Natal

HUGO MORAIS (RN): MÚSICA PARA OUVIR MÚSICA

Quarta-feira. Cerveja, três contos de horror. Filmes. Franceses, dublados em italiano e legendados em português. Supimpa. E com o super-astro Boris Karloff. Tal qual todo lobisomem encontra sua bala de prata e tal qual todo vampiro encontra sua estaca, encontrei meu fim. Que bom. Me livrei da maldição. Na quarta.

Na quinta teve Arnaldo Antunes no ENE – Encontro Natalense de Escritores – , na faixa, na Ribeira. Todos os malassombrados de Natal estavam lá, a fauna toda, inclusive nós. Lembro do show de Arnaldo no lançamento de Um Som, isso fazem uns 10 anos. Foi na Rua Chile, pouca gente e na guitarra Edgard Scandurra. Os shows foram totalmente diferentes. Lá atrás era uma banda de rock mesmo: guitarra, baixo e bateria. Desta vez foram violões, teclados e Arnaldo. Os dois foram bons, mas fico com o primeiro pela banda “completa”. Nove discos tem o doido sem costeletas e mais um punhado de livros. Não posso dizer que sou fã. Mau conheço as músicas, mas não se pode negar que ele é criativo e junto com Nando Reis faziam diferença nos Titãs, o resto é bucha de canhão. Branco Melo e Sérgio Brito até tentaram carreira “por fora”, mas não deu. Fracassaram bonito.

O que me espantou foram os fãs do ex-Titãs. O povo tava quase tendo um troço. Não chegou a comoção do show de Otto, mas também ele não é carismático (entenda-se um pouco como super chapado) quanto o recifense. Outra foi o mesmo modo de cantar todas as músicas. Fruto de falta dum timbre de voz melhor que possa fazê-lo variar. Teve gente que disse que ele não sabe cantar. Acho que não é isso, é daquele jeito mesmo, e sendo assim, não há o que fazer.

É muito bom ver shows diferentes em Natal. Observar bandas e artistas diferentes, produções diferentes. Tem gente que nem aparece, mas paga R$ 10.00, R$ 15.00 pra ver banda cover. As vezes cover de cover. Otto, Arnaldo, Elma, Debate, me satisfaço com um show no Projeto Seis e Meia com Siba e a Fuloresta do Samba. É incrível como só fazem repeteco. Todo ano é Oswaldo Montenegro e outros artistas que não acrescentam nada. Siba e Fuloresta estão aqui ao lado, em Recife. Se eles não vem para cá, vão muito a Europa. Mas enquanto continuarem trazendo Elba Ramalho, Zé Ramalho, Simone… É melhor tirar meu cavalo da chuva.

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