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ENTREVISTA – BUGS (RN)


Bugs nos camarins do Festival Dosol por Nicolas Gomes

Por Jezuíno André, João Pessoa/PB

1- Porque passaram tanto tempo para lançar o terceiro trabalho e, agora, poucos meses depois, lançam duas músicas inéditas?
Paolo – Cara, teve a troca de componentes na banda, viramos um quarteto. Levou um tempo para tomar corpo. Notei que compor para um quarteto é diferente de fazer música para um trio.
Dimetrius – Acho que foi complicado pros caras perderem o batera prestes a gravarem um disco novo. Augusto entrou na banda já com a missão de graver o segundo disco, isso tudo foi em semanas. Eu só entrei na banda quando o disco tava sendo lançado, na verdade no show de lançamento. Então, passamos um tempo tocando aquele disco, naturalmente. Depois relaxamos e fomos compor coisa nova. E esse período foi longo. Mas nunca demos uma pausa como quarteto.

2 – Nessas novas músicas o som tá mais pesado e denso, aliviando mais na psicodelia, mudança marcante. Há algum motivo para tal guinada?
Paolo – Não queríamos repetir uma fórmula. Mas talvez não fujimos tanto da psicodelia dos álbuns anteriores como se fala por aí. Ainda tem muito do Bugs do começo alí.
Dimetrius – Pois é, também acredito que não foi uma mudança tão drástica. Apenas tem mais um elemento, uma outra guitarra e um batera que talvez tenha uma pegada mais direta que o Joab (batera fundador do Bugs).

3- Por falar nisso, o que estão escutando de interessante no momento?
Paolo – Eu particularmente estou ouvindo muito Johnny Cash, Nick Cave and Bad Seeds, Queens of the stone Age, Hermano e Walverdes.
Dimetrius – Agora, as bandas que tão passando pela minha cabeça são Wilco, Pelican, Pavement, o novo do Eddie é pesadíssimo. O Flaming Lips destruindo o Dark Side do Pink Floyd também é muito doido.

4 – O título do EP corresponde as últimas palavras de Jesus na cruz. Alguma religiosidade ou conteúdo místico nesse trabalho?
Paolo –
Não tem nada com relogiosidade e sim com a condição humana atual. Estamos cada dia que passa enfiados mais e mais na merda e acreditamos que estamos evoluindo. É claro que ainda não conseguimos desfrutar de uma vida limpa, sadia.

5 – Como tem sido a repercussão do novo disco e da nova formação da banda? Poderiam inclusive comentar sobre a inclusão de outra guitarra de timbragens mais hard.
Paolo – Tudo está indo muito bem com essa formação. Boas resenhas, estamos tocando em alguns festivais, um número maior de pessoas gostando e respeitando o nosso trabalho. Creio que somos um grupo bem melhor hoje, mais resolvido. Uma outra guitarra criou a possibilidade de reproduzir melhor os álbuns anteriores e dar mais peso e sofisticação aos novos arranjos das canções criadas agora.
Dimetrius – O engraçado é que essa formação já tem quase 4 anos. Entrei em 2006, tocamos um bocado, Festival Mundo, Virada Cultural de SP, MADA, Dosol (2 vezes) com essa formação. Só que chegou uma hora que tinhamos de parar e compor.

Quanto a repercussão do ep, o trabalho de divulgação que a Mudernage (selo potiguar) fez nos dois primeiros discos foi exemplar, chegamos em muitos lugares e ajudou a deixar no ar o nome da banda. Como faziam dois anos que não lançavamos nada, muita coisa tinha mudado, resolvemos jogar tudo num link e vê no que dava. Inclusive a forma de distribuir música na internet hoje é algo bem mais comum que tempos atrás. A nossa música acabou chegando mais rápido no nosso público. Hoje todo mundo tem twitter, né?

6 – E como está o atual cenário rock no Rio Grande do Norte?

Paolo – Mais pesado, mais organizado, vivo e produtivo.
Dimetrius – Tá mais fácil pra todo mundo. Gravar é mais fácil, tocar em som bom tá mais acessível. O C.C. Dosol já é referência. Bagulho tá foda. Camarones e Calistoga rodando o Brasil. A gente já saca que um povo de fora curte o Dusouto, gosta do Bonnies. Muita gente escrevendo (acessem o http://www.oinimigo.com), fomentando.

7 – Quais as perspectivas futuras da banda?
Paolo – Fazer o máximo de shows possíveis e continuar gravando, só que agora com mais regularidade.
Dimetrius – Queremos tocar bem esse ano pelo Nordeste. Estamos tentando fechar algumas datas ainda esse semestre em SP. Vamos ver o que rola. Por enquanto, queremos divulgar o ep e esse single novo que tá saindo agora, nas vesperás do Abril Pro Rock.

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