Foto: Primeiro show do Jam97, também o primeiro show que organizei
EU SÓ QUERIA SER MÚSICO
Por Anderson Foca
Eu só queria ser músico. Tocar rock por aí, ser uma estrela da música e viver como num clip do Van Halen nos anos 80. Em 95 ser como os Raimundos já me bastava, vida na estrada, rock todo dia e coisas do tipo. Tentava sem sucesso ter uma banda que tinha como equipamentos uma caixa onde ligávamos todos os instrumentos e uma bateria surrada. Não havia escritório de familiares que não ocupássemos nos fins de semana com nossa “equipe”.
Em 97 dei um salto qualitativo. Passei a estar numa banda em que cada integrante tinha o seu equipamento. Quase não acreditei quando nos primeiros ensaios consegui finalmente ouvir minha voz minimamente depois de dois longos anos “cantando”. Formávamos um grupo chamado Jam97. Nome horroroso por sinal, mas que nos orgulhava muito na época. A tentativa de seguir carreira era uma só para quem estava no Nordeste. Tínhamos que ir ao Abril Pro Rock, ficar na porta do backstage, esperar Paulo André – produtor do festival – sair, dar uma fita cassete para ele e pronto, todo um sonho se realizaria: tocaríamos no evento, uma gravadora nos contrataria e no ano seguinte voltaríamos lá de novo com um disco e uma tour.
Eu só queria ser músico. Só que logo percebi que meu sonho morreria se eu esperasse a sorte bater na minha porta. O engraçado é que o universo conspira durante nossas elocubrações e acabei encontrando muita gente que vivia realidades (e sonhos) parecidas com a minha. Eram zineiros, roqueiros, indies, jovens jornalistas numa fauna imensa de desacreditados, totalmente à parte do universo das gravadoras, mas que acreditavam na música como condutora de suas vidas. Começamos a trocar cartazes, zines, fitas e nos conhecemos presencialmente em alguns festivais como o SuperDemo, Abril Pro rock, Porão do Rock, RecBeat, MADA, entre outros.
Eu só queria ser músico, mas em Natal tocar rock era impossível. Na angústia dos ensaios sem show, já fora da faculdade e com a carreira voltada só para a música, comecei a perder a esperança de ser contratado. Mais que isso, comecei a ter nojo da ideia de ter que entregar minha criação para outras pessoas editarem, gravarem e afins. Queria ser dono do meu nariz e responsável direto pelo sucesso ou fracasso da minha empreitada. Não me restava nenhuma alternativa a não ser seguir o caminho alternativo, onde shows autorais eram raros e tours de bandas de fora da cidade eram mais raras ainda. Começamos do zero produzindo shows para o Jam97, nessa época já com um nome um pouco melhor, o Ravengar. Lembro de comemorar como um gol uma nota de cinco frases publicada na Tribuna do Norte sobre o primeiro show. Era garantia de sucesso porque sem internet e redes sociais, o único jeito de informar as pessoas sobre uma atividade artística era via TV ou jornal. Assim comecei a me tornar um produtor cultural.
Como eu, centenas de jovens no Brasil inteiro passaram a ter as mesmas ideias, produzir os próprios shows, criar os próprios cartazes, seguir o lema punk do eterno “do it yourself” e empreender em atividades inéditas dentro de suas cidades, muitas delas inclusive ridicularizadas pelo poder público. Em Brasília, capital dos playboys, em Goiânia, capital da música sertaneja ou em Natal, capital do forró e em várias cidades Brasil afora a chama do rock independente permaneceu acesa, e mesmo nas mais toscas produções e nos piores espaços que nos abriram portas permanecemos ativos, mantendo a tradição dos nossos antecessores do punk, do começo do rock 80 e de muitos outros que vieram antes de nós.
Foto: show do Ravengar em 98 no Boulevard, Natal/RN
No final dos anos 90 já fazíamos coisas bem relevantes. Começamos a lançar nossos primeiros discos, e a minha geração foi a que popularizou o CD como mídia. Ficamos mais perto de registrar nossos trabalhos, já que lançar vinil por conta própria era algo fora da nossa realidade pelos custos de estúdio e prensagem. Começamos a nos digitalizar e a internet apareceu. Lembro de tentar gravar meu primeiro cd com o Ravengar, mas era tão caro que a banda acabou antes de terminarmos o disco completo (a dívida do estúdio só foi paga quase três anos depois com os mesmos caras que mixamos hoje, o Megafone). Continuei em bandas e continuei produzindo shows e bandas. Meus companheiros fora daqui começaram a ter vitórias parecidas, alguns foram absorvidos pelo mercado mainstream, outros foram protagonizando cenas em suas cidades como a Monstro em Goiânia, Tamborete no Rio de Janeiro e uma infinidade de labels em São Paulo, só para servir de exemplo.
Com a internet, a troca de informações entre a minha geração ficou mais dinâmica. Fomos capazes de utilizar isso ao nosso favor enquanto assistíamos “de camarote” a derrocada das grandes gravadoras como conhecemos, engolidas pelo período digital. Nossas atividades foram ganhando alguma visibilidade, já não éramos os patinhos feios da sociedade, muito de nós estavam começando nas redações de jornais e revistas, aos poucos fomos começando a produzir artistas que eram nossos contemporâneos e que tinham atingido o grande público e fomos aprendendo a atuar mais profissionalmente.
Eu só queria ser músico, mas já fazia mais de dez atividades ligadas à música que não tinham a ver com ensaiar, compor e se apresentar. Meus trinta minutos em cima do palco eram um prêmio pelo meu esforço de fazer o rock acontecer diariamente na minha vida, na minha cidade e no meu país. Sabia que o que eu fazia era parte de algo muito maior e que tinha alguém bem longe de mim que estava fazendo o mesmo. Pela internet trocamos tecnologia e encurtamos caminhos uns dos outros. Nossa geração sabia que precisávamos de força conjunta, meu grupo nunca iria para São Paulo se eu não fosse capaz de receber um grupo de São Paulo por aqui. Criamos intercâmbio mínimo, médio e máximo.
Foto: Um dos shows que sempre sonhei produzir. Danko Jones (Canadá) no Festival Dosol 2009. Virou realidade.
Não queríamos mais espaços ruins pros nossos shows e resolvemos abrir nossos próprios espaços, adequados à nossa realidade. Não queríamos mais estúdios que não entendiam nossa linguagem e compramos nossos próprios computadores. Não queríamos mais festivais com bandas que não nos agradavam e criamos nossos próprios festivais. Sou capaz de contar nos dedos das mãos quantos festivais de música independente existentes até hoje no Brasil que são geridos por caras que não são músicos ou não vieram de alguma banda. Perdemos editais e projetos por mais de dez anos para corporações culturais instaladas nas grandes cidades e aprendemos sozinhos a competir por melhorias para as nossas atividades. Ninguém nos ensinou, ninguém deu dica, não havia palestras. Atiramos no escuro até começar a acertar e replicamos as coordenadas para que mais de nós pudessem fazer o mesmo. Minha geração não ficou num bunker atirando pedra no inimigo oculto. Foi lá e cavou seu espaço com muito trabalho e dedicação que só o extremo amor pela música foi capaz de nos fazer aguentar. Isso pode soar piegas, mas é real.
