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REPERCUSSÃO FESTIVAL DOSOL – ROCKPOTIGUAR.COM.BR – TERCEIRO DIA

Último dia do Festival DoSol 2006

Dia 6 de agosto de 2006. Rua Chile, Ribeira. Último dia do Festival DoSol 2006. Após 26 bandas nos dois primeiros dias, cheguei ao local da grande celebração para acompanhar os onze últimos grupos e deu pra perceber: a música está viva!

Cheguei às 16:40 e tinha acabado de começar, no Rock Bar, a primeira atração da tarde/noite, Fliperama. Pontual, ótimo sinal. Eu tinha visto um ensaio da banda quando ainda se chamava Green Side, mas nada comparado ao visto ali. Bem entrosados, cozinha organizada com baixo casando com o bumbo da bateria, guitarras que preenchem o espaço e um vocal que me agradou muito devido a originalidade do timbre de Antônio. Entre os destaques, ficam aí “Jaqueta Preta”, “Sessão da tarde”, “A vingança de Mary Kate contra o mundo” e o encerramento com Willynelson, participação especial do organizador do evento, Anderson Foca. Tão boa apresentação que passou despercebido o fato de uma corda do baixo ter quebrado.

Por motivos pessoais acabei perdendo a segunda atração no qual eu gostaria muito de ter visto: Ravanes. Mês que vem eles estarão tocando em um festival na Zona Norte e eu farei o possível pra estar lá. Após o Ravanes, foi a vez da boa banda Pots. Som pesado, bem feito e com músicos tarimbados. Jucian (ex-Surto) e Jeff (ex-Base Livre) são alguns deles. Nesse momento, o Rock Bar já estava lotado e parecido com um “inferninho”.

Às 18:35, já no Largo, direto de João Pessoa, Dead Nomades. A galera ainda chegava mas os presentes já partivipavam da festa, formando a prim eira roda de pogo da noite. E não foi qualquer roda, e sim, uma gigante, que tomava a frente dos dois palcos. O vocalista, com sua gravata amarela ainda entoou junto com os presentes o hino “Hei, Ho, Let’s go!”, dos Ramones. Só bastou isso pra ganhar Natal!

A primeira natalense a tocar em um dos palcos grandes foi o Karpu’s. Depois de um tempo sumidos, voltaram aos palcos em um show marcado pela briga do vocalista André com alguns chatos na platéia que cismavam em xingá-lo e entoar gritos como “Emo, emo, emo!”. “Viado é isso aqui, brother”, bradou André, segurando seus órgãos genitais. Mais tarde ainda soltou: “Essa música aqui vai pras nossas dançarinas aí na frente”, se referindo aos babacas anteriores. E, pra finalizar: “A minha banda está aqui, e a de vocês não”. Isso revoltou até algumas pessoas que não tinham nada a ver com a história. Musicalmente falando, tocaram seu som característico que fez com que ganhassem muitos fãs na cidade e fossem indicados como revelação do RN em 2005 pelo júri do I Prêmio Rock Potiguar.

E chega o primeiro grande show da noite, um dos melhores de todo o festival: Astronautas, de Recife. André Frank e cia, que estão radicados em São Paulo, soltaram o omelhor que há em rock eletrônico, fazendo uso de computador e os instrumentos tradicionais. “Revolver #3”, “Tecnologia”, “Não faço nada”, “Máquinas” e “Cidade Cinza” foram os hits que fizeram todos os mortais ali presentes (inclusive eu) pularem feito loucos. “Nós conseguimos viver só da música, mas isso é um trabalho muito difícil. As vezes é pior do que estar atrás de um computador no escritório ou roubar em Brasília”, desabafou o vocalista. Espero vê-los mais vezes por aqui.

Chegando a vez dos “chefes”, Allface, o público já estava mais que empolgados com aquela surra de música que estava acontecendo. Já entraram em campo com o jogo ganho e executaram hits como “Baque Forte”, “Espinafre”, “Tudo te Incomoda”, “6 mil anos”, com participação de Rodrigo BS, do Jane Fonda, e encerraram com “Ícaru”, que acho que ninguém deixou de cantar.

Mais um grande show da noite, onde muitas pessoas só foram para vê-los: Aditive. Com o seu hard core simples e direto fizeram os fãs cantarem e ficarem amontoados em frente ao palco para curtir aquele que, pra eles, era “o show”. Uma palavra em relação ao que vi: loucura!

Após a primeira música da Jane Fonda, percebi que o vocalista, Rodrigo BS, era inútil ali (a não ser pra dar autógrafos na saída), pois a multidão se prontificou a cantar todas as canções da banda. “Caroline”, “Insônia”, “Gatos e Cães”, “Saliva” e “Vossa Excelência” foram algumas. Um dos melhores shows da banda nos últimos tempos, ajudados pela excelente qualidade do som e pelo grande público.

A primeira “head line” da noite não colou. Um som bastante pesado desse power trio mas que, fora uma ou outra roda de pogo, não chegou a fazer diferença alguma. Mas o melhor estava por vir.

Alguém aí conhece Dead Fish? Pois é, foram esses caras vindos do Espírito Santo que ficaram com a responsabilidade de fechar o festival. Poucas pessoas deixaram o largo (sinto muito por vocês!) e a multidão que ficou curtiu um show memorável, com muitos moshes, rodas de pogo, alegria e diversão. A batera louca de Nô e a presença de palco de Rodrigo, que não para um só minuto são algo sempre presentes nos shows. Eu mesmo fui agarrado pela camisa e quase fui puxado para o palco, pelo vocalista Rodrigo, enquanto tirava minhas fotos tranquilamente. O repertório contou com sucessos do CD antigo, “Zero e Um”, e músicas do novo CD, “Um homem só”. Você não vai perder o próximo, vai?

Três dias, muito rock, 37 bandas. Ano que vem tem de novo e você fica na obrigação de ir. Eu gostaria de deixar uma nota aqui: nesta quinta-feira, dia 3, fizeram dois anos da morte do Rafael Cego (Calibre e Zero8Quatro) e nenhuma banda sequer lembrou disso (talvez pela alta adrenalina nos shows). Valeu Cego, você continua presente em nossos corações!

Veja as fotos da noite.

Por Rodrigo Cruz
rodrigo @rockpotiguar.com.br
08/08/06

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1 Comment

  1. Grande “PIMPÃO”
    Acho que mais uma vez você foi infeliz nesta sua colocação,
    quando você diz que ninguém lembrou do “Cego”. Não só lembramos,como oferecemos a música nova “Como dois e Dois” para ele.
    Devia ter perguntado para alguém que estava lá antes de postar tal comentário.
    Valeu!!!!!!!!!!!!

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