Clipping, Coberturas

FESTIVAL DOSOL 2009 REPERCUSSÃO: REVISTA CATORZE, SEGUNDO DIA

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Pontualidade. Bem organizado, com uma escalação para agradar os gregos e troianos do rock e com público cativo, o Festival DoSol 2009 encerrou (pelo menos a sua primeira parte) mostrando mais uma vez a boa fase que passa e porque já é considerado um dos grandes festivais de música independente do Brasil.

O último dia, como era de se esperar, ficou marcado por bandas de rock pesado e de metal, com algumas variações entre a escalação. O resultado foi uma coleção de roxos entre aqueles que se aventuraram nas rodas de polga e os tímpanos estourados entre os que não agüentaram o som pesado.

Com o início marcado para às 15h30, o festival começou com Dr. Carnage, seguido de I.T.E.P, Fliperama e Nervochaos. Motivos maiores impediram o comparecimento da digníssima equipe Catorze no início pontual dos trabalhos. Relatos constam que as primeiras apresentações foram em bom nível. Chegamos já com a clássica Deadly Fate no cair da noite em Natal (17h40). Um metal clássico, para a galera ficar louvando as firulas nas guitarras. Bem bacana, profissionalismo por parte dos tiozões.

A banda seguinte já é velha conhecida da cena potiguar. Distro, um rock meio açucarado, um pouco mais melódico, mas com instrumentistas de primeira e um som que vem melhorando ano a ano. Estiga foi a palavra do show, muito bom e bem superior às primeiras apresentações do grupo, que vi em um Festival DoSol das antigas. E o final ainda teve uma guinada meio viajosa pelo progressivo.

A norueguesa Pulverhund foi a próxima a tocar. Rock mais paradão, influências diferentes daquelas que tocavam antes. Alguns dormiram, mas os que ficaram ligados viram uma boa banda que fez um show – do meio para o final – que cresceu e mostrou a qualidade dos caras. Não é algo que eu ouvira, mas foi legal.

A descrição da banda Confronto (RJ) deixo a cargo de Rayanne Azevedo: Maloqueiragem total tomou conta da roda de polga nada suave que rolou lá embaixo. A cena mais memorável do show foi, sem dúvida, a hora em que ele dividiu o pessoal em dois lados para então se confrontarem com uma brutalidade assustadora. Foi uma piada infame e irônica, mas rendeu um espetáculo do caralho! Fora que o vocalista conversava com a galera e dominava muito bem o público, que reagia a cada palavra de ordem, frases feitas de sabedoria de rodoviária…. Mas ok, foi muito legal! Até eu senti vontade de descer quebrando tudo. Se não aguenta, bebe leite.DSC_0765

O Calistoga, no palco do Dosol, tocava em casa. Dava para perceber a alegria e empolgação da banda. O show conseguiu transmitir tudo isso e foi um dos melhores da festa, apesar do ritmo que fazem parecer meio deslocado com o metal das caveiras que rolava. O ambiente ajudou muito o show competente que fizeram. O vocalista, empolgado, cantou com a platéia e fez a galera vibrar até o último segundo. É uma banda que está crescendo muito na cena e é uma das boas promessas do rock potiguar.

Fã de Devotos das antigas, Beto Leite pediu licença para dar seu pitaco sobre o show de uma das bandas mais tradicionais do punk rock brasileiro: O puro exemplo de hardcore nacional. Devotos é uma das poucas bandas de punk rock que tem mais de 20 anos de estrada alternativa, o que não é nada fácil. Canibal e sua trupe fizeram um show antológico dentro do armazém. Com música como “eu tenho pressa”, “o herói”, “faz parte do cotidiano” e “roda punk” botou a galera da polga para “arrudiar” no bom e velho estilo punk rock. Mas o bonito mesmo foi ver todo o galpão cantando junto “Punk Rock Hard Core Alto Jose do Pinho”. Senhoras e senhores, foi do caralho.

A banda goiana Mugo é considerada uma das revelações do metal brasileiro. A cara de mal não é só pose, os caras fazem um som considerado um dos melhores dessa nova geração brasileira que toca metal: forte e com boas influências. Uma bela aposta da produção. O show foi aquilo: vocais rasgados, neguinho batendo cabeça e roda de polga violenta.

O final, bem, o final foi com os ingleses do Exploited. Tiozões da cena inglesa. Quem esperou alguma movimentação nazi ou semelhantes, acabou tendo que engolir um show competente, com som pesado e a galera vibrante. Os gringos mostraram que sabem animar o pessoal, com um vocalista punk e suas cuspidas infernais e uma roda de polga que parecia não querer terminar. Deu tempo até para um bis para fechar com chave de ouro essa primeira fase do festival.

No mesmo espaço físico, com a feirinha um pouco ampliada e dois dias completamente distintos, o DoSol seguiu a mesma fórmula do ano passado e foi um sucesso esperado. Muito por apostar em boas bandas e por fazer um festival dividido de acordo com o público e os gostos dos rockeiros natalenses. Agora só nos resta esperar o DoSol Música Contemporânea. Mas já dá para dizer – depois de cinco edições anuais e sempre com uma boa seleção de bandas – que é o melhor festival de música independente do RN.

Fotos por Fábio Farias

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1 Comment

  1. Calistoga promessa? Essa eu não entendi, uma banda que faz um show daqueles e cumpre com a pauta que eles cumpriram em 2009.2 é considerada promessa do rock potiguar?

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