Muitos de nós se organizaram em associações  e movimentos culturais para ter força política e defender nossos direitos como classe culturalmente ativa. Vieram ABRAFIN, Fora do Eixo, Associação de Produtores, Fóruns de Músicos, Redes, Casas de shows, Cine Clubes, sites, entre outras centenas de atividades, todas no intuito de se manter viva a chama da música nas mais variadas esferas da sociedade. Nossas responsabilidades aumentaram mas nunca corremos com medo desses novos desafios. Nunca corremos com medo de nada.
Por isso que é fácil entender porque caras como eu produzem festivais, têm banda, estúdio, fazem seus próprios clips, sua própria assessoria de imprensa e ainda saem para dividir experiências Brasil afora com quer tentar fazer o mesmo. Estamos acostumados. É o que fizemos ontem, fazemos hoje e vamos continuar fazendo amanhã. E eu só queria ser músico.
Para essa geração que se forma agora no meio do caos mercadológico em que se configurou a música no Brasil é compreensível que ao invés de heróis da resistência (título que não queremos para nós) sejamos vistos por alguns como o “mercadão a ser combatido”. O contra-ponto, o “inimigo” a se combater parecem ser uma espécie de pólvora propulsora. Sabemos disso, já fomos assim. A minha geração tinha um oceano para atravessar a nado para poder colher alguma vitória. E essa geração de agora? Qual é a briga boa a se comprar? Existe um oceano para ela atravessar?
Foto: perseguimos o sonho de trazer um Ramone à Natal por 10 anos. Marky Ramone em ação no Festival Dosol 2010.
Eu ouvia fita fora de rotação para conhecer meus ídolos da música e a nova geração clica num streaming e ouve qualquer coisa em altíssima qualidade. Eu via filmes dropados e com áudio fora de fase para assistir meus ídolos e hoje tudo está disponível no youtube em alta definição em tempo real. Só vi um estúdio ao vivo quase seis anos depois de começar minha carreira com música; hoje, em cada computador tem o que os Beatles jamais tiveram para gravar. Essa geração tem a sorte de não ter o que combater, porque não somos os inimigos inacessíveis com os quais eles nunca dialogarão como foi para gente quando começamos nossa atividade com música. Qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo fala com qualquer um dos caras da nossa geração com um único clique e correspondemos a esse contato dentro do limite do possível (e às vezes do impossível).
Sobra tempo para essa geração empreender, se dedicar e realizar. Tempo que nenhum dos caras da minha geração ou dos que vieram antes jamais tiveram para se manter em atividade com música. Hoje temos uma super população de artistas que termina sendo um crivo muito mais difícil para quem quer ter uma carreira. Temos muito mais quantidade e dessa quantidade aumentou também a qualidade de registros, áudios e perfomances mundo afora. Cada período tem suas dificuldades e vocês da nova geração têm que arrumar soluções inteligentes para vencer esses novos obstáculos.
Dedico esse texto, que pretende ser o começo dos meus relatos para um livro de 10 anos de atividade do Dosol, para todos os meus amigos advogados, promotores, médicos, fiscais da natureza, e doutores que tentaram ter alguma carreira na música e por uma contingência do destino não conseguiram. Se hoje ainda continuo aqui empreendo na música devo isso a todos eles.
Essa é a única e real história sobre a minha geração, aquela que disse não ao mercado como ele existia e criou o seu próprio (e ainda muito pequeno) espaço. O mais legal disso tudo é que descrevi resumidamente acima apenas o começo de uma longa caminhada. Â Podemos acumular conhecimentos e continuar a caminhada juntos. Quem se habilita?
mandou bem!
sincero como se deve ser..
vamo em frente Niela! 🙂
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|m|
ROCK!
[Aqui tem o registro que mostra porque o ‘abuso’ que eu tinha de você sem motivo antes de te conhecer se transformou em admiração e respeito – além de amizade – depois de ver tudo como realmente acontece.]
=*
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vc é uma linda denise! 🙂 Uma amiga querida que o rock me deu!
Massa. Nada que eu não soubesse ou imaginasse, de tanto que já busquei referências nessa geração pra problemas de hoje em dia, mas ainda assim muito massa. Bom “ouvir” direto de quem sabe o que fala e tem propriedade pra falar sem soar pretensioso. Parabéns pelo texto e seguimos ansiosos pela continuidade.
Agora, sobre o problema da nossa geração, se queres mesmo saber, é justamente a facilidade que é nosso status quo. As dificuldades são combustível pro potencial humano, e quando vem tudo de mão beijada as pessoas tendem a desdenhar, mesmo que involuntariamente. No entanto, ainda é um momento muito bonito o que vivemos. Entre os que muito fazem e os que pouco fazem, somos toda uma cadeia produtiva funcional e emergente.
deixo claro quwe todasa as gerações tem os seus nós, ainda estamos desatando os nossos porque não somos só a geração passada, somos a geração atual tbm!
Tenho 20 anos e faço parte dessa nova ‘geração’. O começo do texto lembrou muito meu começo no rock. A tecnologia de certa forma facilitou as coisas, comunicação, divulgação quase instantânea e gravações cada vez mais acessíveis, mas em contraponto a facilidade leva a quantidade e uma super população de artistas. Acho que a nova geração em si ainda não tem uma noção completa do que e aonde essa tecnologia a favor da arte pode levar. Essa certa facilidade pode levar a dificuldades absurdas.
Muito interessante a perspectiva de quem faz o rock. Essa geração de produtores junto com a internet novas mídias digitais mudaram a cara da música e dos eventos tupiniquins.
Texto de certa forma contado em forma de odisseia, mas ainda acho que é só o começo pra vocês. E pra nós também.
melky, é só o começo sim. Muita água ainda vai passar debaixo dessa ponte!
Grande contribuição Foca! Belo relato de experiência vivida, imanente, viva, sem pretensão de “ter um capital” reivindicando herança de feitos pretéritos de outr@s (o que seria pura transcendência, e discurso de autoridade). Valeu cara! Gostei e divulgo. Pela co-produção do comum (para além do público e do privado!) e pelo compartilhamento, um viva a contribuições que nem querem decidir nem falar pelos outros, mas compor forças na criação de mundos desejáveis e interessantes, não por último, não exclusivamente, mas válidos! Legítimos. Grande abraço! Adelante! Com afeto e com gana,
leonardo
Valeu Leonardo, se puder replicar-lo agradeço. O texto foi feito até para servir como uma referência de quem somos, de onde viemos e onde chegamos e o mais legal é que a história continuará sendo escrita! Vamos nessa!
Um “desabafo” que eu disse “ufa” quando terminei de ler!! Muita informação (boa) e uma viagem incrível pelo tempo que você fez… Muito boa a idéia do livro também! Quero ver e ler hein!???
sai esse ano! 🙂
Muito irado mesmo. 😀
Muito bom ler essas coisas, e vamos em frente. Ainda tem muita história sendo escrita.
vc é parceiro césar!
“Podemos acumular conhecimentos e continuar a caminhada juntos. Quem se habilita?”
Tem gente te esperando pra isso há muito tempo!
Abs.
Muito massa o relato Foca!
Quem te conhece sabe o guerreiro que tu é e são pessoas como você que dão inspiração pra poder continuar na correria.
Lembro que quando vi que Marky Ramone tava no line up do Do Sol pensei: “Porra, Foca deve tá mega-feliz!”. E é isso cara, a felicidade de tá fazendo o que gosta e correndo atras de seus sonhos, não tem grana no mundo que pague.
Que essa correria boa não pare nunca!
Abração!
