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COBERTURA DE SHOWS: BARBIEKILL NO AVESSO

Por Hugo Morais

Doze horas depois de ver o fechamento da Velvet, lá estávamos nós, eu e Rebeca, no Avesso. Isso mesmo, no Avesso. Se lá na Velvet o momento era de despedida, de fim, no Avesso era o contrário. Minha primeira vez lá foi para ver uma banda que promete, que está subindo.

Pela hora que chegamos, umas onze, deu para olhar bem o local. Vários ambientes, quase todos abertos. Dois bares com cerveja bem gelada, um bom palco com boa iluminação e som. Pudemos ver também a passagem de som do Barbiekill e do Montage. E ver que a falta de técnicos experientes ainda causa dor de cabeça em quem quer tocar. Daniel Peixoto, do Montage, ficou visivelmente chateado com as dificuldades no acerto do som.

Aos poucos o público foi chegando, em sua maioria homens, e o lugar vazio ficou lotado com uma fila grande do lado de fora. Um dj colocou o público presente para dançar e a essa altura a frente do palco já estava lotada, com alguns dançando no pole dancing, tal qual na novela das oito. Por volta de uma e meia da manhã o Barbiekill subiu ao palco para tocar. Auxiliados pelo bom equipamento de som e de luz, os integrantes fizeram a melhor apresentação até então, quase perfeita não fosse a permanência dos problemas com o computador e de tempo na entrada das músicas. Mas nada que tire o brilho da inovação sonora e da desenvoltura na apresentação da trupe. Daniel, Riane, Hello, Waldemar e Fausto fizeram uma apresentação consistente, empolgante e divertida. Fazem da apresentação realmente uma diversão, algo que não parece estar presente em muitas bandas daqui, onde tocar parece um fardo.

Entre Chiclete e a última música, se não me engano Black Tongue, cover do Yeah Yeah Yeahs, não se passaram trinta minutos. Mas foi tempo suficiente para Waldemar cantar, tocar guitarra e bateria, Hello cantar e tocar baixo, Fausto tocar baixo e guitarra, Riane tirar os sapatos e Daniel tocar teclado, cantar, deitar no palco e descer do mesmo para cantar no meio do público. Sem falar em Daniel instigar a massa se insinuando com Riane enquanto tocavam Pacman Attack, Youth e Subi na vida, frente a massa curiosa em ver qual era daquela banda nova. A falta de conhecimento sobre a banda fazia com que alguns dançassem e a maior parte ficasse observando. Em dado momento duas meninas subiram ao palco e dançaram calientemente, reflexo do momento. É o eletro-rock ganhando espaço entre o hardcore, o metal e o nu-metal natalense, praga que parece não querer acabar. A modernidade, seja na mistura de elementos mundiais ou seja na releitura de coisas do passado, sempre chega atrasada a Natal. Misturar antigas e novas influências como o rock atual de Strokes, Franz Ferdinand, Interpol, B-52 e bandas new wave e funk carioca, de modo singular, é coisa para poucos como o Barbiekill. O terreno é pouco explorado e por isso a banda vem sendo constantemente convidada para tocar e, o melhor, recebendo cachês. Se souberem aproveitar o momento para compor, fazer contatos e aperfeiçoar a apresentação ensaiando, terão lugar ao sol por um bom tempo e, se quiserem, até sair daqui.

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