Por Caio Vitoriano, Natal/RN
REM – Via Funchal – SP – 10.11.2008
Monsters.
Prólogo.
Sabe quando você esta na frente de gente que teoricamente faz parte de um inconsciente juvenil, ou que produziram músicas que embalaram várias de suas jornadas de trabalho ou noites lendo um livro numa sacada de uma casa de praia? E que hoje você anda meio distante mas os têm guardado em sua estante com devido louvor. E obviamente você não acredita. Me senti assim quando estava a 100m do REM disparando coisas como “ Ignoreland” num ritmo semi-sônico, sensação similar tive quando fui apresentado ao Arnaldo Antunes ou vi o Beastie Boys.
Show.
Embalados pela turnê do recente, e excelente, disco de pegada rock Accelerate, mandam “Living well is the best revenge”, que também abre o disco, calcados numa massa de guitarras, e moldurados por uma linda parede de leads que projetava imagens-mensagens durante todo o concerto. As músicas estavam formatadas na “plástica” do Monster e Accelerate, guitarras distorcidas, deelays, baixo seguro e batida glam, sem muitos intervalos. Tudo que eu queria num repertório impecável, que faltou coisa como “So fast, so numb” (do New Adventures…) ou “Crush whit eyeliner” (Monster).
Em sequência de uma vez segue “ I took your name” (uma das prediletas da casa), “Whats the frequency Kenneth?”, “Fall on me” (surf day total) e “Drive”, ai me dei conta que estava no show, pois me acostumara com o torpor do Rapid Eye Moviment em sua atmosfera embriagante. Aumenta o som! Nesse estágio do sonho estava extasiado, e como eu, meus amigos, que rapidamente fomos reportados a um limbo entre 1988 e 1994, com saltos para o século 21.
Pontos altos no geral, sem duvida, foram as execuções de “ The one i love”, “Everybody hurts” , “ Its the end of the world…” e o bis, se não me engano, com “Losing my religion” e “Man on the moon”, e Mike Mills (baixo e teclado) trajando a indefectível camisa da seleção brasileira. Bonito foi ver os caras num momento intimista em “Let me in”, música do Monster, escrita pra homenagear o ator River Phoenix, executando a recente “Supernatural, supersirious” como se fossem adolescentes, Peter Buck e sua coleção de guitarras, ou num discurso do Michel Stipe comemorando o brilho de esperança americano projetado, no futuro presidente, Barack Obama, ladeado por gráficos no telão. Sem duvida uma das bandas mais coerentes com suas músicas, público e posicionamento político, e que fiquem embalados na corrente do Accelerate.
Saldo positivíssimo com bônus de ter visto a primeira apresentação da banda, em São Paulo, em 18 anos de carreira, levando em conta que nesse tempo não fizeram tour do Out of time (disco que tem, apenas, “Losing my religion”) e do Automatic for the people (que contém, “Drive” e “Evereybody hurts”), além novos amigos, 4 cervejas e muitas historias pra contar. Que venha o Radiohead! ROCK!
Errata
.. alás a banda tem 28 anos, começou em 1980.
abs.