Você e Ana mostraram e continuam mostrando que é possível trabalhar com o que gosta, que é possível conseguir o que quer. A trajetória de vocês é muito bonita e admirável! Pra vcs nada parece impossível! E tenho certeza que vcs colherão muitos frutos ainda de tanto trabalho e dedicação!! E posso dizer que estive presente em boa parte dessa história né? Parabéns!!! Bjos 😉
Daniel, queremos fazer 5.000.000 de parcerias e atividades, mas não damos conta de todas, lógico. Com pacimônia vamos caminhando nisso também.
Desde sempre agradecemos o interesse e disponibilisade.
Foca, sua história é rica e bela, mas se vc quer ser músico, tem que estudar música e não fazer tudo isso que fêz.
Do que vc trata que fez sua geração, eu chamo music business, ou seja, vcs são todos empresários. Isso não quer dizer que não há músicos em sua geração. Há sim, eles continuam estudando as notas.
Não podemos continuar confundindo “ser músico” com “viver do negócio da música”. Ser músico é estudar a materia, saber por algum caminho, qualquer que seja, manipular as notas musicais em suas diversas consequências (e creia, isso dá muito trabalho).
Foca, vc está de parabéns, é um vencedor sem dúvidas, mas como empresário, e isso não diminue em nada seu trajeto, sua história.
Música é arte, é elemental e gera obras que vão se eternizar ou servir de referência pelo teor de seus conteúdos.
Continue produzindo eventos e festivais com a maestria que vc tem, com isso ganhamos todos, músicos, público, enfim, Natal e o RN.
Grande Abraço
Paulinho, meu ídolo do baixo e amigo de batalha. Nós não somos exatamente empresários, nós somos amantes de música, ligados ao rock, abertos a todas as sonoridades e que resolveu que quer viver dentro desse universo pro resto da vida. É o nosso caminho, não é o único, que fique claro. O seu caminho, da academia, do estudo da dedicação a arte como matemática e sentido é louvável e tenho certa inveja branca de não poder compatilhar desse mesmo conhecimento.
Eu SOU MÚSICO E VIVO DO NEGÓCIO DA MÚSICA mesmo que você ‘desmereça” o pouco de conhecimento que tenho sobre música, já que não sou um “estudado”. Aprendi nesse tempo que a gente vai atrás da independência exatamente para fazer aquilo que nos der na telha sem ter que dar satisfação para ninguém a não ser para gente mesmo. Estou feliz assim, que é basicamente o que importa para todos nós , né não?
Muito da minha atuação é também para ver nascer as obras que se eternizarão, novos conteúdos e afins. Como eu disse antes, cada um segue seu caminho e nós precisamos uns dos outros aqui, ontem e sempre.
Agradeço seu interesse no texto e os elogios ao meu trabalho, caras como você são muito importantes pro que faço. Muito obrigado.
Oras, PaulinhoSarkis, o Foca não é escritor, nem artista plástico, nem ator, nem estilista, nem médico. O Foca é músico. Ele sobe no palco e toca. Se toca bem ou mal, se conhece ou não as notas, se é um músico excelente ou medíocre, isso é outra história. Mas que ele é músico, é sim, inclusive porque é assim que ele se define e se apresenta ao mundo.
Bem interessante o texto, mostrando em poucas palavras a história de anos de força e resistência da cena independente. E que venham novos desafios a serem vencidos!
Interessante a observação feita por Paulo Sarkis.
Entretanto, penso que para ser músico não é preciso ter um diploma ou ter feito algum curso.
Se assim o fosse, onde estaria o empirismo?
Imagino que ser músico é você criar sua música, sua arte.
Nascia, desde então, o famoso “é o rock”. huahuhaah
Parabéns pelo espírito!
Foca, fizeste um aparado geral da situação real que caras com mais ‘rodagem’ como nós viveram quando a internet ainda não era o canal que é hoje e que acabou por facilitar a vida de quem grava, distribui, divulga, enfim, gere sua carreira. E definitivamente a internet é a mola propulasora desta revolução.
Lembro bem de uma época em que depois de muitos anos de relação com o rock conheci o blues e aprofundei no estudo dele. Tenho até hoje caixas de sapato cheias de cassetes dos mais variados estilos de blues. Sofri, mas conheci quase tudo do estilo. Hoje tudo é diferente. Já existe o Blues Tube. O Jazz Tube. Se voce quer conhecer basta procurar, clicar e ouvir. Dependendo do caso não conseguimos nem escutar tudo que queremos e que está disponível a um click de distância.
Teu texto faz um belo recorte de uma época onde nada disso existia e prenuncia uma grande publicação de 10 anos do Do Sol. Parabéns!
grande paulo noronha, de santa maria/rs para o mundo!
To dentro!
Acho que quase nunca venho aqui, mas das poucas vezes que dei uma passadinha, me surpreendi positivamente com tudo o que vi, li e ouvi.
Estava no Twt, quando em uma pergunta do Foca citando o #PauloSarkis me chamou atençao, e tao logo ehehehe vim ver do que se tratava.
Sendo assim, percebi que toda historia eh escrita no presente. Fato! Mas percebi tambem que SE ACEITAR faz com que voce seja melhor, digamos, “projetado”. Analisar musicalmente alguem aqui eh surreal pra mim, jamais teria tal ousadia. So posso realmente quantificar o que vejo e sinto pelo quase convivio de lutas diarias e por ter vivido em uma fase aonde o grande lance era simplesmente ser feliz e fazer o que gostava.
Por isso:
Considero Paulo Sakis: um puta musicista e defensor militante da nossa cultura regional, nao so de musica ou musico. falo de tudo.
E que por sua vez, Foca eh o que eu chamo de “filho da esperança” pois o cara pode ate nao ter estudado musica (catedraticamente falando), mas que toca bem, toca e eh versatil! Como empresario, nao tiro nenhuma virgula do que o Sarkis falou. Eh um cara de SUCESSO e tem tino pra coisa e graças a ele (e Ana Morena), as coisas NUNCA DEIXAM DE ACONTECER.
Dando um = aqui, entendo a tragetoria de um com o depoimento do outro, e concluo (pela segunda vez): TEMOS QUE SER ESPECIALISTA EM ALGO para chamarmos de “meu”.
Agora se liguem que dia 25 de agosto tem comemoraçao e quero os dois aqui comigo, na GRITO! heheheheh o/ Let’s!
Muito bom o texto. Pouquíssimos produtores do cenário nacional de música independente não compartilham dessa história. E se continuam tocando e produzindo material, são músicos sim, senhor.
São músicos que aprenderam que, nesse momento, não dá para simplesmente estudar seu instrumento, ensaiar e fazer show. São músicos que, se perderam um pouco do foco da essência meramente artística, foi para que não fosse preciso desistir e se tornar um advogado, médico… São músicos que transformam o ambiente justamente para que possam ser músicos, pois de outra forma não seria possível. São músicos a quem os meramente músicos de amanhã terão que agradecer muito.
Parabéns, Foca, pelo texto, e parabéns a todos os músicos/produtores/articuladores[…] que compartilham, mesmo que em nível diferente, dessa mesma história. Eu também só queria ser músico, mas não dá, né?
Abraço.
parabens pelo texto! muito foda!historia immpressionante!
assim como eu, muitos outros depois de ler este texto vai comecar a querer produzir shows… e se cada um dos que se interessaram em produzir show, fizer pelo menos 1, tem muitos shows vindo por ai!
Texto bom, cara!
Massa!
Todos tivemos os mesmos sonhos, porém, o destino resolveu mudar a realidade atual de cada um.
