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COLUNA DO LEVINO: HOBBITS, SLASH E MAIS

– O Estado brasileiro, com raras exceções, é um imenso elefante branco e anacrônico. Por exemplo, o TSE que limitou para as próximas eleições a campanha via web apenas no site do candidato, não deve fazer a mínima idéia do que seja YouTube, Orkut, Myspace. Pois vejam vocês que o governo britânico sabe o que é Twitter. E melhor, usa-o. Primeiro mundo é outra coisa, né não?

- O Google e a Virgin iniciaram um projeto ambicioso. Digno de Arthur Clake. Trocando em miúdos, já abriram inscrições para a primeira colônia humana em Marte. Vai se chamar Virgle. O comercial já está rolando.

“A primeira tentativa de julgar os acusados pelo Onze de Setembro foi a criação de comissões militares instituídas pelo Pentágono que ouviriam cada caso e o julgariam. Os juízes encarregados poderiam considerar como provas o que bem entendessem e descartar o que não quisessem. (Boato valeria se o juiz quisesse.) Nenhum condenado teria autorização de recorrer a uma corte superior. (…) Há duas novidades na praça. A primeira é que, pelo menos para os seis homens da cúpula da al-Qaeda presos, enfim haverá um julgamento. A segundo é que uma nova pessoa estará ocupando o Salão Oval na Ala Oeste da Casa Branca em janeiro de 2009.” O que o Doria explica direitinho, de alguma forma reforça a minha tese – não minha, mas de tantos outros não sectários – de que a democracia americana é um trem que não para, apesar dos encalços nos trilhos (foi Tom Wolfe que disse isso no livro “Ficar ou não ficar?”). Mesmo com os espamos de autoritarismos decorrentes da política de um ou outro governante, ela é sólida o suficiente para não sair dos trilhos.

– Carpinejar é um cronista inconstante, mas um poeta dos melhores da nova geração, se não o melhor, ali, pelo menos para mim, dividindo o topo da cadeia com meu querido Fabrício Corsaletti. Pois digo que a paixão pela poesia é algo que não se explica. Eu mesmo já tentei fazer com que alguns amigos comecem a ler, sugir autores etc, mas há um bloqueio o qual não consigo explicar, assim como não entendo quem vive sem ela, a poesia, e por tabela o carinho pelos poetas. Tem quem goste tanto, que chama o poeta preferido para celebrar o casamento. Pois é, o Carpinejar fez isso, celebrou casamento.

– Por falar em Carpi, se liga que amanhã ele fala sobre o Noll, no projeto Tertúlia. Bom, pertinho aqui de casa =)

– Cara, sério, tem uma galera que é muito boa em art design. Feito o Savio Alphonso.

– Eu sinceramente – e a torcida do Corinthians – não consigo entender o que se passa com o preço dos ingressos em São Paulo. Esse ano tivemos dois exemplos de preços exorbitantes, proibitivos. Primeiro Bob Dylan custando até 900 reais, que seriam suficiente por exemplo, para assistir o show em Buenos Aires, na area VIP, pagar hotel, passagem e sobravam 46 reais. Depois Enio Morricone, com ingressos custando até 1.500 reais. E mesmo coisas que já vi anunciadas em shows na Europa e nos EUA por ingressos que não chegam a 100 reais, no Brasil podem custar 300, como o Groove Armada, que toca aqui dia 30 de abril. Óbvio que esses precisos existem porque há quem se disponha a pagar (entre tantas outras desculpas como as carteiras de falsos estudantes blábláblá), mas entrou-se numa corrida de preços absurdos que daqui a pouco vai dar em baque, em casa de show vazia, ou pelo menos com dezenas de sub celebridades entrando de graça para fazer a média com a imprensa.

Diabo Cody, a stripper que ganhou o (merecido) Oscar por Juno, no Oscar 2008, publicou em 2006 um livro que foi sucesso imediato nos EUA, onde contava detalhes de sua vida de stripper. Pois a Nova Fronteira, editora brasileira, comprou os direitos de publicação e o livro sai até o meio deste ano. A pergunta: ela vai fazer campanha de divulgação no país?

