O Acre é um estado à parte, onde de tudo tem um pouco. Nas terras de cá, existe os Varadouros, que são caminhos na terra, feito pelos humanos, onde os animais da floresta não passam. Mas esse não é o único tipo de Varadouro que tem por aqui, existe um outro que aparece de ano em ano, trazendo bandas, artistas, produtores, jornalistas, desing e tantos outros fazedores de cultura. Este segundo, é o Festival Varadouro, que chega a sua quarta edição, consolidando-se como um dos maiores festivais da região norte.
Esse ano são bandas de várias formas, cores e sabores, de todas as regiões do Brasil e dois países da America Latina apresentando-se no palco do Varadouro, mostrando que diversidade é com a gente mesmo. Desde a hip hop do Linha Dura (MT) ao instrumental do Pata de Elefante (RS), do grupo indígena Ashaninka (AC) aos teatrais do Cordel do Fogo Encantado (PE) ou os conterrâneos do Los Porongas e da Filomedusa, o festival vem com 22 atrações. Tudo patrocinado pelo edital de festivais da Petrobras e pelo Governo do Estado do Acre, além do incentivo de diversos outros parceiros.
Filiado à ABRAFin e parceiro do Circuito Fora do Eixo , o Festival em 2008, da mesma forma que um dia deixou de ser Guerrilha para se tornar Varadouro, deixa de ser apenas um festival de música para impulsionar a integração da América Latina através das manifestações integradas da cultura e assume definitivamente o papel de mola propulsora na discussão dos problemas sócio-culturais e ambientais que atingem o planeta através de sua programação de debates, palestras e oficinas de conscientização, capacitação e potencialização de talentos.
Com vistas à atender a proposta, a Semana Varadouro tem seu inicio no dia 20 com o I Almanaque de Produção, que com palestras e oficinas de produtores acreanos e de outras partes do país vem capacitar e estimular a profissão no estado. Durante toda a semana ate o dia do festival, serão feitas oficinas, tentando atingir blogueiros, jornalistas, desing, costureiras, estilistas, grafiteiros, músicos, produtores, fotógrafos, estudantes e quem mais quiser participar. Uma vasta programação para não apenas discutir a cena cultural do estado, mas fazê-la acontecer, capacitando pessoas de diversos segmentos da cadeia produtiva da cultura. Com isso, o Festival Varadouro, pretende fazer jus ao significado de seu nome: abrir caminhos.
Oficinas e Palestras
A edição 2008 do festival acreano Varadouro traz uma bagagem cheia de capacitação e formação com as Oficinas Varadouro. Eventos de intercâmbio tecnológico focados em produção cultural, audiovisual, jornalismo, moda, grafitti e culturas urbanas, técnicas de estúdio e fotografia, que acontecem entre os dias 20 e 28 de setembro. Uma extensa programação gratuita para não apenas discutir a cena cultural do estado, mais fazê-la acontecer, capacitando e qualificando profissionais para as diversas áreas da cultura.
Almanaque de Produção Cultural – realizado durante todo um final de semana, o Almanaque de Produção Cultural vai promover rodas de debate e oficinas voltadas para a capacitação de quem trabalha ou pretende trabalhar com produção cultural, tudo ensinado por quem realmente entende no assunto, tanto profissionais do mercado acreano, quanto de outros estados brasileiros.
Oficina de Jornalismo Cultural – Quatro dias de conversa sobre o processo de elaboração textual para a área da cultura, com o jornalista cultural gaúcho Fábio Gomes, que resultam em resenhas, notas, críticas e reportagens criativas, muito além do mais do mesmo que vemos em muitos veículos de imprensa.
Oficina de Moda Independente – Mesclar a teoria e a prática é o principal foco da oficina, onde os participantes poderão vivenciar as experiências da estilista Babi Padam, de Cuiabá, através da exposição de vídeos, fotos e relatos e da experimentação de técnicas de corte, molde, costura e adaptações em peças de vestuário e acessórios. O resultado será compartilhado com os participantes da oficina de fotografia, que realizarão um ensaio fotográfico com o que foi produzido.
