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OPINIÃO: ADILSON PEREIRA (RJ) FALA DO DOSOLROCKBAR

O jornalista carioca Adilson Pereira, ex-editor da revista Outra Coisa e autalmente editor do site SambaPunk falou no seu espaço sobre o dosolrockbar, suas mudança e altenativas. Confira:

DOSOLROCKBAR: FAÇAM SUAS APOSTAS

Tem um negócio em Natal do qual o pessoal de lá pode se orgulhar: o Do Sol Rock Bar. Aliado ao lugar, que está sob o comando do Anderson Foca, homem de bandas e diversas produções, está o Festival do Sol. Só boas histórias. Pelo menos eram só boas até estes meados de maio, quando começou a circular na www o boato de que o “boteco” fecharia suas portas. Procurado na manhã de hoje, dia 15 de maio, Foca não desmentiu a história. Mas acendeu uma luz no fim do túnel.

“É complexo”, disse Anderson Foca, no início da conversa, tentando achar um caminho para explicar o caso. “Não tem a ver com grana”, completou, para surpresa do escriba do outro lado da linha. Ele seguiu: “O bar se paga legal mas eu dou o sangue por ele há quatro anos e não há pró-labore…” Quer dizer, tem um pouco a ver com dinheiro, sim. Mas, não, não é apenas isso, ele insistiu mais pra frente.

O cantor/instrumentista/produtor diz que acredita em objetivos e foi assim que manteve o lugar aberto por quatro anos. Mas deu a entender que se sente só: “O que está acontecendo neste momento é que não tenho pauta pro bar…Tenho que inventar, sacudir, tirar leite de pedra para manter a programação. E sozinho tem ficado muito difícil. Porque eu faço um milhão de coisas.”

O problema é que, para manter-se aberto, o Do Sol precisa crescer. Palavras dele. Precisa deixar de ser só um bar. Precisa virar tipo um centro cultural. De verdade. Porque o público que vai lá, atualmente, não é suficiente para manter o lugar funcionando. Não que falte roqueiro em Natal. Quem anda por lá sabe que não é isso. “O que está rolando nesse momento é que estamos mudando de foco. É um recomeço. O Do Sol Rock Bar não existe mais. O que existe agora é o Centro Cultural Do Sol. Todas essas mudanças são para se manter aberto. Sabemos que nossa contribuição para circulação de música nova é enorme. Nossa idéia é abrir de dia, e dia de semana, como um espaço de formação de música gratuito. E os shows além de serem organizados normalmente também servirão para aproveitarmos os editais. Ou seja, queremos ter verba pro cara fazer o show dele, com tudo pago. Bilheteria 100% da banda. Toda essa pressão que eu tô fazendo, de ameaçar fechar, e fecharemos, é porque preciso que a cidade saiba da real importância do espaço e das ações que são geradas nele.”

Foca deu voltas e mais voltas, deixando o escriba confuso. A pergunta seguinte foi: “Vai fechar ou vai melhorar/ampliar? Vai fechar como bar e abrir como centro cultural, é isso?” E a resposta: “Isso vai do público, das bandas. O setor público e o privado é que vão dizer… Para eu fazer esse segundo momento do espaço, preciso captar recursos. Do bolso, é impossível. Há quatro anos, mantenho o bar do bolso. Então, tô tentando virar um ponto de cultura, acho que nós somos um do maiores pontos de cultura do estado. E tô tentando, via leis locais, financiar as novas idéias. Mas preciso fazer barulho, falar, porque caso contrário nego acha que você não precisa, que está rico. E não é essa a nossa realidade.”

Ele segue: “O público não sustenta o espaço aberto. Não dá preju, mas eu trabalho de graça junto com a Ana. Nossos designers são todos brothers, as bandas não ganham nada. A estrutura se sustenta. Mas os agentes, não. E tipo quero passar a responsabilidade disso para outras esferas. Aí, eles decidem e eu respeitarei a decisão. Leis, governos, Minc estão aí para bancar a vanguarda e resgatar a memória. Nós somos a vanguarda. Não criamos algo para ser patrocinado. Nós criamos algo. Ele já existe. Tá entendendo? É complexo. Estamos prontos para o desafio.”

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