Por Rafael Cunha
Dizer que a organização acertou a mão na escalação do festival, é uma enorme verdade, mas sinceramente “deram descendo” e colocaram as bandas certas pra se fazer um festival louvável. Nessa quarta e quinta feira, quem estava na Casa da Ribeira pôde presenciar shows sensacionais e que serviram de degustação para a galera que gosta de som de qualidade.
DEBATE
Tinha visto um show deles em Recife em 2006 era outra formação foi muito foda mas dessa vez tudo mudou, não se pode dizer que os paulistas tocam, eles tocam em loops eletrônicos com percurssão, bateria, pedais, sintetizadores que deixam você “dentro” do show e ainda tem um lado teatral envolvendo o público(um rapaz da platéia tocou no meio do show, repetindo o que era feito pelo batera), e os caras encenam mesmo coisa muito foda e melhor, diferente do comum, muitas pessoas não entendiam o que estavam vendo, eu e alguns rockeiros estávamos vidrados no show que foi super intimista e muito bom de se ver!! Quem não foi, perdeu a oportunidade de conhecê-los, Edu e Sérgio fizeram a cabeça da galera que se fez presente.
ELMA
Metal instrumental é como eles se auto intitulam, mas o show vai muito além disso. Instrumental “impressionante”, presença de palco fenomenal e banda bem resolvida no som que quer tirar e muita gente presente já conhecia a banda seja pela internet ou por shows vistos em outros lugares, gostaria de destacar algum da banda, mas todos eles têm suas peculiaridades que sem um deles faria uma falta imensa pro som que é pesado sem ser chato, com outra guitarra “lombrada” timbre strato destacando os solos e riffs muito bem executados por um guitarrista de sandália e bermudinha de praia que destruiu tudo. Bateria e baixo completando o som foda, primeira noite de ótimas apresentações que deixou esse rockeiro que vos fala “de cara”.
EDU GOMEZ
A segunda noite é iniciada com o excelente show de Edu Gomez, o guitar man potiguar que sempre que toca impressiona com sua surra de guitarras. Banda composta por músicos tarimbados do nosso cenário: Miguel (baixo), Pitomba(batera), Rafael(programações, efeitos, gaita…), Diego(guitarra) e o experiente Edu Gomez, apresentam um show de impressionar, duelo fuminante das guitarras de Edu e Diego Brasil fazem o público aplaudir vigorosamente a cada fim de música, ora pesado, ora timbrado, com chorus, delay, wah-wha e todos os efeitos necessários para mostrar o máximo de qualidade do show, outra coisa que colabora é a ótima acústica da Casa da Ribeira que completa o clima e mais uma vez o resultado final do show foi super positivo. A escola do Edu Gomez é aquela galera Joe Satriani e afins, pra mim são perfeitas para aberturas de programas televisivos como esporte espetacular, globo esporte, essas coisas…..Muito foda!!
POETAS ELÉTRICOS
Após o Edu Gomez, ele fica no palco pra tocar com os Poetas Elétricos que entram com todo o brilho de sempre, músicas novas e outras já conhecidas são executadas por Carito e cia., levam além da música, intervenções poéticas que fogem dos padrões normais e que foi muito bem recebido pelo público do festival. Edu Gomez completa o som dos Poetas que fez um show bem à vontade em sua terra Natal.
O GARFO
Pra fechar a noite e a jornada de bandas do Festival Dosol, vem O Garfo de Fortaleza, com seu instrumental muito bem executado, o power trio cearense detona uma música atrás da outra com um amadurecimento enorme em relação ao outro show que tinha visto deles, sinal dos shows feitos por outros estados, vou destacar a música “Banzina” que me chamou muito a atenção pelas linhas de baixo muito fodas com a guitarra dando o charme da música. O Garfo fez um showzão com direito a efeitos lombrísticos na guitarra e banda muito redonda e competente.
Festival Dosol 2008 está de parabéns, se a idéia era proporcionar rock, diversão e vanguarda, sem sombra de dúvidas foi alcançado o objetivo, foi de arrepiar mesmo. Trabalhando, tocando ou assistindo, foi lindo de se ver!!! O rock aqui existe, insiste e é duro!!! É só provar pra ver!!!
FOTO: LADO [R]
Foto: Rafael F.
só ouço falar em rock
vou me esconder
O garfo simplesmente fechou com tudo.
Destruiu! Fantásticamente…