Por Rodrigo Cruz
A tarde-noite denominada “pesada” do Festival DoSol 2008 chegou, felizmente, sem nenhum atraso. Gandhi, daqui de Natal mesmo, mostrou seu Trash metal ainda verde mas que ainda pode melhorar (pode ser redundante, mas é isso…).
A segunda banda, AK-47, tocou para (ainda) pouca gente no palco do Armazém Hall. Mas não se importaram com isso e mandaram seu som cada vez melhor. Foram aí que surgiram as primeiras rodas de pogo da tarde. Alguns erros e uma parada no meio da música “Entrada” para voltar, pois o vocalista Juão perdeu o fio da meada. Apesar dos contratempos, continuo vendo na banda uma das grandes bandas do independente nacional dos próximos anos.
De volta ao Centro Cultural DoSol para conferir a cearense Plastique Noir. Talvez um pós-punk moderno com bateria eletrônica, que acabou dando problema. Destaque para a voz grave do vocalista e da performance do guitarrista.
Brand New Hate já tocou para um público que já começava a chegar em bom número. Mostrou, com um show vigoroso e redondo que é um das melhores bandas do RN na atualidade.
A minha primeira experiência ao vivo com os “Xubbianos” do Distro foi melhor do que eu imaginava. Letras de muito bom gosto, instrumental primeira de luxo e dois vocalistas que me surpreenderam. Principalmente Rafael Cunha que melhorou muito em relação à época em que cantava no Calibre.
O Calistoga até parecia uma das grandes atrações da noite. A galera tava lá, marcando em cima, cantando e fazendo rodas em um show de mais uma boa banda potiguar. Mas eu ainda continuo sem ver nada demais na banda, a não ser que estão mais maduros. Só.
Pernambuco sempre nos apresenta boas “rock bands”, e dessa vez nos apresentou uma boa “boy band”. Tudo muito bonitinho, sincronizado, back vocals bons. “Os Astronautas cada vez mais longe” é o único refrão que lembro do show deles. Será em alusão aos conterrâneos dos Astronautas?!
A local Expose You Hate já é uma lenda viva do nosso rock. Armazém lotado lotado lotado… Os metaleiros estavam presentes em grande número e não cansavam de balançar a cabeça no som de ouro dos caras. Eu fiquei tonto só de ver…
No palco menor a paulista Venus Volts. Maior parte do público preferiu ficar no outro palco esperando pelo Torture Squad. A galera sacou uma excelente banda de rock cantado em inglês, com excelentes vocais alternados entre Trinity e Pellê. Sem dúvida uma das melhores bandas da noite, e que dividiu o público entre os que cruzavam os braços apenas para “sacar o som” e os que pulavam. Espero que eles procurem uma carreira internacional, senão vão morrer em um país de língua portuguesa.
Sem dúvidas o show mais esperado da noite estava ali, prestes a acontecer, Torture Squad, de São Paulo. Puz, como foi lindo ver a galera cantando todas as músicas e a expressão de felicidade no rosto de público e banda. Emocionante. Prova de que o metal independente é forte até mesmo no Nordeste do Brasil.
A representante do interior do RN veio em seguida: Catarro. Confesso que vi apenas a passagem de som deles, tirei algumas fotos e fui sentar um pouco e tomar uma água, afinal 107 kg pesam… Mas, pelo eu ouvi, segue na linha Trash convencional.
Para encerrar o festival, nada melhor do que os capixabas do Mukeka Di Rato. Mesmo desfalcados do vocalista, Sandro, fizeram um show insano para o delírio de boa parte do público que resolveu ficar, mesmo com a passagem de uma nuvem chata.
Parabéns à Foca, Ana, toda a equipe, bandas e público. As fotos fico devendo pra amanhã.