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LEI DE LUIZ ALMIR: O DOSOL É MUITO CONTRA!


Tulipa Ruiz no Festival Dosol 2011

Por Foca

Em anos (quase vinte) militando na área da música e da cultura já vimos de tudo, mas a lei que o vereador Luiz Almir está propondo e que corre seríssimos riscos de ser aprovada pela câmara dos vereadores é das coisas mais sem noção que já presenciamos na nossa curta história.

Pra quem não tá por dentro, vou resumir em miúdos: a lei OBRIGA produtores, teatros, centros culturais, casas de espetáculo a receber sempre um artista local em shows de artistas nacionais, com o pagamento mínimo de 10% do valor do cachê do artista nacional aos artista locais, dentre outros absurdos.

Quem bate o o olho rápido pode até achar simpática a atitude mas ela só revela o tamanho da baixa-estima que se abate em parte da produção musical do RN. Amigos, eu sou músico também, me esforço diariamente, junto com outros amigos de ação para divulgar meu trabalho, ter uma agenda e fazer a roda do meu som girar. Eu não quero em hipótese nenhuma passar pelo constrangimento de estar me apresentando dentro da minha cidade junto com algum companheiro de outro estado com o público achando que estou ali OBRIGADO PELA FORÇA DA LEI. Não é dessa forma que a classe musical do RN vai conseguir algum tipo de respeito, muito pelo contrário. O parco reconhecimento interno das nossas manifestações vão estar para sempre atrelados a uma lei que se quer foi minimamente discutida com a sociedade.

Vereador, se você não entende o que é uma política cultural real, faça o favor de não piorar ainda mais o que já não é nada bom. Nós aqui do Dosol ficamos altamente envergonhados com tudo isso, nos envergonha e nos faz pensar a que ponto nós chegamos com as políticas públicas dentro da nossa cidade.

Fazer reserva de mercado “politiqueira” usando a ingenuidade de uma parte dos artistas da cidade é jogo sujo mas não surpreende. Se essa lei sem pé nem cabeça for aprovada, o impacto negativo para o já combalido mercado musical vai ser tão grande que tememos pelo esvaziamento ainda maior de atividades musicais relevantes dentro da cidade em vez de aumentar o fluxo de artistas locais em eventos interessantes. Vamos fechar as últimas portas que ainda estão abertas.

Uma lei é coisa muita séria, espero que os outros vereadores avaliem bem o que vão aprovar, porque eles serão co-autores dessa atrocidade com o mercado musical potiguar e terão que levar esse fardo pelo resto de suas carreiras políticas.

E para finalizar, só para deixar claro: para o Dosol os artistas de fora e dentro da cidade tem o mesmíssimo valor artístico e diferenças de custos determinadas pelo próprio mercado. Algumas bandas locais ganham mais que outras de fora, algumas de fora ganham mais que as locais e essa lei não afetaria diretamente em nada o que fazemos. Não estamos defendendo um setor da música, estamos defendendo o direito das pessoas gostarem dos nossos artistas porque eles são MUITO BONS E NÃO PORQUE UMA LEI IMBECIL OBRIGA QUE ELES PARTICIPEM DE QUALQUER SHOW.

Esperamos que os representantes do legislativo municipal façam a sua parte e BOICOTEM de vez essa ideia bizarra. Até a próxima!

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17 Comments

  1. NÓS SOFREMOS COM A DISCRIMINAÇÃO PELO POVO NATALENSE, QUE SÓ VAI A SHOWS DE ARTISTAS DE FORA,VEJA O EXEMPLO QUE ERA O PROJETO “SEIS E MEIA”, O PUBLICO SÓ ENTRAVA NO TEÁTRO QUANDO COMEÇAVA O SHOW DO VISITANTE.
    SOU ATOR, E A MESMA COISA ACONTECE,LIGAM PRO TEÁTRO PRÁ SABER SE O ESPETÁCULO É DE FORA, ACONTECEU MUITO COMIGO !

  2. Esperava ler e encontrar mais argumentos, pois confesso tinha dúvidas sobre a lei…mas inicialmente discordo dessa posição…acho mesmo que o medo dos produtores culturais é ter que se enrolar mais com pagamentos, isso sim, já que teria um valor mínimo a se pagar ao artista local…o que tb é uma preocupação, diante das dificuldades de se produzir qualquer coisa nessa cidade…sobre o público … acho que não vai estar tão antenado assim pra saber que estão sendo “obrigados”…

    1. bem, o dosol não está com medo porque pra gente não muda muita coisa. Tá no texto. Cada um tem a sua posição, temos a nossa. Obrigação é péssimo, sempre foi, sempre será.