Ótimo texto!
Foca, acompanho seu trabalho desde 2003, quando comecei a frenquentar shows, etc. E desde 2005 tive o prazer de ver mais de perto como as coisas funcionam, como é a batalha, etc. e só digo uma coisa: tamo junto e misturado!
CORREÇAO: Dando um = aqui, entendo a “traJetoria…” UFA!
Gostaria de me fazer entender melhor, mais na questão profissional do que na questão filosófica.
Quando disse que foca deve estudar música se quiser ser músico, em absoluto disse que ele não era músico, muito menos que alguem pode ser mais músico do que outro.
Quero dizer que foca enfatiza a cada início de parágrafo o bordão “queria ser músico”, e nisso me apeguei, principalmente ao perceber, lendo seu texto, que trata-se sim de um grande empresário também. E mais, muito maior que o músico. Também deixo aqui meu quinhão de inveja branca por isso.
Clotilde minha querida, sabe o quanto admiro sua arte e me conhece o suficiente pra saber que não desprezo a música de ninguem. O problema do foco profissional é mais profundo pois a profissão de músico existe, regulamentada. Todos esses músicos empresários podem viver de suas empresas sem suas bandas, mas trabalhando com outras bandas, mas o músico, a quele que vive estritamente de compor, tocar e do copyright, só podem viver de seu ofício. Isso é uma questão de atividade principal.
Gostaria mesmo de ver muitos aqui vivendo apenas de suas bandas, de sua música. Eu vivo. Isso não me coloca acima de ninguem, só digo que a batalha é bem outra, apenas diferente, em capacitação e envolvimento.
Não desprezo mesmo a obra de seu ninguem, apenas questiono algumas como todo mundo. Deixo aqui então meu questionamento à cerca do conteúdo artístico da banda camarones (obra artística exemplo de um empresário músico), em contrapartida com seus feitos empreendedores, grandes, pertinentes e inquestionáveis.
abs
sarkis
antes de tudo, até do dilúvio, Foca era jogador de Basquete da equipe do neves =P
Paulinho, seu apontamento foi excelente. E quando eu disse que só queria ser músico e fui fazer outras atividades ligadas a música para me manter fazendo o que eu mais gostava foi porque percebi que se eu só tocasse não seria suficiente. Quanto músicos eruditos tiveram quew ser dentistas, médicos, e afins para sobreviver? Com certeza o mercado não abraçou todo mundo. Estudar não garante atividade profissional para ninguém, deveria, mas não garante.
O camarones é minha banda de rock, não é para você grande coisa, nem acredito que seja grande coisa para qualquer pessoa que esteja atrás de algo mais rebuscado com música, mas nossa atividade é tão benevolente e fantástica que permite que mesmo na simplicidade de um power acord ( o grosso das composições do Camarones) consigamos dar nosso recado e emocionar muita gente por aí (você deve acompanhar a quantidade de shows que fazemos Brasil afora).
Não é toa que você e eu somos tãop apaixonados por música, cada um do seu jeito.
Na minha opinião “Ser Músico” é qualquer pessoa que “Faz Música”. Ponto. Se ele estudou ou não, se ele vive disso ou não, se ele é bom ou ruim são outros quinhentos. Eu conheço músicos INCRÍVEIS que não vivem disso e que não se apresentam. Detestam platéias. Nem por isso eles deixam se ser músicos…
A profissão de músico hoje em dia está mudando. Ainda mais para aqueles que não querem seguir a carreira acadêmica/erudita ou fazer o que a gente chama do “baile” e “barzinhos”.
Quem não quer seguir essa linha de trabalho hoje em dia, TEM SIM que fazer várias coisas além da arte de tocar. É igual na época que surgiu a energia elétrica. O cara que tem uma fábrica de vela, pode espernear, chorar e bradar. Não adianta, a coisa muda e pronto. E se o cara não for esperto pra mudar junto, acaba ficando sem caminho pra seguir.
Agora, o que o texto diz é que Foca só queria SER músico, só queria TOCAR. Mas logo descobriu que pra viver de música e fazer da música o seu meio de vida nos moldes em que ele acreditava, ele precisou ser um empreendedor da música. E foi isso que ele fez.
Apenas isso. 🙂
Me vi aí nesse texto, Foca. Também comecei a produzir por que senão o CEFALOFONE não tocava. E peguei gosto. A diferença é que acabei deixando os palcos de lado, pq a paixão pela produção foi maior, da qual sobrevivo até hoje. Muito desse trabalho usando três pessoas, hoje amigas, como espelho: MARCELO VENI, JOMARDO JOMAS e ANDERSON FOCA.
Cursei Marketing para aprender estratégias de produção. Me formei em Publicidade para aprender a melhor forma de divulgar produções. Faço pós na área de cultura. Assim como você, conheci o Brasil todo com shows e palestras.
Tudo isso graças ao rock. E a pessoas que utilizo como espelho até hoje (as citadas acima).
PS: Não costumo comentar em blogs, apesar de ler sempre. Mas esse mereceu. Parabéns, Foquito! Tamo junto!
Gostei muito do texto. Dá pra ouvir a voz de Foca falando, inclusive. E é um pouco isso, a voz! A voz de quem desde lá atrás pensou, sentiu, desejou ser um músico. A forma de conseguir realizar esse sonho é de cada um. Escola de música, professor particular, graduação em fusas, semifusas, claves, tirar musica de ouvido, copiar os acordes de um vídeo…q isso importa? Eu fiz o curso completo de teoria e solfejo na escola de música da UFRN, estudei violão clássico, canto, teclado, guitarra, violoncello…o que me desse eu me interessava, só pq eu queria ser musico tb. Não acatei nenhum desses instrumentos com propriedade, li poesia, fiz teatro, vi muitos filmes, fiz exposições de arte, livros de arquitetura…pq axei q poderia imprimir na minha arte, a música! Sem faculdade! Sem internet!
Eu tenha uma fita de VHS pirata com um show imenso só de covers de Adriana Calcanhotto, de 1988 e eu assistia todos os dias. Como era só voz e violão, eu consegui aprender batidas e ver os acordes e ainda ter noção de interpretação e escolha de repertorio. Me orientei muito tempo atraves desse VHS. Depois sai cantando por aí, semitonando (sem saber q fazia isso),tocando violão muito mal, jogando nos meus primeiros shows tudo isso q citei acima, q tava pesquisando, q acreditava. Demonstrei minhas insatisfações com o cenário local, instituições…e eu queria fazer música!
Alguns músicos q tocavam comigo gostavam do q eu propunha, outros achavam estranho, outros achavam sem valor…eram poucos acordes, eram simples demais ou experimental demais! E eu queria continuar fazendo musica!
Da vontade de escrever mais, pq foram longos passos e varias fases.
Mas me situando no presente, me vejo com um novo projeto, como compositor, como compositor. Cantando rock, q eu sempre quis, no circuito roqueiro q eu sempre quis e admirei, com amigos roqueiros…tocando um instrumento q eu nunca toquei na minha vida…mas eu to me propondo! eu to de peito aberto! to feliz e tentando passar isso pras pessoas! Diverti-las, viajar, me divertir, ganhar dinheiro, continuar tocando, escrevendo…Isso é bom demais!
