Não foi sucifiente para o Retrofoguetes se limitar a ser uma das melhores (a melhor, na minha opinião) banda de Surf Music do mundo. O novo disco do trio baiano, ChaChaChá, mostra algo que parece natural para quem já acompanhava o desempenho deles no palco. Após cinco anos de espera, o segundo trabalho da discografia deles agora traz uma banda que é fluente em vários outros ritmos, que vão do tango a músicas que fazem referência direta ao axé music, honrando num passo ousado a terra pátria de Morotó Slim, CH Straatmann e Rex.
ChaChaChá é o perfeito encontro na metade do caminho que a banda percorre atualmente. Atualiza o que a banda passou a fazer depois que começou sua militância pró-guitarra baiana e sua presença como um dos trios elogiados no gigantesco Carnaval de Salvador; mas também indica quais serão os passos seguidos a partir de agora em termos de canção. O Retrofoguetes deixa de ser uma banda de surf music para atingir o status desejado entre 11 de cada 10 artistas, que a construção de um gênero próprio. Identidade que desafia até quem quiser classificá-los simplesmente como uma banda de rock.
Tudo é muito bem dosado. As 14 faixas do disco, que agora não tem mais o selo da Monstro Discos que acompanhava o anterior Ativar Retrofoguetes!, não mostram uma mudança abrupta na banda. As guitarras distorcidas estão lá, assim como algumas músicas que fazem ainda mais sentido se ouvidas em cima de uma prancha. Mas o Retrofoguetes cresceu. Aliás, cresceu tanto ao ponto de ficar difícil de imaginá-los como sendo apenas um trio. O ouvido atento identifica quase uma orquestra ao lado da banda, com direito a instrumentos incomuns como vibrafone e ukelele. Na fica técnica é revelado ainda que eles estão com percurssão, órgão, acordeon e marimba, fora oito tipo diferentes de instrumentos de sopro.
De todas essas participações, a mais especial é a de Mosckabilly. No passado ele e o Retrofoguetes somavam a formação original do Dead Billies, talvez um dos mais impactantes grupos de rock a surgir no Brasil. Ele traz um elemento que parecia estar perdido nas músicas do trio desde a primeira demo que eles lançaram: a voz. Moscka canta na balada country Wreining Rouing Mai Maind. Ela e “axezinho” Mademoiselle Zazel são duas das melhores músicas em todo o repertório de ChaChaChá. Ambas mostram que ainda existe uma amarra central na banda, que é a fixação pela fição científica.
Por falar em demos, quem assina a produção desse novo disco é Nancy Viegas, que cantava nas primeiras músicas que o Retrofoguetes lançou na época que ainda ensaiva ser uma banda. Antes mesmo do lançamento oficial em Salvador, ChaChaChá já cumpre sua função mais importante, que é por o Retrofoguetes para girar mais uma vez pelo país. O disco já criou eco nos festivais independentes e a banda começa a circular pelo sudeste novamente. E assim temos de volta uma das bandas mais legais do circuito independente.
Essa banda quero ver ao vivo aqui no Dosol!! PQP!!!!
=]
e os caras ainda são umas figuras.
bora bahêa !