– Para os metaleiros: Paul Di’Anno, que um dia pegou no microfone do Iron Maiden, em substituição a Bruce Dickinson, se apresenta em São Paulo, na Virada Cultural, dia 26/04. Ah, de grátis =P

– Dia desses numa discussão com outros jornalistas que cobrem a área cultural, meti-me numa polêmica ao defender que o Sepultura não deveria acabar, mesmo com a saída de Iggor. Óbvio que Derick é gente boa, mas não o bastante para, no palco, fazer frente a Max Cavalera. E que o novo baterista era sim um cavalo que estava conseguindo manter o alto nível na cozinha da banda. Admito de público agora: eu estava errad. Eu acho que a banda deve sim acabar. Andreas Kisser, por exemplo, tem muito serviço a prestar com participações em discos de duplas sertanejas. Duvida? É o que ele vai fazer no disco da dupla Edson e Hudson. Quer ouvir?

– O pior que fuçando o site da dupla (não me perguntem como fui parar lá), descobri um vídeo onde um deles ataca de metaleiro e faz as vezes de Steve Vai, Satriani e coisas do tipo. Juro. Escolham o vídeo Violência Armada e tenham noção do medo. Metaaaaaal m/

– Crise no cinema francês? A terra dos intelectualóides chatos? “Sim, responde a cineasta Pascale Ferran (do ótimo “Lady Chatterley”), líder do Clube dos 13, grupo de 13 profissionais de cinema (diretores, roteiristas, produtores, distribuidores, exibidores e nenhum cartola de futebol). Na semana passada, essa trupe apresentou um relatório de mais de 200 páginas, elaborado ao longo de dez meses, sobre o estado de saúde da produção cinematográfica nacional. O diagnóstico de Ferran: o sistema de financiamento público, desenvolvido nos anos 80, está obsoleto, não é mais capaz de atender de forma eficaz os filmes que mais precisam dele, os de médio e baixo orçamento. Para a diretora, o cinema francês hoje é formado por “filmes muito ricos e por outros anormalmente pobres, alguns superexpostos e outros renegados a um silêncio absoluto”. Via Ilustrada no Cinema

– Posts atrás eu comentei que esperava, como leitor de Veja a um bom tempo, que a revista desmentisse categoricamente e rebatesse com fatos tudo que Lus Nassif vem revelando na sua série de reportagens sobre a revista. Obviamente, isso não vai acontecer. Tem sido até agora crível demais o que Nassif tem mostrado e acho que tende a ser mais ainda. E mais, angariar apoios (não que isso seja necessário, as cartas estão na mesa e isso basta). Ainda mais depois que a Veja perdeu o controle e partiu para o pior tipo de ataque possível, o pessoal, contra a família de Nassif. Um bilhete: Caro Civita, resgate enquanto ainda é tempo, aquela Veja que eu tinha muito prazer em ouvir meu pai comentar no almoço do domingo. Hoje é só vergonha. Ainda dá tempo.

Esse caso da menina de apenas seis anos que foi jogada/caiu do sexto andar, num prédio aqui de São Paulo é estarrecedor. A polícia não tem (ou não divulgou) muitas pistas que aconteceu. De qualquer forma tenho acompanhado com atenção, não por morbidez, mas por compaixão. Como pode? Tão linda, tão nova, tão inocente e vítima de alguma coisa muito cruel nesse mundo. É pena.

“(…) hepatite e dentes estragados, o autor conta também que o ator costumava “friccionar seu pênis até sangrar” e se utilizar de aparatos que prometiam aumentar o tamanho de seu órgão sexual. Em determinado trecho da biografia, Bret ainda chama o ator de “hipócrita” por manter uma aparência de “sex symbol macho” e até incitar a homofobia, ao mesmo tempo em que dormia com outros homens.” Pô, atacar morto é foda, né?

– Em breve estarei de casa nova (necessariamente a mesma), o que tem tomado muito o meu tempo desejando modelos bacanas de estantes, para os meu nem mil livros. Alguém se habilita com o regalo? E as opções para sinalizar a casinha?

“Não vou entrar no mérito das sugestões, mas não posso deixar de notar a ironia de algumas já exercidas. O rodízio, por exemplo. É certo que sem ele as coisas estariam piores, mas com ele continuam piorando. Isso porque não se tem transporte coletivo de qualidade, a engenharia de tráfego é burra e os nobres e preocupados cidadãos preferem comprar mais um carro (nunca antes neste país se venderam tantos carros) para driblar o rodízio. O que quero dizer é que o trânsito é um problema que transcende o pacote de soluções viárias. Envolve questões de mentalidade, como apontei, e envolve questões como habitação, emprego e economia.” O Piza tem lá suas razões. Uma coisa é certa: está cada vez mais desanimador colocar os pés fora de casa em São Paulo.