Eu não sei nada sobre escalas, firulas, riffs, etc…a teoria q eu aprendi esqueci, não fiz faculdade de nada…mas axo q q existisse tudo isso na minha eu nao faria musica!
muito massa o texto. direto. um recorte de um período muito importante do cenário cultural.
curioso pra ler esse livro!
abr Foca
nossa! eu errei e esqueci umas coisas tb! (não tem como apagar, né? rsrsrs)
– tb estudei flauta transverssal…rsrsrs
– eu não FIZ exposições de arte eu VI muitas exposições de arte =/
– como compositor, como compositor não, como cantor e como compositor 😀
– “mas axo q se existisse tudo isso na minha vida eu não faria música”
A vida é como cozinhar: a receita nem sempre dá certo, mas se vc vai tentando, não importa como, acaba conseguindo. Então, também na música, ficar fazendo e mexendo, também é estudo. Não sou da academia, não sou erudito, sou da vida. Sempre que falo sobre essas coisas as pessoas pensam que sou titulado, ao contrário, fiz tudo por conta própria, como Gadelha bem descreveu ali.
Então, a única coisa que discordo é que na verdade não acho que tenha mudado muita coisa, apenas o advento da internet. Mas quem fabricava velas continua fabricando sem choradeira.
As majors faliram sim, mas não a arte.
Foca, Ana, Clotilde, Gadelha e todos, somos atores dessa grande cozinha processando alquimias o tempo todo.
isso aê paulinho.
Já fui programador.
Já fui analista de sistemas.
Já fui até dublê de designer.
Hoje pago de engenheiro.
Sabe a melhor? Eu também só queria ser músico !!!
Excelente testemunho. Parabens pela empreitada, continue insistindo e que a caminhada permaneça repleta de sucesso.
🙂
@LordAudius
é isso aí Paulo! O importante é por a mão na massa, né? 😀 abraço!
Nessa grande cozinha que alquimizamos o tempo todo, não esqueçamos as essências:
“Quando o homem inventou a roda
logo Deus inventou o freio,
um dia, um feio inventou a moda,
e toda roda amou o feio” (Zeca Baleiro),
by Gardelão no facebook hj.
Gostei do texto, Foca… parabéns! Quanto ao que Sarkis falou, creio que você interpretou errado. Digo isso por mim, que não estudei música, mas que sou considerado músico pelo Chefe (pelo menos acho, né, Chefe? hehehehe). A questão “estudar música” vai muito além de ler partituras, da parte “matemática”, como você mesmo diz. O que me pareceu estar em jogo ali são coisas mais simples, como gastar um pouco mais tempo ouvindo. É, ouvindo. Sendo prático: É mais uma questão de desfrute do que de empreendedorismo. Ouvir e se deixar levar, e não pensar imediatamente num jeito de “fazer acontecer”. É como se o lado empresa estivesse sobrepondo o lado arte, sacou?
Concordo totalmente com seu comentário cléo. Nunca “fiz nada acontecer” preocupado com o mercado. Posso ter mil defeitos mas não burro né? Se tivesse preocupado em ganhar dinheiro pelo dinheiro estaria empreendendo meu tempo com uma mega banda de forró eletrônico ou quem sabe um sertanejo universitário? (já fui convidado algumas vezes inclusive).
A gente empreende aqui exatamente para poder fazer coisas que consideramoas relevantes com música. Agora que fique claro, relevante para nós. O que é bom para mim pode não ser tão bom assim para você. O Revolver, banda que você tocou (toca) e que tivemos a honra de gravar e lançar faz parte dessa história.
Grande abraço.
Oi Foca!!!
Você me fez lembrar um período marcante do Rock Potiguar. Quando o trabalho autoral era a tônica das bandas com total valorização do público. As bandas tinham total autonomia em criar seu modo de vida. A minha adolescência foi assistir a shows de bandas como Modus Vivendi e Cabeças Errantes, e eu ficava fascinada com os cenários e luzes criados por eles. Tornei-me tão fã que comecei a ir para os shows das bandas que eram referências para eles como a Alcatéia Maldita e Gato Lúdico. E o que mais me fascinava era saber que tudo partia das bandas, inventando lugares para fazer shows, com divulgação, bilheteria… e uma super-produção! Mas na metade da década de 1990 a cidade retrocedeu com bandas que passaram a fazer cover tirando da minha geração o tesão de sair de casa… pois, se é para ouvir cover é melhor ouvir o original, né não? Fico feliz com esta retomada do fôlego do Rock and Roll autoral na cidade, em projetos como o DoSol. Parabéns!
belo relato Joane. As vezes é necessário dar um passo para trás para dar dois na frente mais a frente.
Ah sim, Paulinho. Eu conheço a sua história, vc foi meu primeiro professor de baixo, quando eu tinha 14 anos e estará pra sempre no meu coração. Foram 3 assuntos que abordei em cima dos comentários que li.
A coisa da vela nem foi pra vc…mas continuando: muitas fábricas fecharam, muitos se modernizaram e focaram em um produto diferenciado e outras simplesmente deixaram de fabricar velas e passaram a fabricar lâmpadas. Cada um escolhe o que é melhor pra si. E graças a deus que temos tantas escolhas diferentes, são elas que dão a graça desse nosso mundo musical. 🙂
poxa, que texto lindo, rapá! fiquei emocionado muito!
sou fã de Foca e da Ana Morena desde sempre.
são referência de empreendedorismo na Arte.
e o Camarones é uma das bandas que me tocam como o maracatu…é adrenalina injetada no sentimeto!
e pra galera que tá começando a trilhar esse caminho recomendo ler esse texto com muita calma, com a mente esperta. porque aí estão contidas as “chaves da percepção” para fazer as coisas acontecerem. e Foca é fa pequena e seleta galera do know-way, os que entram de peito no rio caudaloso descobrindo as pedras por onde passarão os demais.
que a Força esteja com vocês sempre! _,,,/
Grande Buca, a admiração é mútua, não é de hoje e você sabe disso. Que bom que vc se conecta com o Camarones. Fico feliz!
Pods cre foca. Na nossa época a musica nao tinha cara, nem status nem endereço. Muitas vezes agente copiava fica K7 simplesmente pelo fato de voce achar aquela musica ou banda legal e nao por estar estourada ou por serem bonitinhos e terem um visual bacana. Na nossa época os ouvidos bastavam. Não quero criticar as bandas atuais, mas a verdade é que hoje se vende muito mais imagem do que música. E o rock verdadeiro, aquele feito não para vender mas sim para se expressar, se tornou raridade.
e pensar que se talvez num fosse as “má influência” duma namorada rockeira (Ana Morena) o cara talvez tivesse persistido na carreira de carnavalesco : )
Pra mim é mais importante que o cara possa do que a carapuça. Eu por exemplo, não toco porra nenhuma, mas sou músico sim. Sou eu que estou dizendo. Componho, faço melodias, até frases de guitarra com a boca. Isso já faz mais de 40 anos, ninguém vai roubar isso de mim agora nessa altura do campeonato. Comecei compondo rocks no banheiro quando criança. E pra mim DJ é músico. E Foca é músico, claro. Toca baixo, teclado… Se ele é mais empreendedor do que músico, não vem ao caso. Ao contrário: parabéns por ser tanta coisa! Até porque empreende música, então tá tudo misturado. Mas, querido Foca, um dentista pode ser músico e não ser menos músico por também ser dentista. Vai depender dele: se ele se posicionar como mais dentista do que músico ou escolher outro caminho: sobreviver da odontologia para fazer o que quer na música. Parece ser o caso de Reinaldo da Banda Anos 60, não sei. Talvez até as duas coisas sejam protagonistas para ele. No Renascimento os caras eram uma porrada de coisas: Leonardo, Rafael… já eram multimídias!
