Fonte: Diário de Natal
Depois de adiada por uma semana por causa das chuvas, no sábado foi promovida a final do MPBeco. O ouro da noite foi a canção Natal Canibal (Moisés de Lima e Luiz Gadelha) interpretada pelos Grogs, que levou três prêmios, o primeiro lugar de melhor música, melhor arranjo e melhor intérprete. Em segundo lugar ficou a canção Começo, meio e fim (Ivando Monte/ Romildo Soares) interpretada por Ivando Monte, e o terceiro lugar ficou com Jaz (Jorge Negão) interpretada pelo grupo Pangaio. A música Dessa casa quero as lembranças (Bruno Alexandre/Luiz Gadelha), que foi defendida por Patrícia Palhano, conquistou o público e foi eleita a melhor canção pelo voto popular.
A festa promovida na Praça Sete de Setembro começou com um show de Mirabô Dantas que fez uma homenagem aos 40 anos da Tropicália, o encerramento ficou com a orquestra Boca Seca. A entrega da premiação estava prevista pelo regulamento para ser entregue no próximo dia 14, mas em virtude do adiamento da final a comissão organizadora vai estudar uma nova data que será divulgada em breve no site www.festivalmpbeco.com.br.
Primeira colocada
A música vencedora é uma das várias parcerias entre o baixista Moisés de Lima e o poeta Graco Medeiros. A idéia da composição surgiu há cerca de três anos, mas somente no ano passado foi finalizada. A letra faz um paralelo entre a colonização portuguesa e a recente invasão dos estrangeiros em Natal, que estão comprando as terras de Poti em uma espécie de neocolonização. â€˜â€˜É um hard blues, uma das características das nossas músicas, sempre puxada para o blues. É uma letra que também tem bom humor. Graco é um cara que teve muita perspicácia ao fazer a letra, tem uma leitura muito profunda, uma visão histórica e soube fazer uma letra muito interessante’’, analisa Moisés.
Na primeira vez que a canção foi tocada em público, em 20 de novembro do ano passado durante o projeto Seis & Meia, ocorreu um fato curioso. Um dos versos da composição se refere à ponte Forte-Redinha (A ponte do Forte-Redinha/ erguida sobre o Potengi,/ namora as duas metades,/ as duas filhas de Poti). A música foi interpretada no Teatro Alberto Maranhão no mesmo momento que a ponte estava sendo inaugurada.
Moisés confessa que ao inscrever a música no festival sabia que a composição iria passar pelo processo seletivo, ‘‘o que a gente queria era chegar na final e conseguimos. O momento mais tenso foi na semifinal, pois a gente não sabia se a música iria para a final. Ao chegarmos na final o que viesse seria lucro. Tínhamos uma expectativa positiva, mas não esperávamos ganhar três dos quatro possíveis prêmios’’, revela.
Ele atribui boa parte da qualidade da música à letra, ‘‘todo poeta pode ser um bom letrista, mas nem todo letrista é um bom poeta. Uma boa música aliada a uma boa associação de idéias pode melhorar muito a peça’’, acrescenta. Os Grogs agora começam a pensar na gravação de um CD, ainda sem data para entrar em estúdio, que terá como uma das faixas principais a música Natal Canibal e na participação do Mada em agosto.
A segunda colocada da noite Começo, meio e fim, de Ivando Monte e Romildo Soares, foi interpretada pela próprio Ivando. ‘‘Essa parceria surgiu há três anos, quando eu estava saindo de um restaurante de madrugada e fui parado na calçada por Romildo que me entregou a letra para que musicasse. Gravei a canção no meu CD que será lançado sexta-feira no Beto’s Bar, na Zona Norte’’, anuncia Ivando. Esse foi o 12º festival que Ivando concorreu, mas foi o primeiro MPBeco, ‘‘chegar até a final já é uma vitória e ganhar foi uma boa surpresa. Foi uma boa hora para ser premiado pois dá um gás novo e é uma ótima divulgação, um ótimo incentivo’’.
‘‘Em festivais a gente sempre joga e espera para colher o resultado. Foi uma maravilha ficar em terceiro lugar depois de concorrer com mais de 270 músicas. O nível do festival foi muito bom’’, afirma Jorge Negão autor da música Jaz que ficou em terceiro lugar. ‘‘E bacana essa história do festival abrir para os concorrentes fora da capital. Também seria legal se eles envolvessem outras artes, como o Mada faz, promovendo festivais de cultura popular, de dança, de artes plásticas’’, sugere o músico.
Dessa casa quero as lembranças, parceria de Bruno Alexandre e Luiz Gadelha levou o prêmio de melhor canção pelo júri popular. ‘‘Ser classificado já foi muito legal, não estava esperando levar nenhum prêmio. É muito legal ser eleito pelo povo, afinal a música é feita para eles. Esse prêmio também é um reconhecimento ao trabalho prazeroso de compositor’’, diz Gadelha. Essa canção é a primeira parceria entre Gadelha de Bruno, ‘‘me identifiquei muito com o que ele escreve’’. Gadelha aproveita para elogiar a estrutura e a organização do festival que foi cuidadosa com a luz, o som, a parte gráfica do material, ‘‘isso dá uma maior credibilidade ao evento’’, pontuou.
hayssa pacheco
Da equipe do Diário de Natal
Parabéns pra todos os vencedores.
Vida longa a música potiguar e sucesso para todos!