“1. Sérgio Cabral chamou Dilma de “presidente” sem querer. Sérgio Cabral não é canastrão. 2. José Serra não planta notícias na imprensa contra Geraldo Alckmin. O governador tucano, homem de partido, chega a passar mal com os ataques ao companheiro. 3. O gabinete de emergência contra a dengue está funcionando a pleno vapor. Só o Luciano Huck e o mosquito não vêem isso.” Fiz propaganda ontem, mas torno a anunciar: larguem seus Reinaldo Azevedo e Paulo Henrique Amorim, e fiquem com o Fiúza. Eu gosto de quem provoca com classe, já falei, né?

– O Sergio Rodrigues usa uma expressão interessante, para falar de escritores mortos mas que ainda respiram com ajuda de aparelhos (no caso do Brasil os currículos escolares). Como José de Alencar, por exemplo? Pode ser. O fato é que nos EUA uma polêmica tomou conta essa semana do meio literário, quando Robert Gottlierb desancou sem piedade os livros de Steinbeck, obras obrigatórias nos bancos escolares americanos. O artigo saiu na The New York Review of Book. Sente o drama: “Mas se toda a obra de Steinbeck está em catálogo quarenta anos depois de sua morte (em 1968), e apesar da dieta forçada de seus livros imposta a centenas de milhares de estudantes – e da canonização oficial pela Library of America -, por que será que ele está tão decisivamente excluído do mapa literário?”

Dossiê ou Banco de Dados? Pois Ferreira Gullar explica direitinho a diferença nominal da nova crise do governo Lula.

“As dificuldades são as mesmas, pois passados 15 anos muitas coisas mudaram, outras continuam as mesmas. Um exempo prático é a questão das rádios. Não temos uma única rádio aqui (em Recife) que toque Nação Zumbi e Siba por exemplo. Nomes que estavam na listas dos melhores CDs de 2007, com reconhecimeto internacional. Nem parece que são daqui, são literalmente ignorados pela mídia local, com excessão dos cadernos culturais.” Paulo André, o homem Abril Pro Rock, por quem tenho grande admiração e respeito (acho que só a gente que nasceu perto da coisa tem noção do quanto o APR foi importante na música nacional), fala a Luciano Matos sobre a cena, dificuldades e tece um rosário de verdades.

– Aconteceu o esperado. Claro, depois que Scott Weiland desancou o Velvet Revolver no último show em Glasgow, e de bater boca (ou melhor, posts) com Matt Sorum, Slash tratou de anunciar a saida do vocalista, que agora tem data marcada e pelo menos cinquenta shows agendados com a volta da fodíssima Stone Temple Pilots.

– O novo filme do 007 começou a ser rodado no Chile. Ainda com Daniel Craig. Acredita que não vi o último?

– Blog não vicia. Será? Até o Almodóvar tem um agora. É bacana e divertido, sem a afetação que eu esperava encontrar. “Terminé el primer borrador del guión de “Los abrazos rotos” la semana del 21 de octubre pasado. Desde entonces, escribo esto una tranquila mañana de Sábado Santo, ya voy por la sexta versión. En mi cuaderno de notas aparece que esa misma semana de octubre murió Deborah Kerr. “Deborah Kerr muere sin saber que es Deborah Kerr”, decía el titular del periódico donde leí la noticia.”

– “Ian McKellen’s recent statements about his intent to return as Gandalf, as well as hints that a few other details of the film are at long last solidifying, suggest this project is finally coming together (provided litigation from the Tolkien estate doesn’t slam the brakes on yet again” Então, agora está confirmado, vai rolar mesmo o filme O Hobbit, baseado, claro, na obra de JRR Tolkien. Cara, agora eu não faço idéia para aonde Peter Jackson vai ser catapultado. Nas alturas ele já está desde a trilogia de O Senhor dos Anéis…

– Vocês já viram a pior cena de luta do mundo?

“Estive lendo os papéis amarelos. Penso que distinguir pelas ausências – espaciais ou temporais – os meios de superá-las leva a confusões. Talvez fosse o caso de dizer: meios de alcance e meios de alcance e retenção. A radiotelefonia, a televisão, o telefone são, exclusivamente de alcance; o cinematógrafo, a fotografia, o gramofone – verdadeiros arquivos – são de alcance e retenção. Todos os aparelhos para fazer frente a ausências são, portanto, meios de alcance (antes que se tenha a fotografia ou o disco, é preciso tirá-la, gravá-lo).” Uma dica, para quem o gosta de bons livros. A Invenção de Morel, de Alfredo Bioy Casares.

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