Existem muitas pessoas que vivem de música e exatamente por isso tocam o que não querem, por questão de sobrevivência: e haja barzinhos, covers, músicas de gosto e qualidade duvidosa, etc. Essa discussão é ampla, complexa, e talvez fuja do foco de Foca: que é comemorar os 10 anos do DoSol, já iniciando aqui com esse texto-desabafo. Por isso não vou me alongar nela.
Mas como o texto e o futuro livro também existem em prol da memória do rock potiguar, então Foca, é importante a gente respeitar a história e procurar se informar quando a gente não estava lá. Admiro muito tudo o que você fez e faz com o DoSol, etc. Muita gente quer um lugar ao sol, você lutou junto com Ana Morena por um lugar ao DoSol! E conseguiu, com muita batalha e competência. No entanto, permita-me fazer algumas considerações históricas: essa história do “do it yourself”, por exemplo, não foi inédito a partir de vocês. Nem com vocês e provavelmente também não foi com a minha geração como eu já cheguei a pensar que nem você, no início dos anos 80. O lance é que cada um que vive tudo isso de forma apaixonada às vezes acaba se esquecendo de quem veio antes. Embora você cite as gerações anteriores, me desculpe a franqueza, não parece dar a importância que elas merecem. Já fazíamos tudo isso, e provavelmente quem veio antes também, de alguma forma. Não foi você nem eu quem inventou essa roda nem explodiu essa pólvora. Ela explodiu faz tempo. No caso das bandas que participei nos anos 80 e 90 (Fluidos e Modus Vivendi), explodiu literalmente: tínhamos um técnico em explosão, pois na nossa cabeça era inconcebível um show sem uma explosão atrás da bateria, entre outros inúmeros artefatos sonoros e estéticos.
E não era pouca explosão não: lotávamos lugares, arrastávamos gente pra onde íamos, e fazíamos uma puta auto-superprodução com cartazes, programas, panfletos, projeção de slides, iluminação, gelo seco, som de primeira, etc. Música autoral, praticamente sem estúdio pra gravar, sem lugar pra tocar, época de vinil, fita cassete, sem internet, sem cd, etc. Nem por isso era menos profissional que agora. Agregamos diversas linguagens artísticas ao rock, inventamos lugares, inventamos pedais, instrumentos, catequizamos operadores de som para o rock (inclusive para microfonar a guitarra), conquistamos o Teatro Alberto Maranhão, furamos um bloqueio dominado pela MPB local e enfim… Você não tem obrigação nenhuma de escrever sobre isso, pois você está escrevendo a sua história. Mas como ela está linkada com a que veio antes, pela parte que me toca e que eu toquei, faço essas colocações – inclusive, nos intitulávamos de “rock alternativo”.
Se o foco de Foca é no DoSol, beleza! Mas se o foco é no rock & roll potiguar, aí meu amigo, o buraco é mais embaixo, mais embaixo que a Ribeira, e pode ser em muitos outros lugares. Há vida rock and roll fora de Foca nessa história que também tem pré-história. E não se engane, nela não sou dinossauro, há muitos outros antes de mim. E se eu me acho novinho na história, as gerações de agora estão só dando continuidade a um longo começo que começou faz tempo.
Tive a honra, através d’Os Poetas Elétricos, de participar de duas edições do Festival DoSol e fiquei muito impressionado com toda a infra-estrutura e produção.
No mais, acho massa o Camarones e parabéns de um fã que sempre admirou sua longa jornada! Rock: esse é o foco, essa é o Foca!
valeu foca, te admiro desde de o tempo do moonganjah, fostes o unico q apoiou agente enquanto todos do reggae nos criticavam, e ate hj nos da força com o coletivo records…é noes man!
Carito, esse texto é um especie de introdução do livro que vai contar a história dos 10 anos Dosol e como você mesmo citou fiz questão de deixar claro que não fomos os primeiros a tomar certas atitudes com e pela música e pelo jeito nem seremos os últimos.
Não tenho a menor pretensão de contar a história do rock em Natal, não tenho cacife para isso e nem tenho pesquisa suficiente para faze-lo, já até me foi dada tal incubência por uma editoria local mas não aceitei por total falta de tempo. Por isso me sobrou meu material próprio e a história do Dosol que será contada não só pelos meus textos como também pelos textos de pessoas que viveram alguma atividade nossa em algum momento desses dez anos. Aliás Você e Mr. Moo já estão intimados a participar, o que para a gente seria uma honra extrema. Esse trecho deixa claro o que eu falo: “Em Brasília, capital dos playboys, em Goiânia, capital da música sertaneja ou em Natal, capital do forró e em várias cidades Brasil afora a chama do rock independente permaneceu acesa, e mesmo nas mais toscas produções e nos piores espaços que nos abriram portas permanecemos ativos, mantendo a tradição dos nossos antecessores do punk, do começo do rock 80 e de muitos outros que vieram antes de nós.”
Sobre dentistas músicos e afins é isso mesmo que você falou. Estudar música e se especializar em música não dá garantia de que a pessoa vai viver de música para sempre, mas nem por isso o cara vai deixar de ser músico porque a música não é sua profissão, concordo brutalmente com você.
Estou muito feliz com importância de caras relevantes como vc, vlamir, paulo sarkis e todos os outros deram ao meu texto, para mim significa que a gente fez (faz) algo relevante a ponto de vocês se expressarem a respeito. Fico realmente muito feliz.
Abraço!
Moo, isso foi numa época em que a música ainda não era prioridade na minha vida, mas aninha já era a prioridade que eu precisava antes de tudo. 🙂
Fala Foca! Nossa relação sempre foi de admiração e respeito mútuos e vai continuar sempre sendo. Agora mais ainda.
Entendi o que você colocou em seu comentário, mas quanto aos “créditos” às gerações anteriores, não foi bem isso que você colocou no texto. Veja essa parte:
“Como eu, centenas de jovens no Brasil inteiro passaram a ter as mesmas ideias, produzir os próprios shows, criar os próprios cartazes, seguir o lema punk do eterno ‘do it yourself’ e empreender em atividades inéditas dentro de suas cidades”…
Bem, ou você não se expressou bem ou eu estou entendendo errado. Repito: minha geração já fazia isso – produzia os próprios shows, os próprios cartazes, colocava em prática o lema do “do it yourself”, etc. Do jeito que você colocou (“empreender em atividades inéditas dentro de suas cidades”), fica parecendo que tudo passou a funcionar assim a partir de vocês, o que não é verdade. Por mais que você esteja escrevendo a história do DoSol e não do rock potiguar, em alguns momentos elas se misturam, principalmente quando você se contextualiza na história e faz reflexões e tira conclusões. Nesse sentido, tanto o texto como o futuro livro, no meu entender, merecem revisões e auto-crítica. O fato de você ser um grande empreendedor de sucesso só aumenta a sua responsabilidade em tudo que você fala e escreve. E não é preciosismo meu. É exatamente o mesmo que você prega e defende: fazer as coisas com dedicação, seriedade e profissionalismo.
E quanto ao profissionalismo, destaco mais um trecho do seu texto e comentário que me incomoda:
“e mesmo nas mais toscas produções e nos piores espaços que nos abriram portas permanecemos ativos”…
Repito: muitas portas foram abertas para você(s) que você desconhece. E nelas não só havia produções toscas, mas também produções arrojadas, e permita-me a franqueza, com um grau de exigência muito maior do que rola muitas vezes hoje em dia.
