Amanhã sai o primeiro lançamento do ano aqui pelo Dosol, o álbum de estreia da multi-artista Luisa Guedes junto com os Alquimistas. Já conferimos, vem bonito e vai moer. Saiba mais sobre “Cobra Coral” e sobre os alquimistas na entrevista abaixo.
Dosol – O processo do disco foi demorado até chegar no resultado final, como foi tudo?
Luisa Guedes – O tempo total de produção, gravação e mixagem do disco durou mais de um ano e foi um processo bem orgânico para duas pessoas perfeccionistas como eu e Gabriel (Souto, do Dusouto). A princípio iríamos lançar um EP com poucas faixas, mas o número de composições foi aumentando e a gente foi precisando de mais tempo pra finalizar.
Dosol – Qual é o lance por trás do nome Cobra Coral?
Luisa Guedes – As serpentes tem aparecido na minha vida de várias formas: meu kin maia é a “Serpente Cristal Vermelha”, meu signo chinês é a Serpente e meu orixá é Oxumaré, que também é representado pela cobra. Sendo assim passei a ligar esse trabalho do disco a uma dessas várias peles que a cobra pode trocar durante a vida. A Cobra Coral é um animal que possui uma versão “falsa” e uma “verdadeira”, ela “engana” pela sua aparência podendo ser inofensiva ou ter um dos venenos mais letais do mundo, o que me fascina demais e cai como uma luva para nomear esse disco que ao longo das faixas vai se “transformando” e apresentando atmosferas diferentes a cada canção.
Dosol – Você veio do circo e tem relação com a música, onde estão as semelhanças e diferenças?
Luisa Guedes – O circo é uma linguagem bem complexa, que agrega diversas outras dentro dela mesma. A música, por exemplo, acompanha os circenses nos treinos e apresentações desde “sempre” e eu comecei a cantar para o público na trilha sonora de um espetáculo de circo, em 2013. Depois de entrar em “crise” várias vezes devido a esse meu gosto “múltiplo” pelas artes, e me pressionar a “escolher” um caminho só para seguir, fui aceitando o fato de que me sinto completa quando vivo circo, música, dança e estética no meu cotidiano. Desta forma, precisei assumir esse corpo “multiartístico” e tenho trabalhado em uma formação que não me deixe confusa, mas que respeite esse meu processo de auto conhecimento. Atualmente trabalho as linguagens do circo e da música de forma muito separada, mas tô construindo uma maneira de me comunicar com o mundo que agregue ambas, pois se completam.
Dosol – Seu show tem reggae, brega pop, sons mais etéreos, quem vc acha que pode se identificar?
Luisa Guedes – Percebo que o público do nosso trabalho é bem diverso, devido as várias sonoridades que abordamos. É difícil mapear um perfil das pessoas que nos acompanham e isso me deixa bem contente. De toda forma, vejo que o público jovem tá bem aberto a nos receber, de maneira geral.