Por Foca
O Festival Mundo chega na sua 4ª edição fazendo uma visível alteração estética: trocou o grande palco/espaço da edição do ano passado por um lugar menor e investiu pesado em conteúdo. Uma escolha acertada. Cerca de 300 pessoas circularam ontem no primeiro dia de shows e para hoje a tendência é no mínimo dobrar segundo os organizadores.
Algumas ressalvas ficam como alerta (que dá para ser resolvido até hoje mesmo com algum esforço). A sonorização foi um problema em quase todos os shows. Frequências emboloadas, P.A mal afinado e um equipamento mal cuidado exigem muito mais das bandas na hora de acertar o som. Por isso, quem passou os instrumentos a tarde levou vantagem. Fica o alerta para hoje. Outra coisa ruim é que a produção permite que as pessoas entram e saiam do festival (prática pouco comum em outras praças), deixando alguns shows com público maior e outros nem tanto. Se é costume da cidade, que possamos tentar mudar esse costume. É para isso que festivais de música independente servem também.
A escalação dos shows e a pontualidade monstraram a competência da equipe em estruturar as apresentações. Às 21h em ponto o Outona (PB) começou o seu show com um emo moderno tocado por uma turma bem nova (o guitarrista parecia ter 15 anos). Boa pegada com bons músicos mas tenho certeza que a próxima banda de cada um deles vai ser bem mais interessante que essa. É um processo natural.
O Camarones Orquestra Guitarrística (RN) veio de Natal se apresentar pela primeira vez em festival fora do seu estado de origem e fez um bom show. O som não ajudou no começo, mas do meio pro fim a turma engrenou e mostrou vigor nas interpretações. O número de bons grupos que “limam” o vocalista está só aumentando Brasil afora. Despretensão a serviço da música instrumental, um bom rumo a seguir.
O Calistoga (RN) também sofreu um pouco para acertar o som e levou seu rock forte, sempre resvalando no hardcore, para o bom público que já assistia as apresentações. O grupo é coeso, tem boas músicas e pode alçar vôos maiores em breve. Dante ontem estava com a voz ruim, mas segurou as notas altas com muito esforço até o final.
O Star61 (PB), banda muito popular aqui na Paraíba, mostrou a força das suas músicas na hora em que o som estava no seu pior momento – fato que quase bota a perder a apresentação do grupo. Flaviano é um dos front mans mais legais do Brasil com seu jeito “gay maldito” de comandar as apresentações. Quando solta o violão então, aí vira bicho e é difícil segurar. Foi uma festa! No final tocou uma dos Secos e Molhados e ainda chamou Márvio do Cabaret para fazer uma capela de uma música dos anos 80 ícone da cena gay (me ajudem no nome e no autor dessa música nos comentários).
O Cabaret (RJ) veio com tudo para estas apresentações no Nordeste. Já no começo da sexta o jornalista pernambucano Bruno Nogueira tinha comentado comigo que a banda capitaneada pelo excelente vocalista Márvio dos Anjos tinha “moído” em Recife. O que o Cabaret faz no seu som e tudo ponte para que seu vocalista brilhe, e os outros membros parecem não se incomodar com isso, o que é ótimo! As músicas são todas clichês de bons rocks daqueles “grandões” dos anos 70. Riffões, bateria reta e precisa, tudo para deixar o vocalista comandar o show. Beijos na platéia, danças, estripulias com Flaviano do Star61 e tudo isso cantado e muito bem – o que é o mais importante. Marvio é artista, mesmo que alguns achem que isso é um posicionamenteo falido ou fadado ao fracasso. Ele não se importa e no palco curte o momento. Muito bom de ver e ouvir!
Já com a sonorização bem ajustada vinda da apresentação anterior (e não por acaso foram os únicos grupos a passarem o som) o Macaco Bong (MT) mostrou porque hoje é um dos grupos mais importantes da música indie nacional. O grupo faz uma espécie de mantra nervoso para levar o ouvinte onde ele nunca foi e o mais impressionante é que conseguem. O baterista dos Camarones, pouco acostumado a assistir grupos desse tipo, parecia hipinotizado na frente do palco. Uma cena surreal. Retundante dizer que foi magnífico, que os timbres estavam ótimos, que a precisão do trio é sensacional. Ontem eles pareciam estar num dia especial.
Foi um ótimo encerramento de noite premiando o esforço da produção do festival. Hoje tem muito mais!
Fotos: Ana Morena Tavares e Anderson Foca
Foca, agradeço a você pelos comentários positivos sobre o nosso show, mas quero lhe ressaltar que a banda tem apenas 3 meses, e nós ainda temos muito pela frente, e a evolução natural virá com certeza… dentro da banda.
Espero tocar por aí em Natal, e mostrar nosso trabalho para a galera potiguar.
Valeu!
vamo aí!
Texto muito sensacionalista e puxa demais o saco das bandas do RN.
Porém, nada mais óbvio.
Não achei que as bandas Calistoga e Camarones Orquestra Guitarrística conseguiram entreter o público como Cabaret, Star61 e Macaco Bong. Talvez tenha sido por esse motivo que o público oscilou entre essas bandas.
Melhoras nos textos!
discordo mas respeito.
e no texto deixo claro que os melhores shows da noite foram o do star61, macaco bong e cabaret, Lê de novo aí…
O festival mundo esta de parabens pela sua estrutura e pelo movimento que fizeram na cidade..
=D
Esse biu tá completamente louco… onde é que o texto puxa o saco das bandas do RN?!?! Eu hein, que bobagem…
Eu ouvi alguns comentarios de pessoas ao meu lado que disseram que esperavam “mais’ do Cabaret. Se for assim eu esperava menos, pq achei muito boa a apresentação deles (ou dele, o Marvio) e gostei muito da interação que tiveram com o Star 61, que como em todos os shows deles animaram a galera. O Flaviano com seu super carisma e sem papas na lingua, adoro.
Parabens a todos que fizeram o Mundo 2008 acontecer.
Obrigado,Foca!!!!!!
A música que cantei a capela com o Márvio foi A Little Respect do ERASURE.
Abraços!!!
pô flaviano, nem te conheci aí. Mas aqui no dosol será impossível não nos falarmos! 🙂
i love camarones.