Oficina de Grafitte – juntar as idéias de Daniel Boleta, de São Paulo, Cecília Ciss Maia, do Rio de Janeiro, e Adão Babu Segundo, mato-grossense residente no Acre., três grafiteiros de lugares diferentes, com idéias diferentes, para fundir seus conhecimentos em prol do desenvolvimento cultural e o aparecimento constante de novas oportunidades em nossa terra, realizando um intercâmbio entre música, grafitti e skate.
Gravação e Produção de Estúdio – mais direcionada a músicos e técnicos de som, esta oficina vai ensinar como montar um estúdio de gravação de forma simples e com qualidade, a partir dos conhecimentos de Gustavo Vazquez do Estúdio Rocklab de Gravação da Mostro Discos e contra-baixista da banda MQN de Goiânia.
Oficina de Fotografia – a proposta é que se realize uma mesa redonda entre os fotógrafos acreanos Diego Gurgel, Talita Oliveira e Val Fernandes e o paraense Renato Reis, para discutir sobre o desenvolvimento de seus trabalhos, mesclando seus conhecimentos e partindo para a prática fazendo um cruzamento entre esta oficina e a de moda, a partir de um ensaio com as peças produzidas.
Na programação também está prevista uma Mesa de Debate com os principais produtores do Circuito Fora-do-Eixo, que é uma rede de trabalhos concebida por produtores culturais das regiões centro-oeste, norte e sul que querem estimular a circulação de bandas, o intercâmbio de tecnologia de produção e o escoamento de produtos nesta rota fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Nomes como Pablo Capilé, Talles Lopes e Daniel Zen formam a trinca do circuito e discutem como está a atual cena da música independente, fazendo um balanço do I Congresso do Circuito Fora-do-Eixo realizado entre os dias 05 a 08 de agosto em Cuiabá.
Música e Teatro
A programação cultural da Semana Varadouro acontece, não apenas com as oficinas e palestras, mas também com a boa música independente. Bandas locais e de outras partes do Brasil juntam seus instrumentos para tocarem em bares, praças, quintais, pontos estratégicos da cidade ou onde mais lhe derem na telha. São os Pocket Shows, que acontecem durante as noites da Semana.
Mas a boa música não é a única a animar as noites da Semana Varadouro. Também acontece a apresentação de teatro do grupo Cordel do Fogo Encantado. As linhas que dividem a poesia, as artes cênicas e a música ficam cada vez mais tênues nas performances dos integrantes. Uma personificação da expressão “artes integradas”.
As atividades da Semana Varadouro culminam nos dias do Festival, 26 e 27 de Setembro, com a apresentação de mais de 20 bandas, abrangendo todas as regiões do país, e ainda alguns países da América Latina. Diversidade em todos os sentidos, mostrando que o Varadouro não é apenas um show de rock, mas um festival de música. Sendo ela Hip-Hop, Rock ou Heavy Metal, Cordel, Pop ou Instrumental, a diferentes vertentes da música encontra-se em um único palco.
Abaixo segue a programação do Festival Varadouro 2008, que neste ano terá seus ingressos vendidos no Museu dos Autonomistas, Catraia e Fundação Elias Mansour a R$ 6,00 inteira e R$ 3,00 estudante. Mas quem chegar antes das 19h pode entrar de graça.
Sexta 26/09
TK7Dois1 (AC)
Boddah Di Ciro (TO)
Blush Azul (AC)
Marlton (AC)
La Pupuña (PA)
Yaconawas (AC)
Ecos Falsos (SP)
Survive (AC)
Pata de Elefante (RS)
Los Porongas (AC)
Atajo (Bolívia)
Sábado 27/09
Ashaninkas (Conj. Indígena – AC)
Hey, Hey, Hey (RO)
Silver Cry (AC)
Calango Smith (AC)
Cabocrioulo (AM)
Diego de Moraes e o Sindicato (GO)
Nicles (AC)
Linha Dura (MT)
Bareto (PERU)
Filomedusa (AC)
Cordel do Fogo Encantado (PE)