar seus instrumentos, contribuir com os arranjos, o que deixa o trabalho mais verdadeiro e a cara da banda”.
De fato, a coletividade na revelação do Universo Quenga é uma das características que mais se destacam neste novo trabalho. Todas as músicas são de composições da própria banda, com exceção de Bicicleta Saliente, de autoria do parceiro de longa data da banda, o musicista João Paulo Araújo, e de Papo de Patuá, composta em parceria com Anderson Foca.
Foca, um dos maiores produtores e incentivadores de bandas autorais do Rio Grande do Norte e do Nordeste, também atuou com a FerVe, produtora musical do selo DoSol, na coprodução musical do álbum, e destaca que é um disco com muitos vocalistas diferentes, não está centrado na voz da Bia, que é a vocalista principal, e que aproveitaram “o coletivo dessas vozes, com muita gente cantando bem na banda, para poder fazer com que tivesse realmente uma onda mais de bloco, mais festiva”.
Além das vozes de toda a banda, o disco ainda conta com participações únicas do Mateo, da banda Francisco, el Hombre, e da cantora paraense Keila. Gravado durante a pandemia, o Universo Quenga pôde contar com as parcerias desses artistas que têm grande espaço no cenário da música independente nacional, tudo feito à distância. A colaboração do Mateo e da Keila fortalecem o trabalho da Bia e Os Becks, e, como afirma Lucas Coimbra, “faz com que a banda tenha essa rede de apoio de artista de outros Estados, essa troca artística, que é fundamental no momento em que todos estamos vivendo”.
Já a capa foi assinada pelo jovem artista visual e designer Herick Felipe, que usou como referências a cultura pop, misturando a estética das HQs com o afrofuturismo. A imagem central é a banda com características do Universo Quenga, refletindo sobre como seria uma realidade com mais liberdade e sem patriarcado. Ao redor, estão os planetas com imagens que fazem referência à cultura piauiense, como a lenda Num-se-pode, a Ponte Estaiada e a Igreja São Benedito.
Os obstáculos na produção do álbum foram muitos. Cássio Carvalho comenta que “a distância foi o maior desafio, ainda mais com uma produção envolvendo outros produtores e cantores. Por outro lado, isso foi fundamental para o crescimento e amadurecimento da sonoridade do álbum até chegarmos no produto final”. Apesar de tantas dificuldades, a banda Bia e Os Becks apresenta um trabalho impecável, com músicas de tirar o fôlego, endossado pelo selo DoSol e produção executiva da Geleia Total, e é um convite que possamos nos empoderar, nos libertar e construir um novo mundo. Despertar o nosso Universo Quenga, sempre com amor e liberdade.