Coberturas

COMO FOI? OFFSPRING NO RIO DE JANEIRO

Por Marcos Bragatto

Conteúdo: Rock Em Geral

Em show ontem, no HSBC Arena, no Rio, ícone do poppy punk escorou repertório em hits que continuam funcionando muito bem sobre um palco. Fotos: Ricardo Nunes / Divulgação Inpress.

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Greg Kriesel, Pete Parada, Dexter Holland, um oculto guitarrista e Kenin Noodles tocaram para cerca de 3500 pessoas

Quando os quatro integrantes do Offspring subiram no palco ontem à noite, mais pareciam um grupo de classic rock do que aquela banda que chegou ao topo das paradas há década e meia dando novas cores ao punk rock. Com a idade pesando nos corpos, um rechonchudo Dexter Holland e um cabeludo Kevin Noodles não tinham o que fazer senão detonar uma saraivada de hits que marcaram a história do grupo. E eles não bobearam. Com o repertório tirado dos álbuns de maior sucesso – “Smash” e “Americana” – detonaram o bom público (3500 pessoas, segundo a produção) que se deslocou à distante HSBC Arena.

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Com esse visual Noodles é quase
um adepto do heavy metal

Não parecia que seria desse jeito, a julgar por “Stuff Is Messed Up”, uma das quatro do fraco último álbum do grupo, “Rise And Fall, Rage And Grace”, que abriu o show. Cadenciada, a música serviu de frio aquecimento para “All I Want”, aí, sim, iniciar as famosas rodas de pogo que deixaram os engravatados da segurança de olhos abertos. Era o início de uma seqüência matadora que além de ter o mega hit “Come Out And Play (Keep ’Em Separeted)”, terminou com a boa “Hammerhead” e suas estranhas mudanças de andamento. Curioso notar que o público cantava de cor também as letras das músicas novas, comprovando que o Offspring é mesmo o que se pode chamar de “banda de fã”.

A pulga atrás da orelha que persegue o Offspring é a falta de renovação que se instalou desde o sucesso de “Americana”, álbum lançado há dez anos e depois do qual eles não conseguiram mais fazer aquelas músicas porradas e ao mesmo tempo colantes que viraram marca registrada. Nos últimos álbuns, faixas pontuais se destacaram, e são justamente elas que entraram no repertório do show, como “Hit That”, do álbum “Splinter”, que causou polêmica por causa de uns efeitos eletrônicos, e “Want You Bad”, música solitária do “Conspiracy Of One”, uma das três escolhidas para o bis.

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Dexter: a voz continua a mesma, já as
bochechas…

E se os fãs vivem discutindo qual o melhor disco, a julgar pelo show de ontem, Dexter e Noodles já escolheram: saíram de “Americana” nada menos que sete músicas (mais da metade do CD), contra apenas três do multiplatinado “Smash”. Difícil achar, no entanto, que alguém tenha pensado nisso quando “Bad Habbit”, por exemplo, é cantada a plenos pulmões, ou mesmo na vez de “Why Don’t You Get a Job” ganhar uma versão mais lenta (quase reggae), por conta de ter sido emendada com a fraca “Kristy, Are You Doing Okay?”, uma baladinha insossa do último disco, levada por Dexter ao violão.

Foi a deixa para um final arrasador, com quatro porradas pinçadas de “Americana”: “Why Don’t You Get A Job?”; a própria “Americana”; “Pretty Fly (For a White Guy)”, que até o porteiro do prédio conhece; e a extraordinária “The Kid’s Aren’t Allright”. Além de “Want You Bad”, o bis contou com “(Can’t Get My) Head Around You”, e “Self Esteem”, completando pouco mais de 75 minutos de bola rolando. Parece pouco, mas para a urgência sonora das vinte músicas tocadas, ficou de bom tamanho. Que o digam os exaustos fãs que se acabaram de tanto cantar e se bater nas rodas espalhadas pelo meio do público.

Set list completo:

1- Stuff Is Messed Up
2- All I Want
3- Come Out And Play (Keep ‘Em Separeted)
4- Staring At The Sun
5- Hammerhead
6- Walla Walla
7- Gone Away
8- Mota
9- Have You Ever
10- Bad Habit
11- You’re Gonna Go Far, Kid
12- Hit That
13- Kristy, Are You Doing Okay?
14- Why Don’t You Get A Job?
15- Americana
16- Pretty Fly (For a White Guy)
17- The Kid’s Aren’t Allright

Bis

18- (Can’t Get My) Head Around You
19- Want You Bad
20- Self Esteem

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6 Comments

  1. Legal, tomará que aqui em Fortaleza eles toquem músicas do CD Ignition, que para mim, é o melhor álbum deles, bem rápido e pouco comercial, sem baladinhas de FM, MUITO BOM MESMO!!!

  2. Tbm Adoraria. Mas acho bem difícil eles tocarem alguma do ignition.

    Sobre os comentários do show, infeliz quando disse q as músicas colantes e porradas só existem nos cds Smash e Americana.

    A escolha de tocar a maioria das músicas do Americana é simplesmente por ter sido o cd mais comercialmente divulgado. Pra mim eles tem muita música de qualidade que poderiam tocar (e que vários fans morrem de desejar), tanto do conspiracy quanto do splinter. Million Miles Away, Lightning Rod, Long Way Home, Come out Swinging são exemplos. Adoraria vê-las. Mas é bem impossível.

    Adoraria mesmo é ver eles tocando as do primeiro cd e do ignition. Mas aí é beeeem dificil messsmo. Bom quem sabe… talvez os cara acordem de revestress e resolvem quebrar geral…

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