Sua geração deve muito a minha, assim como a minha deve muito a da Alcatéia Maldita, e por aí vai, foi, será…
O presente não se explica porque si só, o presente não é uma tábua rasa, ele precisa ser entendido através da sobreposição dos eventos históricos.
Falar “mantendo a tradição dos nossos antecessores do punk, do começo do rock 80 e de muitos outros que vieram antes de nós” pra mim ainda é muito pouco e vago.
As novas formas de tecnologia de comunicação como a internet funcionam como um novo instrumento de trabalho imprimindo uma nova racionalidade no fazer, o que não implica em dizer que tudo só se tornou relevante ou mais importante e expressivo a partir daí.
Mas não vou continuar me repetindo aqui porque, pelo que parece, vamos entrar em um oito. E como eu sempre gosto de dizer: o inferno são os oitos! rsrs…
Há braços!
Mas Vlamir, eu conheci Foca no primeiro show do Jam97 com o nome de Ravengar. Eles estavam lançando uma Fita Demo com 4 músicas, eu comprei. Eu e Rominho, meu irmão.
Ele já é roqueiro desde criança quando o seu pai trazia de Manaus os discos de Iron Maden, Ultrage a Rigor, e sei lá mais que bandas.
Mas agradeço a sua lembrança à minha pessoa. 😉
Carito, para deixar claro. Não quero me apropriar do legado anterior e nem desmerecer o que veio antes, não sou o primeiro e nem vou ser o último a fazer algo do tipo com música e acho quem lê o texto entende bem isso.
Também não tô dizendo no texto que empreender “do it yourself” começou no anos 80 e que nada tinha vindo antes. Acho que você está confundindo a MINHA HISTÓRIA com a história de todas as outras coisas ligados ao rock e eu me propus a relatar só a MINHA história.
Eu também não disse que todas as produções eram toscas e ruins, eu disse que as MINHAS eram e que os caras da minha geração (crew) também. Que bom que vocês conseguiam fazer produções rebuscadas antes.
Me sinto muito grato por todas as experiências anteriores as nossas, feitas na raça por pessoas como você e seus contemporâneos ou os que vieram antes, não conheço todas, já li muito sobre e continuo querendo saber mais.
Sem comentários foca, bastante inspirador.
Parabéns pela jornada e meus sinceros desejos que continue com toda essa força. O que antes foi uma busca pessoal acabou se tornando um benefício enorme para todos.
muito bom o texto meu camarada! essa luta é de todos nós! Avante guerreiro! selva!!!
(denivino – guitarrista dOs Tucumanus, Manaus/AM)
Eu queria ser bodyboader profissional, viajar o mundo surfando.
Não rolou, mas sem isso pude acompanhar grande parte dessa trajetória de inquestionável sucesso do meu irmão. História essa que está maturando e será muito mais longa.
Do Sol Corporate
Ah, e eu ainda surfo bagarai
ré, grande magoo! 🙂
Ana!
tava me referindo ao que você e Anderson em outras ocasiões já falaram de perceber que grande parcela dos jovens membros das bandas de rock que tocam no Dosol quando se engrampam com alguma bela cumade que é mais afeita a outros estlos musicais, terminam deixando prá lá a banda e o rock. Já Anderson mesmo tendo passado por um período de envolvimento com blocos do carnatal estava ao lado de uma namorada rockeira, de família tradicionalmente rocker e que estava se tornando a sua parceira/sócia nos empreendimentos on the rocks.
eu tenho sorte mr.moo! 🙂
Ou Vlamir, vc sempre levantando a minha bola! Fico toda enternecida! É isso aí, viu foca? Presta atenção no que Mr. Moo fala que ele sabe das coisas… 😛
bj
Foca, achei seu texto poético, sincero e incisivo por isso tenho orgulho de ter vc como amigo e por isso digo que me habilito, mas agora te peço licença pra ser deselegante e medíocre também…
VC CONHECE O MARIO? AQUELE …
Amigos, antes de mais nada desculpem pela minha ingerência… mas sou um produtor irrelevante, que produz um festival ainda mesmo que irrelevante e que nele já circularam mais de 350 bandas irrelevantes, entre elas, algumas lembradas aqui pelo nosso amigo Mario, como Nação Zumbi e Camaronês Orquestra “Guitarristica” e outras não mencionadas, mas tão irrelevantes quanto… Trilöbit, Tom Zé, Macaco Bong, Pato Fu, Patife Band, MQN, Mudhoney, Grenade, Cachorro Grande, Moveis Coloniais de Acaju e Terra Celta, são claros exemplos que acreditar na música brasileira ou internacional, seja ela independente ou dependente foi um grande retrocesso na minha vida pessoal, artística e cultural.
Nesses últimos 11 anos, mais especificamente, nesses últimos 6 anos quando me aproximei desses produtores irrelevantes e dos relevantes, é claro! …“Aliás, eu era um produtor novato e precisava me entrosar com a rapaziada que lançou bandas sensacionais e ícones para minha formação artística e cultural como Di Bob, Leoni, Testículos de Mary e Supergalo, ou aqueles também que nas horas vagas produzem shows para duplas sertanejas do primeiro escalão e megashows como o do Black Eyed Peas”… Não era pra discutir musica boa, ou ruim…muito menos essa tal de cadeia produtiva, Não, Não, Não…minha intenção sempre foi ganhar dinheiro (seja com verbas publicas ou com verbas privadas), ficar rico e famoso.. e mesmo “delirando independentemente”, conhecer produtore$ de verdade, e claro, os meus ídolos….Mas os anos foram se passando meu amigo, e quando a fixa caiu, visualizei que apenas uma parte da minha meta tinha sido alcançada, a de “conhecer estes produtore$ de verdade”, mas que ainda teria que trabalhar muito mais do que imaginava para conhecer meus “idolos de verdade”, ídolos como a Ivete $angalo, Luan $antana e Zezé Di Camargo, estes sim fazem da música brasileira um sucesso e trazem dinheiro ao produtor, se você não acredita, pergunte aos produtore$ de verdade, pois eles não deliram… “Porra! Muitos destes artistas já tocaram até na Times Square”… e muitos destes produtore$ de verdade já organizaram eventos com estes artistas, ou com seus genéricos, … “P.Q.P, por um momento até eu acreditei que o Lobão era independente” … Bla bla bla … A Vida é Doce, e minha inocência também.
Sobre o jornalistas, não quero nem comentar … assim como não comento a ida do João Gordo para a RECORD e nem a participação do Miranda no programa IDOLOS. Mas vc com todo seu conhecimento poderia me passar uma lista com os TOP 10 do jornalismo cultural, alias, vc tem o contato do Mauricio Kubrusly e do Zeca Camargo pra me passar? Já tentei MTV, Play TV, TV Cultura, Rolling Stones e Multshow, mas como vc mesmo disse, o despreparo é enorme….mas fazer o que? se minha grana dá apenas pra trocar opiniões pelas “Costelinhas do Jaime”…bom, pelo menos aqui é diferente de Cuiabá, não trocamos por coxinha de frango, aqui é costelinha de porco e cerveja, topas? É boa pra caralho, o Nobre já provou e aprovou, sei que ele não é jornalista, mas se há alguma pessoa para avaliar se o rango é bom ou não, esse é o cara!
