Por Marcos Bragatto (rockemgeral)
Publicado originalmente na Outra Coisa de novembro de 2007
Há quem diga que nenhuma banda no Brasil faz um som tão tosco quanto o Mukeka di Rato. Como encarar, então, a ida do cenário independente para o mercado fonográfico por uma gravadora? De maneira tosca, claro.
E esse é o grande mérito desse disco: ter uma boa produção, mas que não enquadra o Mukeka num perfil que não é o dele. Estão aqui as generosas doses de esporro descabido, os vocais ora guturais ora esganiçados de Sandro (que havia saído e está de volta), e as letras impagáveis que dizem tudo com seriedade e bom humor ao mesmo tempo. Tudo isso sem deixar de lado o jeito – repita-se – tosco de ser.
Quem, senão o Mukeka, juntaria bin Laden, John Wayne, Bento XVI e Bush na mesma panela? Ou seja: “Carne” traz o bom e velho Mukeka di Rato, que foi ao shopping e tomou um banho de loja. Gênio.