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COBERTURA: POP ROCK TROPICAL (SALDO FINAL)

POR JEFFERSON PAIVA

Dever cumprido. Essa é a sensação que tive ontem, ao anunciar a última banda do Festival Pop Rock Tropical. Não pelo cansaço, ou pela sensível falta de voz, que todos os presentes fizeram questão de me lembrar das formas mais engraçadas e solidárias possíveis. Mas pelo simples fato de conseguir, ao final de um mês, assistir mais de 20 bandas autorais se apresentarem em um dos palcos mais democráticos da cidade. Democráticos pelo fato de ser possível, em uma cidade aonde se consome basicamente o que vem de fora, música feita aqui, e de muita boa qualidade, diga-se de passagem.

E o que eu posso falar do festival? Ao mesmo tempo em que sou relativamente suspeito em falar de uma festa com uma proposta bacana e incentivo único, pois não é todo festival que dá a banda ganhadora a gravação de um cd, também sou critico suficiente para resmungar ( é esse mesmo o termo que usarei ) de alguns pontos.

Como já comentei antes, foi um mês de festival, aonde a FM Tropical, em parceria com o selo DoSol e o DoSol Rock Bar proporcionaram a cena local a oportunidade de ver uma boa parte do que de melhor está acontecendo na cena local e suas novidades. Vale salientar que o grande diferencial do festival foi poder acolher um número considerável de bandas ( foram 20 bandas classificadas ), e de uma variedade que poucas vezes pode-se ver aqui na cidade.

Tivemos bandas de todos os estilos e para todos os públicos. Tocaram no mesmo palco Elegias e seus Afluentes, Avalon’s Symphony, Kawa Nui e Paccelli. Prova de que com coragem, determinação, ousadia e boa vontade, é possível sim agradar a gregos e troianos. Pena que nenhum deles assistiu aos belos shows que os artistas nos proporcionaram. Mesmo com a divulgação maciça na FM Tropical, discussão em fóruns e milhares de spans em e-mails e mensagens de Orkut (sim, pois minha caixa de mensagens está entupida e acho que passarei o mesmo tempo do festival deletando todas as mensagens), o público que a produção esperava não foi. Existem muitas desculpas: falta de costume do público local de curtir e dar apoio a produção local, uma certa desarticulação das bandas e até mesmo o fato do festival ter ficado 4 anos parado. Mesmo com todos os contras, o saldo para este Loucutor é muito positivo, principalmente pelo fato de pode movimentar a cena sem a necessidade de um grande e sem apoio nenhum.

Quem trabalha com música sabe muito bem que, sem o “dindin”, fica difícil qualquer coisa. Mas a FM Tropical e o Selo DoSol, com o comando do sempre competente guerreiro Anderson Foca, mostraram que é possível sim fazer festival nessa cidade.

E o público que foi ao evento nesses 4 domingos pôde ver apresentações memoráveis. Algumas ficaram na cabeça deste humilde apresentador: a mensagem politicamente correta da mulecada do AK-47, a festa efusiva de cores e sons do Elegia, a transformação do palco em um verdadeiro buteco propiciada pelo Vitrola, a participação massiva da famosa ZN com as bandas Decreto Final, Kawa Nui e Avalon’s Symphony, o “striptease” do vocalista do Brand New Hate, a fúria do Calistoga e do Lótus, e as entrevistas na FM Tropical, uma mais engraçada e antológica que a outra, para citar apenas algumas passagens que ainda estão fresca nessa memória.

Não estou desmerecendo nenhum dos participantes do Festival, pois tenho que reconhecer que na sua grande maioria foram apresentações bacanas e que aliaram técnica e empatia com o público. Ponto para as bandas locais, que cada vez mais entendem que só com aperfeiçoamento e amor ao que fazem é que se consegue um lugar ao Sol. Já sinto saudades destas tardes e noites de Domingo, onde fiz novos amigos, revi outros distantes e voltei a habitar uma de minhas casas preferidas, e que apesar de já ser citada, deveria ser oficialmente considerada como a casa do rock em Natal: a Ribeira velha de guerra!

Parabéns a todos por terem proporcionado esse evento único. E a única coisa que vêm a minha cabeça é: que venha 2008 e mais um Festival Pop Rock Tropical!

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