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FORA DO EIXO: MACACO BONG (MT) NA ARGENTINA

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Macaco Bong faz shows na Argentina, com destaque para o festival Ciudad Emergente, e disco lançado em toda America do Sul pelos parceiros da SCATTER RECORDS (www.scatter.com.ar), segue agenda:

Macaco Bong – Argentina

10/jun – Antigas Lunas, Buenos Aires, com Falsos Conejos
11/jun – Glamnation – The Roxy Live Bar, Buenos Aires
12/jun – El Ayuntamiento, La Plata, com El Mato A Un Policia Motorizado
13/jun – Festival Ciudad Emergente, Buenos Aires

DIARIO DE BORDO:

De uma rapida turne por Sao Paulo, com shows na capital, Campinas, Sao Carlos e Araraquara, viemos direto para Buenos Aires na Argentina. O processo incluiu saida de Araraquara para a rodoviária de Sao Carlos (com apoio do Massa Coletiva), onde pegamos um onibus para o Terminal Tiete em Sao Paulo, um taxi para o aeroporto de Guarulhos, um aviao para Buenos Aires e mais uma van para o albergue Ostinatto. Logo de cara uma placa dizia “Permanencia Maxima: 20 dias”. O espaco era repleto de estudantes e alguns músicos estrangeiros, mas tivemos pouco contato. Logo que chegamos, fomos correr com umas funcoes mais urgentes.

O Kayapy foi aproveitar a grana a mais ganha com o cambio e foi atrás de um afinador para guitarra. Explicando melhor, aquí um real vale cerca de 1,75 pesos. O preco dos produtos sao praticamente os mesmos, mas a grana quase dobra com o cambio. Tamanha foi a felicidade na banda quando vimos o Fender PT100. Segundo o Ynaia, a banda esta divivida em Antes Argentina e Depois Argentina.

Enquanto Kayapy ia lá, o Ynaia foi converter reais em pesos (“comprar dinheiro”) e eu fiquei na net respondendo a entrevista enviada a nós pelo jornalista Sebastian Viviano, do Pagina 12, jornal importante de Buenos Aires. A materia sai na quinta feira, assim que rolar descolaremos o link. Feito isso tudo, saimos para comer e registrar a nossa pasada pela cidade, com fotos e videos. Fomos eu e Ynaia, o Kayapy ficou no albergue para acessar um pouco a net, colocar cordas novas na guitarra e namorar um pouquinho o Fender PT100.

Na volta, estava falando com Pablo Hierro (Scatter Records) pelo telefone, quando me deparei no mesmo albergue com Bacalhau, baterista do Autoramas, que tambem estavam de passagem por Buenos Aires. Com ele tambem encontramos Badi, esposa e produtora, e Flávia Cury, baixista. Combinamos de irmos todos ao “Mundo Bizarro” um pub incrivel, com iluminacao muito confortavel, só falta um palquinho para rolar shows. Porem, assim que chegamos no bar fomos surpreendidos por uma noticia terrivel, o Gabriel (Autoramas) e a Érika Martins haviam sido assaltados na ida para o bar. Tiveram que voltar pra casa de Pablo e Sylvie (Scatter) onde estavam hospedados. Pablo e Sylvie já estavam no bar e tiveram que voltar para abrir a casa para Gabriel e Érika. O clima ficou total rompido para voltar ao bar. Conversamos um pouco com Bacalhau, Badi e Flávia e voltamos pro albergue e dormimos.

No dia seguinte, as 11h saimos do albergue e pegamos um taxi com direcao a casa de Pablo e Sylvie. Lá encontramos novamente com Flavia Cury, mas dessa vez tambem com Gabriel e Erika. Conversamos bastante sobre a ida dos Autoramas à Europa, com o Gabriel relatando o processo: Muito investimento, rala, 27 shows em 30 dias, etc. Pena que eles estavam deixando Buenos Aires hoje, e a conversa nao durou o desejado.

Esse lado da cidade tem muito mais cara de “gringa”, com arquitetura e ar completamente europeus. Realmente a estrutura urbana argentina é de primeiro mundo. Mas, como se percebe fácil, os problemas sociais sao os mesmos dos países em desenvolvimento. Brincamos que a Argentina é um país de segundo mundo, um meio termo entre o terceiro e o primeiro. Depois o Pablo me disse que essa analogía ja foi muito feita por aquí. Ou seja, nao descobrimos roda nenhuma, rs.

Sylvie nos explicou como havia conseguido colocar 3 bandas da Scatter no Festival Ciudad Emergente, que eh organizado pela prefeitura de Buenos Aires, tudo atraves de muita insistencia e de tanto “fazer barulho” com o selo. A cena argentina está anos luz atrás da brasileira e a Scatter é uma das únicas representacoes relevantes daqui. Um selo que investe no mercado medio e descentralizacao dos trabalhos. A vive tem total a ver com o Macaco, Cubo e Fora do Eixo. Nao eh a toa que o “Artista Igual Pedreiro”, cd do Macaco lancado pela Fora do Eixo Discos e Monstro Discos, está sendo lancado tambem pela Scatter aquí na Argentina. Além do Macaco, as bandas da Scatter que também tocam no festival sao Detandooris e Thes Siniestros.

Pra tarde, o Pablo marcou uma sessao do Macaco Bong com o Matias Corral, um fotógrafo fodaco, que ja passou pela Turquia, Líbano, e é fotógrafo próximo de bandas como o Fugazi. Chocamos quando ele nos mostrou a foto que fez com Ian Mackaye, em casa, com esposa, filho no colo e ao fundo a famosa Danelectro. O local que ele escolheu para nos fotografar foi embaixo da linha do trem, onde passa uma avenida estreita que nao para de passar carros. De um lado, um grafite de uma mulher nua, de outro, dois elefantes “cruzando”. Fizemos as fotos em frente aos dois desenhos, e Matias se aventurava no meio da rua pra captar as imagens. O cara é corajoso e bom de lente. Recomendamos o acesso ao flickr, www.flickr.com/matiascorral.

Na volta para casa, nos lembramos de passar em uma banca, devido ao toque dado pela Flavia Cury antes de sair: tinha visto uma velhinha lendo um jornal com uma foto nossa. Como o Pagina 12 sai soh na segunda, saimos olhando para descobrir qual era. Pra melhorar tudo, era o “El Argentino”, distribuido gratuitamente, e citou “Los Macaco Bong de Brasil”. Passamos ainda em mais algumas lojas de instrumentos, pesquisando e voltamos para casa de Sylvie. Peguei o note emprestado do Pablo, respondi alguns emails, escrevi esse relatorio e descarreguei as fotos.

Estamos na espreita para os shows que ocorrem quarta, sexta, sábado, domingo e segunda. Vamos registrar e aí contamos tudo aquí. Até!

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