Coberturas

COMO FOI? JUDAS PRIEST NO RIO DE JANEIRO

Por Marcos Bragatto, Rio de Janeiro (RJ)

Conteúdo: Rock em Geral

Aquele que pensava que a apresentação do Judas Priest ontem, no Rio, seria apenas uma repetição dos grandes shows que a banda fez no passado, ou uma amostra, ao vivo, das músicas do inconsistente álbum “Nostradamus”, metido a conceitual, saiu do Citibank Hall positivamente revigorado. Com inteligência, Rob Halford e asseclas souberam apresentar um repertório diferenciado que trouxe à cena músicas antigas, realçou grandes sucessos e ainda contemplou apenas o necessário do novo material.

Um show do Judas Priest vale já pela paisagem. O palco que a banda bolou para esta turnê superou as expectativas. Para começar, Halford não entra no palco. Vestido de “morte prateada”, é ejetado do fundo de uma plataforma de uns três metros de altura, onde o batera Scott Travis tem posição de destaque. Durante todo o show, ele aparece por detrás de uma porta deslizante embaixo de Travis, sentado num trono, encarnando Nostradamus, agita bandeiras com o logotipo da banda, troca de capas/jaquetas inúmeras vezes, e, claro, pilota a tradicional motocicleta na entrada para o bis. Isso enquanto um pano de fundo muda, lá atrás, de acordo com o tema do show e o disco citado. Um espetáculo por si só, e ainda nem falamos de música – apenas da paisagem em si.

Pois elas, as 18 músicas tocadas em cerca de uma hora e quarenta minutos, formaram um repertório bem sacado, que abriu mão de sucessos como “A Touch Of Evil”, por exemplo, para investir em pérolas escondidas do mesmo álbum, caso de “Hell Patrol”, que teve uma calorosa recepção, e de “Between Hammer & The Anvil”. Junto com a própria “Painkiller”, que fechou a primeira parte do set, fizeram do disco homônimo o mais contemplado do show, lembrando os tempos da primeira aparição do Judas no Brasil, em pleno Rock In Rio 2, num longínquo 1991. Voltando mais um pouco no tempo, o grupo foi buscar a melódica “Rock Hard, Ride Free” do álbum “Defenders Of The Faith”, de 1984, há tempos fora dos palcos. O neófito que chegasse ali naquela hora celebraria a música com uma das novas, dado o sentido que ela ainda faz nesse momento do grupo.

Entre as recentes, a boa “Prophecy”, cuja introdução (“Dawn Of Creation”) registrada em “Nostradamus”, foi certamente feira para abrir os shows, o que de fato aconteceu, e “Death”, cujo andamento lembra, e muito, o Black Sabbath. É de impressionar a disposição física da dupla de guitarristas, seja fazendo a tradicional coreografia ensaiada e típica do heavy metal, ou debulhando solos que não cansam de jeito algum. O melhor desses momentos é em “Sinner”, outra oculta no farto repertório do Judas, e que ganhou novos contornos graças a um solo espetacular de K.K. Downing. Não fosse o bastante, incentivado por Halford, Glenn Tipton respondeu do outro lado do palco, resultando num duelo excepcional, um dos grandes momentos do show.

Rob Halford, entretanto, é que é a estrela maior. Aos 57, tem a voz inteiríssima e continua gritando feito poucos de sua geração, embora alguns ecos indesejáveis tenham sido percebidos. Encarna como poucos o personagem que criou – o Metal God – e esbanja o habitual carisma. Além de se esgoelar, sempre andando de um lado a outro, guiar moto, agitar bandeira (inclusive uma brasileira, clichê dos clichês) e subir escadas, ele, depois de um primeiro bis que teve as ótimas “Hell Bent For Leather” e “Green Manalishi”, tem fôlego para reger a platéia na cativante “You’ve Got Another Thing Comin’”. E depois dela finaliza a noite desse jeito mesmo: gritando junto do encerramento dos outros integrantes, dispensando inclusive a união das guitarras erguidas de Downing e Tipton. Até nisso o roteiro do show mudou, numa noite exuberante.

Set list completo:

1- Intro – Dawn of Creation
2- Prophecy
3- Metal Gods
4- Eat Me Alive
5- Between The Hammer And The Anvil
6- Devil’s Child
7- Breaking the Law
8- Hell Patrol
9- Death
10- Dissident Aggressor
11- Angel
12- The Hellion / Electric Eye
13- Rock Hard, Ride Free
14- Sinner
15- Painkiller

Bis

16- Hell Bent for Leather
17- Green Manalishi (With the Two-Pronged Crown)

Bis

18- You’ve Got Another Thing Comin’

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4 Comments

  1. cara !!!!!!!foi um puta show inesquecivel pra quem foi, eu estive presente nesta celebre mensagem do rockn roll que é o judas priest, esse e o comnetario do dinossauro do rokcn roll (cicero).valeu….

  2. sensacional………….explendido!!! o careca sabe cantar e fazer ao vivo!!!mesmo com 60 naos, ainda tem muito a contribuir, ja q hoje ninguem mais faz metal!!!classico!!!

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