    2. Sou artista potiguar e acho a lei irresponsável e muito insensível. Ao mesmo tempo que é uma proposta que afeta profundamente o mercado de cultura, demonstra em ainda maior grau uma falta de conhecimento de como as coisas funcionam na vida real.

      Na vida real, quase toda banda: as boas e as ruins, as que vão ser ricas e as que vão deixar de existir depois do primeiro show começam tocando de graça ou recebendo muito pouco. Se puder ser abrindo o show de uma banda maior de fora da cidade, melhor ainda.

      Com produtores sendo obrigados a pagar um certo valor muito acima do que aquela banda está “valendo” naquele momento, essa oportunidade delas se exibirem acaba rareando e isso vai murchando a cena .

      Todo trabalhador merece ser remunerado. Isso é verdade e sagrado. Mas ninguém é obrigado a comprar o que não quer, ou contratar o trabalhador que não quer – produtores incluídos, logo, a oportunidade para bandas novas subirem em um palco vão ficar caras e consequentemente mais escassas.

      Acho que o artista que acha injusto o que está ganhando tem é que cobrar o quanto acha que deve ganhar e ver se o marcado está topando pagar, assim como em tudo na vida.

  3. Dinheiro pro artista local? nunca!!! que o artista local sofra com péssimos equipamentos, péssimas instalações e faça isso com um sorriso no rosto pois “estamos divulgando sua banda”

      1. Pois é, inclusive a minha banda e as bandas dos meus amigos até já enricou com os cachês…

        Ah foi mal.

        Na verdade nós já fomos sempre ricos, porque somos todos filhinhos-de-papai…

        Acabei me confundindo, me desculpem, são muitas drogas na cabeça…

        1. Em eventos de bilheteria, quem paga pra você tocar
          é o público Abil. Sua banda vale quanto? Vale 40 mil? Enquanto não valer, você deve cobrar no mínimo o que o sindicato dos músicos sugere… Se você aceita tocar por um sanduiche é problema seu não? Ninguém lhe obriga a aceitar. Tem muita banda em Natal cobrando 1000, 2000, 5000, 10000, 20000… Ah, você não é musico profissional? Desculpe, são muitas drogas na minha cabeça.

  4. é verdade! eles querem que fique do mesmo jeito- sempre os mesmos tendo espaço e esses ”mesmos” são os que se beneficiam por serem simpáticos aos produtores locais, como disse o presidente do sindicatos dos musicos: os artistas que sempre estão em ”evidencia”, são pq tem um trabalho consistente e estão antenados com a classe produtora”- ou seja…é uma panelinha- por isso estão contra- nao querem dividir as oportunidades

    1. Fale por você Fernando. Não coloque palavras em minha boca. Estar antenado com produtores não é panelinha. É na verdade se aproximar do público alvo de seu produto. A sua visão é que está tacanha e suas posições é que são duvidosas em relação a panelinhas, já que concorda com a inclusão de uma empresa partcular indicando artistas no escopo da lei.

  5. A lei nao tem nada de ruim, ela vai abrir portas paras os musicos e etc de Natal. Andersom Foca vc nao da oportunidades de verdade e seu monopolio esta acabando, estar pra surgir um selo de verdade em Natal com uma gama de artistas colaborando entre si sem medo de ou falta de respeito para quem os procura para apresentar trabalhos novos.

    1. Diego, você tem direito de ser a favor. Fique a vontade. Legal que vai surgir um selo de verdade, desejo sorte na empreitada. Quanto aos outros comentários, meio bobo né? Nem vale a pena responder… 🙂

  6. Concordo com todos os q sao a favor da lei, e digo mais, Fernando Luna é melhor que muitos desses da panelinha, e tem muitos produtores melhores tambem!

  7. Para vcs que estão reclamando da panelhinha… Vcs acham que o produtor de um evento que vai contratar um artista nacional no valor de cem mil e com a nova lei, tenha que contratar um artista local pagando um cachê de no mínimo dez mil, vai dar oportunidade a algum artista pequeno ou não tão conhecido na cena local? Óbvio que não! Já que haverá a obrigatoriedade de pagar esse valor, ele vai contratar os artistas locais mais consagrados, aqueles pertencentes a panelhinha como disseram alguns, para trazer mais visibilidade ao evento. Normalmente as leis que regulam o mercado atuam inibindo os maiores, para que os menores possam sobreviver. Essa lei vai gerar o efeito contrário.

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