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HUGO MORAIS (RN): COBERTURA – PRIMEIRA NOITE DO MADA

Hugo Morais, texto

Débora Ramos, fotos 3, 4 e 5

A grosso modo cabe dizer que a primeira noite de festival não teve um show ruim do ponto de vista técnico. Não houve problemas com as bandas e elas executaram seus sets com segurança e presença. Mas quando partimos para o campo do gosto, da relevância e outros aspectos a coisa muda de figura.

A banda que abriu o festival foi a potiguar POETAS ELÉTRICOS. O público tímido pôde apreciar as poesias e trocadilhos de Caritó: “Vou fazer uma Mandala, para mandá-la…”; “seus olhos são jabuticabas que nunca acabam…”. A banda cairia muito bem numa vernissage. Ainda conta com Michelle Régis nos vocais e o guitarrista Edu Gomez. O público não se abalou, aliás esteve frio até O Rappa.

AMPS & LINA vieram de Recife após ganhar a seletiva Radar Indie. Se na seletiva o som estava embolado a ponto de não se entender o vocal e de alguns instrumentos passarem batidos, dessa vez foi diferente. Fizeram um show bom que mistura rock com elementos eletrônicos e até um violino. Bom para o público e as bandas de Natal verem, já que aqui não há muita experimentação. Mesmo com esse som diferente, o grupo pareceu ser apenas mais uma que ia tocar antes da atração principal.

NV ganhou a seletiva Laboratório Pop no Rio de Janeiro, o que dava direito a vir ao festival. Mesmo com uma rápida chuva, a banda fez um show legal, com boa presença do vocalista e com direito a gente pulando e achando tudo ótimo. O problema é que o som é uma cruza de Rappa com Detonautas, um genérico. Ou seja, agrada em cheio aos fãs das duas bandas e ao público telespectador de Malhação.


SWEET FANNY ADAMS também é de Recife e fez o show mais “diferente” da noite. Nas influências ficam nítidos Gang of Four e Talking Heads, por exemplo. As músicas têm boa pegada e levam a dançar. Mais uma pernambucana que enterra as raízes e mostra que a fase em Recife aponta para fora. No fim “Hate Song” animou alguns presentes.

A única banda de reggae foi a potiguar RASTAFEELING. O público já era grande e os portões da Babilônia se abriram. A banda fez um show muito bom em cima do repertório de dois discos lançados e um por vir. Destaque para o vocalista Bino Negão, que segura muito bem a onda rasta com músicas que estavam na boca de muitos da platéia. Ganja no ar para aromatizar.

O BRAND NEW HATE tinha a tarefa de tocar antes de Motosierra e Rappa. Não fez feio, ao contrário, fez um show muito bom. O vocal Samuka encarna bem o personagem rocker e instiga o público. Apesar da platéia ser grande, pouca reação. Influências de Ramones, New York Dolls e até Motosierra, levam a banda a fazer um rock rápido que passeia entre o punk, o hardcore e o stoner. Se o show tivesse sido mais curto teria sido mais instigante.


O MOTOSIERRA veio do Uruguai para fazer o melhor show da noite. Marcos, vocal, é o frontman. O cara se pendurou no guitarrista e puxou seus cabelos, xingou e cuspiu o público, simulou sexo com as caixas e com estante do microfone. E até enfiou o microfone na bunda e o lambeu. Sobrou até para uma cinegrafista que foi “atacada” e gentilmente apalpada. A mistura de metal, punk e hardcore alegrou quem gosta e agrediu quem não gosta. Era possível até ouvir entre uma música e outras um “vai embora uruguaio filho-da-puta”. O público que aguardava ansiosamente o Rappa, claro. Ouso dizer que nunca mais o MADA receberá um show como o do Motosierra, com um excelente vocalista e uma banda idem. Tocando alto e pesado ao extremo.

O RAPPA foi antecedido por fogos de artifício e fez aquele show de sempre. Hits e o público cantando e pulando junto.

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