Sobre a ABRAFIN, não gostaria de escrever um artigo, até pq não sou jornalista e nem estou preparado pra isso, mas para relatar os fatos, gostaria que vc deixasse bem claro onde está sua insatisfação? Sinceramente meu amigo, se for encima da programação musical dos festivais, vou ter que tirar uma velha frase do baú que meu avô sempre dizia, “Uns gostam dos olhos e outros da remela” e gosto musical é que nem braço, “Uns tem e outros não”. Agora o que não pode é vc “Capilerizar” generalizando todos, a uma associação que não acabou e que nem tem prazo de validade pra acabar, porque ainda existe divergências musicais e ideológicas a serem debatidas pela categoria e não por apenas uma cabeça. Mas mesmo assim, se vc quiser mesmo continuar insistindo nesta “Capilerização”, posso te informar, que sua mira esta bem torta e que o alvo deveria ser a CBF (?!?), até porque Ministério por Ministério, o do Esporte tem mais dinheiro que o da Cultura e a Copa de 2014 está logo ali. Apesar de não ser da “turma da fuzarca” acho que um pouco de sindicalismo no esporte seria muito bem vindo para organizar a Copa e as Olimpíadas, pode até ser um delírio independente, mas para um bom entendedor meia palavra basta, e assim fica aqui minha dica para o Ministério dos Esportes, ou melhor para ser o próximo Ministro dos Esportes… “Mulher, futebol e rock n roll, meu Deus como isso é bom!”
Por fim vou trabalhar e falar sobre as bandas boas, porque só com elas vou poder comprar um apartamento em Ipanema e ficar mais perto da Petrobras. Agora leia-se bandas boas somente aquelas que já tocaram nos verdadeiros festivais brasileiros, e são elas: DuSouto (RN), Natirutis (DF), Marcelo Camelo (RJ), Nitrominds (SP), Skank (MG), Seu Jorge (RJ), Malu Magalhães, essa deve ter vindo da (PQP) e claro, a partir de agora não pode faltar a Banda Mais Bonita da Cidade na programação…Só não vou falar das oficinas de capacitação musical, workshops, simpósios, palestras, turismo, hotelaria e geração de empregos que fomentamos e trouxemos a nossa querida fazenda iluminada “Londrina” porque tudo isso agora é irrelevante.
Um abraço, por traz é claro!
Seja com a poética ternura do Foca, com a vibrante caneta flamejante do Marcelo Demosul, o importante e delicioso é ver gente que faz o que gosta, do jeito que quer. Você só queria ser músico? Eu não, compadre, eu só queria ser rico, mas me contentei em ser feliz trabalhando com o que gosto. Não é a música, mas é arte também. E nos meus hobbies mais sérios eu me envolvi com a música, seja cantando no SANGUE SECO, seja rascunhando sobre os festivais que visito, seja resenhando os CDs que ouço, seja papeando com velhos dinopunks como eu que ainda acreditam que três acordes – por mais clichê que isso soe – podem até não salvar o mundo, mas fazem com que ele seja um lugar melhor para se viver. Valeu pelo texto Foca. Ficou lindo.
valeu, Foca. Quanto ao DoSol posso dizer: eu tava lá. Espero também ver a comemoração dos 20 anos.
Ah, Guinga é dentista.
Abraço.
Belo princípio pro livro, Foca. Parabéns! Ótimo texto. Mas, na boa, se quiser ser escritor, tem que estud… hehehe. Tô brincando. Gostei do que li. Muito bom.
fialho, ehehehehe, sacana de uma figa! 🙂
Burn down the disco
Hang the blessed d.j.
Because the music that they constantly play
It says nothing to me about my life
http://www.youtube.com/watch?v=9AlH2oYedfk
Estar nessa selva do independente é um conforto tendo Anderson Foca por aí na atividade. Você é um dos caras que mais admiro no independente desse Brasa man, faz o bem e se realiza e ainda deixa o Capilé comendo poeira no cooper na praia. é isso aê, força sempre bicho!!! Forte abraço!
Marr é gênio mombaça. 🙂
Fabinho, Capilé não amarro nem meu chinelo no quesito saúde! 🙂
Texto fudido! Trajetória muito massa até os dias de hoje! Esse boy Foca é o espelho pra toda essa galera que faz show hoje, Dosol é modelo pra todos nós que pensam, vivem e respiram rock!! Uma das coisas mais importantes que se vê no texto e na personalidade de Foca é a insistência em sempre estar produzindo e procurando melhorar nas atividades realizadas, quem diria que aquele festival Dosol com Uskaravelho, Jane Fonda(estreante), Arquivo(e suas perucas tocadoras, jahahahahahha), Garagem S.A(tosco demais), Base Livre, General Junkie, Officina e outras, iria evoluir para Danko Jones, Marky Ramone, The Donnas e outras várias bandas fodonas que já passaram!! Massa mesmo e que saia esse livro ae pra gente sacar, lembrar e reviver os momentos rockeiros que marcaram e incentivaram caras como eu a ser o que sou hoje! Fica aqui minha admiração e respeito, e longa vida ao Dosol!! Fudido mesmo! Parabéns a Ana e Foquito!!
=*
Foca,
parabéns por compartilhar com a gente esse texto.
É uma auto-reflexão sobre um cenário tão amplo.
Bonito isso: foi pessoal e global!
Aguardamos esse livro.
Mas, pelo começo, vai ser ducaralho!
Forte abraço!
Muito bacana esse registro. Simples e objetivo.
Parabens pelo texto e pela sua história pelo rock!!
Eu também queria ser músico, tentei ser baterista no começo dos anos 90, fui um péssimo baterista, talvez um dos piores de Natal, mas fui…então quase sem querer virei Dj, e por ajuda até de Foca mesmo que no ano de 97 quando eu comecei me emprestou vários cds. E acho as palavras do Foca totalmente corretas e as colocações legais.
Quanto a estudar ou não, todo mundo já se posicionou, e acredito q como qualquer ponto de cultura não precisa ser letrado (como mesmo Sarkis colocou), acho q está dentro de cada um, até eu, já consegui compor 3 músicas, não são lá essas coisas, mas para a minha pessoa tem efeito.
Carito valew por considerar Dj músico, é um pouco exagerado, mas como Sarkis fala de estudar, nós estudamos nosso repertório para colocar em determinado evento.
E valew Foca, escreva logo esse livro omi, eu irei comprar…ehehehe
Abraço do pior baterista que Natal já teve, e de talvez ser o único Dj que insiste em tocar rock.
Magão.
Só me resta aplaudir, fazer analogias, comparações e continuar tentando ser músico… Meter a cara creio que seja a ’principal parte do processo.
Você é músico.
Abrax e Parabéns!
Muito bom Anderson! É isso ai cara, sem desistir… Na frente vem a vitória. O negócio é não parar!
Mesmo sem conhece-lo pessoalmente, parabenizo-o pela coragem, persistencia e força de vontade para lutar pela realização do seu sonho(SER MÚSICO)! Um dia, num passado já bem distante, também alimentei um sonho parecido, mas não fui forte o suficiente para correr atras da sua realização. As necessidades financeiras me levaram para caminhos totalmente diferentes. Não me sinto frustrado , porque nunca me desliguei da MÚSICA, tendo até feito algumas composições, poesias, quadras e crônicas. Hoje, procuro ajudar, financiando pequenas bandas,incentivando-as a tentarem tornar-se grandes, pois através do DELANO’S STUDIO, estou sempre em contato com os Músicos e com a MÚSICA de um modo geral. Que o seu exemplo sirva para mostrar que não existe sonho impossível de ser realizado! Grande Abraço!