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RESENHA: EXPERIÊNCIA ÁPYUS E DJ DOLORES POR ROCKPOTIGUAR.COM.BR

Bossa’n’Roll com Eletrônico do mangue.

Na última sexta-feira (10/02) o DoSol Rock Bar recebeu o eletrônico: Dj Dolores: Aparelhagem.
Quando cheguei a Ribeira, perto da agência Ribeira do Banco do Brasil, e vi aquela ruma de carros pensei: que porra é isso? Era uma prévia de carnaval na Ribeira. O largo da rua Chile abrigava um palco onde se apresentavam artistas da terra e juntava gente de todas as tribos. Mas a intenção era ir ao DoSol conferir Dj Dolores. E fui.

Quase meia noite a Experiência Apyus começou seu show de abertura calcado no disco de estréia da banda, e que está prestes a ficar para trás devido ao lançamento do novo álbum (duplo). No show, músicas deles como “Samba feio” e “Só por ela” andavam lado a lado com as de outros artistas do calibre de Cake, Mutantes, Seu Jorge, Rolling Stones e Chico Buarque, por exemplo. Sem falar que no meio de algumas músicas Marlos cantava trechos de outras como “Não toque na minha beibe” dos Bonnies e “Amélia”. A banda que se apresenta quase sempre com formações diferentes, teve a sua menor naquela noite. Apenas quatro músicos. Ausências de Diogo Guanabara e Lipe, que foi substituído no baixo por Gilbamar.

Ao fim do rock-nova-bossa’n’roll ficou aberta a porta para a ligação de toda a fiação do Dj Dolores e sua Aparelhagem. Quando eles finalmente subiram ao palco, o que deu para notar foi um som semi-eletrônico. Eletrônico devido a presença do dj, e semi devido a presença de metais (trumpete e sax), guitarra e percussão com afoxé, pandeiro e outros utensílios musicais. Enquanto o batidão eletrônico botou para mexer, a parte “viva” da banda botou para pensar: “É som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado”. É isso aí, um funk, e que dizia que mesmo diante da discriminação, a musicalidade impera. Mas também haviam letras animadas e para animar: “Fim da rua estava em festa…”.

Desde o início do show ficou evidente que ali estava a evolução do tal som mangue. Ainda estavam presentes a percussão, o côco, a embolada e outros ritmos nordestinos e pernambucanos, mas lado a lado com o dj a ditar o ritmo da festa. Com uma vocalista de voz suave que dançava, cantava e tocava (afoxé e pandeiro) a banda empolgou os presentes sem deixar ninguém ficar parado. Mas como não há unanimidade, teve quem achasse que a banda fosse algo mais, talvez pela fama internacional da banda. Já eu acho que a fama é devido a mistura. Bem, divergências a parte, a banda animou, e acho que teria sido mais interessante e animado com outra banda que fizesse um som na mesma linha, ou pelo menos parecido, como o DuSolto. Mas isso também não passa de uma mera opinião.

Hugo Morais

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